Apostando alto em operações de Colocation com Serviços Gerenciados, Hosting e Cloud, a Vivo decidiu ampliar o Data Center Tamboré I, um dos maiores da América Latina com certificações Tier III - Design, Facility e Operations, concedida pelo Uptime Institute. Parte do segmento B2B da Telefônica Brasil, a Vivo Empresas vem apostando em uma demanda crescente de mercado para o uso de data center, impulsionada, especialmente pela Transformação Digital que as empresas, de todos os portes, vêm buscando para ampliar sua competitividade. Baseada em um estudo recente da Cisco, que indica que até 2021, 94% das cargas de trabalho e instâncias de computação serão processadas por data centers em nuvem e o restante por data centers tradicionais, o segmento B2B da Vivo já contratou 400 pessoas.
Em entrevista exclusiva, Ricardo Hobbs, diretor de Marketing e Produtos B2B da Vivo, fala sobre os investimentos da empresa em data center. Confira aqui.
DatacenterDynamics: Como a Vivo vem se posicionando no mercado de data center?
Ricardo Hobbs: Nossas soluções tradicionais de data center (Colocation e Hosting) têm sido cada vez mais demandadas pelo mercado. Muitos de nossos clientes vieram de outros players e têm buscado a Vivo pela robustez de nosso data center (um dos mais certificados da América Latina – Tier III Design, Facility e Operations).
Além disso, a Vivo também ampliou o espaço para atender a alta demanda dos serviços de cloud computing, desenvolvidos em parceria com a Huawei e a VMware.
DCD: Qual foi o valor investido na ampliação do data center?
R.H.: Com investimentos de aproximadamente R$ 125 milhões, a empresa ampliou o Data Center Tamboré I em 2,3 mil metros quadrados, com capacidade para instalar até 900 racks.
DCD: Em que cidade o data center está instalado?
R.H.: O Data Center está instalado na cidade de Santana de Parnaíba, região Metropolitana São Paulo.
A escolha se deu em função de vários fatores importantes que determinam o nível de segurança e disponibilidade de um data center, como por exemplo, o local pontualmente elevado sem riscos de inundações, local sem registro ou histórico de atividades sísmicas importantes, como vulcões, tornados ou tufões; estar próximo de vias importantes para deslocamento e transporte de equipamentos e materiais por caminhos distintos; localização fora de rotas de aviões; alta disponibilidade de energia elétrica por estar ao lado de linhas/torres de transmissão de energia em alta tensão (88.000 volts) e área suficientemente extensa para construção da subestação interna de energia que coleta dois circuitos redundantes, diretamente destas torres de transmissão.
A construção do data center não está exposta e não é adjacente à plantas ou indústrias químicas, de explosivos ou fogos de artifício, e distante também de grandes concentrações de escritórios, de terrenos baldios, de estádios, de grandes casas de shows, de parques de exposições, etc.
DCD: Quantos metros quadrados possui o data center?
R.H.: O Data Center Tamboré I possui 33.600 metros quadrados de área construída. Sendo que 4.600 m² são de Data Hall, divididos em dois blocos de 2.300 m² (novo Data Hall). A construção foi realizada de forma modular, ou seja, toda infraestrutura básica foi construída inicialmente permitindo que as expansões de área de produção fossem feitas de forma rápida de acordo com o crescimento das nossas demandas.
DCD: Que características técnicas você destaca no projeto?
R.H.: Alimentação de Energia Elétrica fornecida por duas linhas de transmissão em alta tensão (88 KV) provenientes de subestações distintas e interligadas; Subestação Própria redundante com capacidade de 33 MW, suficiente para abastecer 50 mil residências de porte médio; UPS (No Break) contingenciados e projetados para manter o data center durante oscilações da concessionária e até o acionamento das usinas próprias de geração de energia; Reservatórios de Diesel com capacidade para 360 mil litros, projetados para suportar o data center em plena carga e sem reabastecimento por 96 horas (1ª fase e 6 GMG´s em operação); Sistemas próprios de Geração de Energia com módulos de geradores redundantes e capacidade de crescimento modular.
O projeto, em sua concepção final, prevê sete sistemas de geração de energia de 3.750 KVA para cada e mais um sistema reserva para atender ao 1º Data Hall de 2.300 m², além de outro conjunto idêntico de oito geradores (7+1) para ao 2º Data Hall, recentemente inaugurado.
A climatização do data center é executada por centrífugas de última geração e projetadas com tecnologias green, que opera em alta disponibilidade e eficiência, além de sistemas de expansão indireta (FanCoil) de alta precisão, mantendo temperatura e humidade precisamente controlados.
Todos os sistemas de energia e clima são monitorados 24 horas por dia, 365 dias por ano, por um sistema de BMS e operadores full time, além de possuir um sistema de monitoramento de imagens composto por mais de 400 câmeras de alta disponibilidade e resolução.
Possui, ainda, uma central de monitoramento exclusiva e controle de acesso por cartão de proximidade, além de controle de acesso biométrico e portas eclusas que não permitem a passagem de pessoas não autorizadas.
DCD: Com relação ao cabeamento, o data center possui um anel de fibra óptica?
R.H.: Sim. O data center é provido por sistemas de transmissão de dados/luz via anel óptico exclusivo e caminhos ou abordagens de cabos distintos, além de duas salas para entrada de fibras, também fisicamente isoladas.
DCD: O data center está preparado para a alta densidade e para a Cloud Computing?
R.H.: O Data Center Tamboré I fornece recursos para hospedagem, armazenamento, processamento e gestão de dados e aplicações, além de assegurar a prevenção física e lógica para garantir a segurança da informação, comprovada pela certificação ISO 27001.
O novo espaço será direcionado para operações de Colocation com Serviços Gerenciados, Hosting e Cloud, reforçando o compromisso da Vivo em oferecer as soluções que mais se adequam às necessidades dos clientes.
A empresa conta também com profissionais altamente qualificados para atuar no processo de avaliação e construção da melhor alternativa de solução para cada cenário de negócio, suportando nossos clientes no processo de Transformação Digital. Tudo isso aliado a soluções de conectividade oferecidas em cobertura nacional.
DCD: Qual foi o sistema de refrigeração utilizado?
R.H.: O sistema de climatização optado foi o de expansão indireta, com equipamentos e sistemas de última geração, com alta disponibilidade e eficiência, além de centrífugas de tecnologia green e fancoils de precisão.
Para atender ao sistema de condensação, foi construído uma adutora exclusiva para abastecimento ao Data Center Tamboré. O reservatório de água com capacidade de 4,6 MM de litros é capaz de suportar o sistema em plena carga sem reabastecimento por 260 horas.
Já os reservatórios de água gelada com dois tanques e capacidade de 275 mil litros cada, foram projetadOs para manter o Data Hall em plena carga e refrigerado por até 15 minutos - tempo suficiente para entrada dos geradores e estabilização do sistema de climatização e centrífugas.
DCD: Foram seguidas recomendações da ASHRAE de subir a temperatura para 27º para conseguir o PUE inferior a 1,5?
R.H.: O Data Center da Vivo segue as melhores práticas e recomendações mundiais para manter a segurança, eficiência e disponibilidade.
Como os sistemas de climatização de alta eficiência e precisão - além de sistemas de controle interligados, que buscam sempre a melhor condição operacional de climatização dentro dos limites estabelecidos (Team Work III) - nos permite usufruir de uma alta eficiência energética, com PUE na casa de 1,5, o que representa um valor excelente quando comparado com outros sistemas e data centers mundiais.
DCD: Critérios ambientais foram levados em consideração?
R.H.: A instalação segue as melhores práticas de mercado no quesito da sustentabilidade, comprovada pelas certificações Leed Gold. Desde sua construção, em 2010 / 2011, e inauguração, em 2012, o data center atende aos rigorosos padrões nacionais e internacionais.
Destaque para a utilização de tintas livres de COV (compostos orgânicos voláteis), cabos elétricos livres de substâncias tóxicas, telhado que reflete raios solares diminuindo o calor dentro da edificação, piso permeável em toda área externa, estação de tratamento de esgoto (ETE), reaproveitamento da água de chuva para irrigação - infraestrutura que exige alta segurança física para todo o ambiente onde os sistemas estão instalados - e lógica, suportados por mecanismos de proteção, controle e gerenciamento baseados em software.
O Data Center Tamboré I é um dos maiores da América Latina com certificações Tier III - Design, Tier III Facility (1º na América Latina) e Tier III Operational Sustainability (6º no mundo), validada e concedida pelo Uptime Institute.