Um setor que acompanha a transformação digital e se desenvolve de forma acelerada como o de data center é um oceano azul para investir e crescer junto com a evolução tecnológica.

Constantemente, novos mercados passam a receber essas infraestruturas críticas, formando um cenário em que empresas já estabelecidas em seus países de origem ganham força para ultrapassar fronteiras e multiplicar suas instalações, seu quadro de funcionários e sua lista de clientes.

No entanto, apesar da vantagem que essas organizações têm por já contarem com os processos e conhecimentos necessários, expandir para novos países envolve uma série de desafios.

Para entender a complexidade desses movimentos, a DCD conversou com os fundadores dos três grandes exemplos brasileiros de internacionalização no mundo dos data centers: Ascenty, ODATA e Scala Data Centers.

Ascenty, pioneira na expansão internacional

Voltemos a 2010, ano da fundação da Ascenty, empresa criada com foco na indústria de infraestrutura digital. À frente dessa iniciativa, estava Chris Torto, que havia vendido sua empresa de TV a cabo três anos antes:

Chris Torto
Chris Torto

“Não tínhamos a menor ideia do quanto o setor de data center ia crescer. Eu queria inovar de novo e vi dois negócios nos Estados Unidos indo muito bem, empresas de fibra óptica e empresas de data center, mas não do jeito que é hoje. Eram bem menores, ofereciam somente colocation. Então, decidimos juntar as duas coisas, porque, no Brasil, diferentemente do resto do mundo, a gente ficava na mão de uma única empresa de fibra óptica.”

Dois anos após a fundação, a Ascenty inaugurou, em Campinas, seu primeiro data center, com rede de fibra óptica própria construída na grande São Paulo.

“Eu não sabia que o Cloud Computing decolaria do jeito que decolou. Tivemos como um dos nossos primeiros clientes um dos principais players globais, começamos em uma sala pequena e crescemos muito além da nossa expectativa. No meu plano original de negócio, eu imaginava que teríamos no máximo 10 ou 12 data centers”, lembra Chris Torto.

Ascenty DC- Campinas 1
DC Campinas tem 6 MW de capacidade de TI em 5.000 m² de área total

Atualmente, a Ascenty conta com 850 colaboradores e 34 unidades em operação ou em construção no Brasil, Chile, México e Colômbia. As instalações somam 495 MW de capacidade de TI e são interligadas por uma rede própria com 100% de fibra óptica, totalizando 5.000 km de extensão.

Ainda antes da internacionalização, a empresa realizou ampliações da rede de fibra no Brasil e construiu novas unidades em Fortaleza, Hortolândia, Rio de Janeiro e no interior paulista.

Em 2019, enquanto seguia expandindo suas operações no Brasil, a Ascenty fez o seu primeiro investimento no exterior, com dois data centers no Chile.

“Vimos que nossos clientes queriam inaugurar operações lá e isso serviu como um impulso. Levamos, obviamente, um time com conhecimento para montar um data center e treinar toda a equipe. Mas, hoje em dia, temos três data centers em Santiago, e todos que estão operando lá são chilenos. Eles seguem nossos processos e políticas do Brasil, mas é importantíssimo que em cada país você tenha gente local operando, gente que conhece o país, os costumes, as leis e as regulamentações”, conta Chris Torto.

Ascenty - DC Chile 02
DC Santiago 2 tem 16 MW de capacidade de TI em 22.000 m² de área total

Durante dois anos, a Ascenty esteve montando sua estrutura no Chile. Nesse período, foi necessário superar obstáculos que não haviam sido encontrados no Brasil.

“Não é uma coisa que você vai fazer em dois meses. No Brasil, é realmente simples. Montar um data center no Chile é completamente diferente, é bem mais complexo, a empresa tem que esperar a licença ambiental antes de montar. E você precisa ter outros tipos de aprovações, sendo que algumas levaram muito mais tempo do que era explicado para nós. Além disso, como o Chile tem terremotos, é preciso pensar na estrutura do data center de outra forma”, explica Chris Torto.

Em 2020, a Ascenty iniciou a construção de duas unidades em Querétaro, no México, onde também instalou sua rede própria de fibra óptica. Além dos desafios enfrentados pelas particularidades do novo mercado, o processo de chegada ao país foi dificultado pela pandemia, que limitava o trânsito internacional.

“No México, a energia é fornecida pelo Estado, diferentemente dos demais países onde operamos, que têm a maioria do fornecimento feito por empresas privadas. Foi muito complicado esse processo, pois não tínhamos liberdade de trânsito durante a pandemia", diz Chris Torto. "Conseguimos levar uma equipe, mas muitos processos foram 100% online. E quando você decide entrar em outro país, você tem que ir devagar e pensar muito bem. Mesmo assim, você sempre vai cometer erros. E você tenta minimizá-los, porque com muitos erros o custo do projeto aumenta e o seu retorno vai diminuir".

Ascenty México-1- Querétaro.jpg
DC Querétaro 1 tem 25 MW de capacidade de TI em 20.000 m² de área total

A Ascenty conta com três data centers no México, todos em Querétaro. Somados, possuem 81 MW de capacidade de TI e 64.000 m² de área.

Atualmente, a empresa está se preparando para entrar em operação na Colômbia, onde um terreno já foi adquirido em Bogotá. A capital foi escolhida para sediar dois data centers, totalizando 20 MW de capacidade de TI e 18.500 m² de área.

Ascenty - Bogotá
DC Bogotá 1 tem 10 MW de capacidade de TI em 9.500 m² de área total

“Na Colômbia, já estamos montando todo o plano de negócio. Aplicamos o que aprendemos dos erros nos outros países para a adaptação a esse mercado. Cada país tem aspectos diferentes. Então, você tem que comprar máquinas e desenhar considerando esses fatores, e isso tem um impacto tanto financeiro. Alguns países usam 50 Hz, enquanto outros usam 60 Hz. Parece uma coisa simples, mas não é. Isso pode alterar todo o cálculo da energia, a quantidade de equipamentos e a forma como você projeta”, conta o CEO e fundador da Ascenty.

Para o futuro, a empresa se planeja pensando nas demandas de inteligência artificial, que estão causando uma transformação nos data centers: “A gente tem terrenos bem maiores. Estamos projetando instalações completamente diferentes e começando a montar esse tipo de estrutura. Dez anos atrás, um data center consumia 3 MW de energia. Os cloud agora estão de 30 MW a 50 MW. Os de inteligência artificial vão ser 100 a 200 MW cada um”.

ODATA prepara chegada ao sexto país

Criada em 2015 com o objetivo de oferecer soluções de infraestrutura para armazenamento de grandes volumes de dados, a ODATA conta com 14 data centers em operação e outros 12 em construção, somando 430 colaboradores. A empresa está presente em quatro países da América Latina e avança nos planos de entrar em um novo mercado, que ainda não foi divulgado oficialmente.

A primeira unidade foi aberta em Santana da Parnaíba, no interior de São Paulo, em 2017. Desde então, a empresa se expandiu, com operações no Chile, Colômbia, México e recentemente adicionou os Estados Unidos ao seu portfólio por meio de sua aquisição pela Aligned Data Centers, ocorrida em 2023.

Ricardo Alario
Ricardo Alario

Com histórico entre os mundos de finanças e tecnologia, Ricardo Alario viu uma nova oportunidade surgir enquanto atuava como diretor da Intel Capital, braço de Private Equity e Venture Capital da Intel. Em 2015, ele recebeu um convite do Pátria Investimentos, empresa gestora de recursos alternativos da América Latina, para atuar no mercado de data centers.

“Me juntei com o Rafael Bomeny, que vinha do Pátria. A gente começou a criar a tese e levou a ideia para o comitê de investimentos. Naquela época, não tinha ninguém pensando em investir em data center de hyperscale, não se sabia o que era isso e esse nome nem existia ainda. Víamos a Ascenty começando a montar seus primeiros prédios e claramente seríamos a segunda empresa nesse mercado. Levamos a proposta para o comitê e convencemos os investidores”, conta Ricardo Alario, atual CEO da ODATA.

Sem encontrar um modelo de negócios que se enquadrasse no projeto da nova empresa, o plano era construir o primeiro data center partindo do zero. Para isso, receberam um investimento de US$ 250 milhões em maio de 2015.

Com histórico mais voltado ao mundo financeiro, os fundadores passaram a buscar profissionais da área técnico.

ODATA - SP01_1
DC SP01 tem 19.4 MW de capacidade de TI em 22.000 m² de área total

“Nosso primeiro prédio foi inaugurado em 2017, mas claramente erramos um pouco o timing, porque ainda não havia tanta demanda aqui na América Latina. Essa demanda começou um pouco mais tarde, então ficamos com muito espaço vazio em um primeiro momento, sem conseguir clientes. Mas tínhamos que provar nosso modelo”, conta Alario.

Desde o início dos planos, o Brasil era visto como um ponto de partida para ultrapassar fronteiras. Com realidades similares e diferentes ritmos de evolução, outros mercados latinos estavam no alvo para futuros investimentos.

Ainda em 2017, foi assinado o contrato para o segundo prédio, já no exterior. O local escolhido foi a Zona Franca Metropolitana, em Bogotá, na Colômbia.

“Atuávamos no mercado que hoje chamamos de enterprise, com clientes que compravam entre um rack e uma sala de rack. Na Colômbia, os principais players ainda não estavam investindo. Então, havia um mercado com muito potencial, era um mar azul. Quando olhamos para a Colômbia, decidimos entrar como enterprise e esperar o mercado de hyperscale chegar”, lembra Alario.

BG01 - ODATA - Bogotá
DC BG01, em Bogotá, tem 14.6 MW de capacidade de TI em 6.400 m² de área total

Com escritório local do Pátria Investimentos e vantagens tributárias por se tratar de uma zona franca, o caminho foi facilitado. O passo seguinte foi buscar uma equipe local, começando pela contratação de um gerente regional, que atualmente é um dos três executivos C-Level da empresa.

“Tínhamos a área, mas não tínhamos a energia necessária. Então, falamos com as empresas de energia e trouxemos mais capacidade para a zona franca para poder atender às nossas demandas. Esse é um exemplo de uma dificuldade completamente diferente da realidade que a gente tinha no Brasil”, comenta o CEO da ODATA.

México e Chile estavam na mira como próximos passos para avançar no plano de expansão. A ideia de empresa era estar com um projeto adiantado quando os clientes procurassem novos mercados:

DC ST01, em Santiago, tem 28 MW capacidade energética em 60.000 m² de área total
DC ST01, em Santiago, tem 28 MW de capacidade de TI em 60.000 m² de área total

“Nossos clientes querem expansão visível e muito rápida. O que a gente faz é se antecipar para trazer a demanda. Investimos muito antes para depois poder mostrar ao cliente que temos uma solução para o país e, então, entregar o projeto no momento em que ele precisa. No final de 2019, o cliente perguntou sobre o México, mercado que já estávamos estudando por dois anos. Eu tinha as respostas na ponta da língua. No caso do Chile, a gente já estudava essa opção desde que a empresa surgiu, fazia uns cinco ou seis anos nessa época.”

A chegada aos dois novos países teve dificuldades causadas pela pandemia. Com restrições de deslocamento, diversos processos foram realizados via internet. Especialmente no projeto mexicano, houve uma sucessão de erros:

“Erramos na construção, nos parceiros, no time… Até o momento em que nos vimos numa situação muito dura ali. Mas não podíamos deixar a bola cair, porque havia um cliente gigante por trás. Então, entendemos que era preciso levar mais pessoal do Brasil para morar no México. Montamos um time forte para entender a cultura local e trazer os parceiros certos. Assim, reestruturamos tudo.”

QR01 - ODATA
DC QR01, em Querétaro, tem 30 MW de capacidade de TI em 52.350 m² de área total

Apesar das dificuldades encontradas no México, as maiores diferenças em relação ao mercado brasileiro foram encontradas em terras chilenas.

“No Brasil e no México, a gente normalmente tem projeto e tudo mais aprovado em dois ou três meses. No Chile, existe todo um processo de licenças que demora pelo menos nove meses, é um país extremamente processual, com leis que realmente exageram na burocracia. Além disso, é um país sísmico, então a construção tem que ser feita de uma forma diferente”, compara Alario.

O CEO da ODATA destaca a questão cultural como o principal desafio: “A dificuldade é a cultura, levar essa nossa cultura de empreendedorismo, de facilidade, de que o cliente é prioridade. É preciso fazer ajustes e ter flexibilidade para se adaptar a cada país”.

Após o impulso da onda de nuvem, a expectativa agora é de que as demandas de inteligência artificial promovam um desenvolvimento acelerado nas infraestruturas, causando a necessidade de redesenhar os próximos projetos e se adaptar às novas exigências. Como diz Ricardo Alario, acompanhar a evolução dessa indústria é como andar de bicicleta: “quem parar de pedalar não vai avançar”.

Com quatro anos de história, Scala já está em cinco países

O caso de expansão da Scala se destaca pela velocidade dos investimentos realizados em poucos anos. Fundada em 2020, a empresa já conta com 1.100 colaboradores diretos e dez data centers em operação no Brasil, um no Chile e um no México.

Enquanto as atividades ocorrem nessas 12 instalações, a Scala já avança ambiciosamente para passar de 30 unidades.

Outros três data centers estão em construção no interior paulista e dois em terras chilenas. Além disso, a empresa está desenvolvendo outras seis unidades no Brasil, três no Chile, três na Colômbia e dois no México.

Scala - Marcos_Peigo_CEO
Marcos Peigo

Com histórico de atuação no mundo da TI, Marcos Peigo, fundador da Scala, aproveitou seu conhecimento prévio como COO da UOLDIVEO para avançar com os planos da nova empresa:

“No final de 2019, a Digital Bridge me procurou para montar o projeto do que seria uma empresa de data center. Eu tinha uma relação excepcional com um grande cliente hyperscale para quem lá na época do UOLDIVEO, em 2014, eu fiz a primeira venda de data center. Inicialmente, a ideia era ser uma empresa focada no Brasil. Como eu já tinha uma visão voltada para a América Latina e uma visão global, chegamos à conclusão de que começaria pelo Brasil, mas que fundaríamos uma plataforma latino-americana para crescer como se não tivesse fronteira.”

A aquisição de dois data centers da UOLDIVEO (Tamboré e São Paulo) serviu como base para a companhia se desenvolver. Inicialmente, o plano era ser um híbrido de enterprise e hyperscale.

Scala - SGRUTB02 - Tamboré
DC adquirido em São Paulo tem 4 MW de capacidade de TI em 6.367 m² de área total

“Eu quis começar com essa aquisição, porque eu já tinha um time de operações muito experiente e estabilizado com quem eu já havia trabalhado por vários anos. Compramos uma carteira de clientes enterprise relevante, com mais de 250 empresas de grande porte, mas desenhamos um projeto que tinha como premissa estar preparado para capturar a demanda de hyperscale quando ela viesse para valer”, lembra Marcos Peigo.

Após seus primeiros movimentos, a empresa passou a se dedicar apenas aos hyperscalers. Com isso, cada projeto foi desenvolvido com exclusividade para os grandes players.

“Para criar uma empresa focada em hyperscale, a gente teve que lançar mão de uma série de coisas diferentes do mercado tradicional. Então, primeiro, a gente parou de falar de site e passou a falar de campus. Paramos de falar de comprar um endereço e começamos a comprar bairros para poder construir vários prédios”, afirma Marcos Peigo.

Scala_Tamboré
Uma das unidades adquiridas (à esquerda) deu início ao campus de Tamboré

A intenção era antecipar os movimentos dos clientes de nuvem para saber onde posicionar a infraestrutura. A empresa apostava na digitalização da economia, com a migração de grandes cargas empresariais. Com essa visão estratégica, a Scala iniciou seu movimento rumo ao exterior.

Chile, México e Colômbia foram identificados como as prioridades fora do Brasil. A ideia era expandir mantendo São Paulo como ponto central, onde ficaria o núcleo das operações de estratégia e de engenharia.

“Hoje, temos pessoas dos outros países trabalhando aqui conosco e gostamos dessa mistura de culturas. Tivemos que construir dentro de casa times inteiros de engenharia, design, real estate, energia… Isso permite que a Scala ande por conta própria e com mais agilidade, porque não dependemos de terceiros”, explica o CEO.

Scala - CURAUMA - SSCLCR01
DC de Curauma tem 5 MW de capacidade de TI em 4.920 m² de área total

Considerando os fatores que tendem a acelerar o crescimento do setor na América Latina, o plano de atuação tem como base teve três pilares. Em primeiro lugar, Marcos Peigo destaca a latência: “Se você não tiver baixa latência, você não consegue trabalhar aplicações mais sofisticadas, como telemedicina, bolsa e carros autônomos, em que você precisa estar muito perto de onde o dado é coletado e a informação é consumida. Então, víamos que o nível de maturidade das aplicações que os clientes latino-americanos estavam projetando ia demandar data centers mais próximos”.

Como segundo e terceiro pilares, a empresa baseou sua estratégia de expansão observando critérios de estabilidade cambial e soberania de dados:

“Você não pode conviver em um país que ainda não tenha instabilidade econômica e política firme, importando serviços dolarizados. Entendíamos que infraestrutura local ia ser necessária para poder oferecer serviços em moeda local para clientes também. Destaco ainda o fator de soberania de dados, em que várias indústrias com dados, com informações reguladas pelo governo, iriam, por si só, demandar a presença de data centers locais.”

Scala -SMEXTP01 - México
DC de Tepotzotlán tem 7,9 MW de capacidade energética em 13.204 m² de área total

A estratégia brasileira se repete nos demais países, com a busca por pontos de conectividade densa, locais onde já existe uma infraestrutura de data centers com potencial para atender à crescente demanda dos clientes. A intenção é preparar os pontos de chegada e as conexões internas, sempre com dois ou três locais de presença em cada país. Dessa forma, a Scala tem se instalado ao longo das costas leste e oeste do continente, conectando-se tanto pelo Oceano Atlântico quanto pelo Pacífico.

Embora a estratégia de expansão seja replicada nos diversos mercados, as diferenças culturais e os desafios específicos de cada país exigem flexibilidade. O ambiente regulatório, o grau de transparência nas operações e as condições econômicas variam significativamente entre as regiões, forçando a empresa a adotar soluções locais e personalizadas para cada território:

“São desafios de cultura, são culturas muito diferentes e distintos níveis de maturidade nos ecossistemas de negócio, mas temos que entregar para o cliente como se tudo fosse uma coisa homogênea. O Chile, por exemplo, é um país muito mais desenvolvido do ponto de vista de controles, mais transparente e com uma pegada de proteção de sustentabilidade muito forte. Então, o licenciamento ambiental no Chile, por exemplo, é duas vezes mais complexo do que no Brasil. No México, a transparência das informações é muito difícil. Na segunda-feira, dizem que você tem energia e você assina no papel. Na terça-feira, você vai medir e não tem toda essa energia. É muito difícil o ambiente de negócios. Na Colômbia, a incerteza política trouxe uma curva de juros muito alta. Então você precisa ter um time híbrido, não funciona o modelo só de expatriado, não adianta pegar o melhor brasileiro e mandar para o México, porque ele vai ser o pior mexicano."

Scala - SBOGZM01- Zona Franca de Bogotá
Primeiro DC da Scala na Colômbia está em desenvolvimento na Zona Franca de Bogotá

É unânime entre os fundadores das três empresas que a crescente demanda por soluções de inteligência artificial está transformando radicalmente o setor. A velocidade desse movimento exige uma capacidade de adaptação rápida, e muitas organizações têm ajustado seus planos de crescimento para atender a essas novas necessidades. O que antes era considerado uma meta de longo prazo agora se tornou uma necessidade imediata, impulsionada pelo avanço da IA e suas aplicações.

“Hoje, a gente é uma empresa de 200 MW vendidos. O nosso plano original, lá em dezembro de 2019, era ter 60 MW até 2028. Aquilo que imaginávamos passa a ser acelerado por conta de algo novo, e esse algo novo é a demanda de inteligência artificial”.

O maior exemplo da ambição da empresa e da revolução promovida pela IA foi divulgado recentemente, com o anúncio da Scala AI City. A “Cidade de data centers” ocupará um terreno de 7 milhões de metros quadrados, podendo chegar a 4,75 GW de capacidade de TI, algo ainda inédito no setor em nível global.