No mundo ambientalmente consciente de hoje, os governos em todo o mundo estão priorizando a redução das emissões de carbono como um objetivo crítico. O Reino Unido, como muitas nações, estabeleceu metas ambiciosas de Net Zero para 2050. Um contribuinte significativo para a demanda de energia e as emissões de gases de efeito estufa no Reino Unido é o aquecimento e a alimentação de edifícios, responsáveis por 40% da demanda de energia e 30% das emissões, de acordo com o Departamento de Segurança Energética e Net Zero.

O Reino Unido enfrenta um desafio único com um parque habitacional que está entre os menos eficientes em termos energéticos da Europa. À medida que o prazo de 2050 se aproxima e a demanda por moradias continua a crescer, tornou-se imperativo que o país siga um curso definitivo em direção ao aquecimento descarbonizado para mais de 30 milhões de residências e empresas, promovendo novas construções com eficiência energética.

Aquecimento de baixo carbono através de zonas de rede de calor

A abordagem convencional de aquecer residências, empresas e edifícios públicos isoladamente não é mais suficiente. É essencial explorar como os edifícios de nossas comunidades podem trabalhar juntos de forma colaborativa para reduzir o desperdício coletivamente. Uma estratégia eficaz para atingir esse objetivo é agilizar o estabelecimento de zonas de rede de calor. Essas zonas facilitam a colaboração robusta entre autoridades locais, fornecedores de energia, usinas de energia, usinas de reciclagem e parceiros de calor e energia combinados.

O governo do Reino Unido tomou medidas louváveis ao introduzir novos regulamentos de construção exigindo 31% menos emissões de CO2 para novas construções e enfatizando a adoção de tecnologias de aquecimento de baixo carbono, como bombas de calor. Enquanto isso, a adaptação de estruturas existentes também está no horizonte, conforme indicado pela competição Home Decarbonization Skills Training: Fase 2. Esses esforços, combinados com o lançamento de um piloto de zoneamento de rede de calor, sinalizam uma direção promissora para o desenvolvimento de redes de zonas de calor.

Desbloqueando o potencial: Data Centers como um hub de energia

Uma figura surpreendente, mas central, nessa transformação energética é o fornecedor de Data Center, concentrando-se especificamente no aproveitamento do calor excedente gerado durante suas operações. Os operadores de Data Center podem incorporar mecanismos eficientes de troca de calor no projeto de novas instalações, permitindo a exportação do excesso de calor para as comunidades vizinhas. A adaptação de Data Centers existentes também é possível, envolvendo a conexão do aparelho trocador de calor ao sistema de resfriamento existente, incluindo resfriamento líquido.

O excesso de calor pode então ser transportado através de uma rede de tubulação subterrânea isolada para uma bomba de calor água-água centralizada. Essas redes de calor são particularmente adequadas para áreas residenciais densamente povoadas, como Londres. Em uma estimativa conservadora, uma única instalação de Data Center poderia reciclar aproximadamente cinco megawatts de excesso de calor, fornecendo calor a mais de 1.000 apartamentos locais. Com mais de 450 instalações de Data Center espalhadas pelo Reino Unido, várias comunidades podem se beneficiar dessa abordagem inovadora, levando a economias de custos significativas.

Para um receptor de calor médio, isso se traduz em menos emissões de carbono, com uma única bomba de calor emitindo menos de 0,042 kg de CO2 por kWh, em comparação com 0,263 kg de CO2 por kWh para uma caldeira a gás doméstica.

Um caminho compartilhado para um futuro sustentável

Os operadores de Data Center também se beneficiam diretamente da participação em redes de aquecimento urbano. Ao reduzir suas emissões, eles podem reduzir suas contas de impostos sobre o carbono e reinvestir esses recursos no aprimoramento da eficiência energética para atender às demandas cada vez maiores dos clientes.

É crucial reconhecer que transformar a maneira como aquecemos edifícios no Reino Unido e promover a criação de zonas de calor não é um esforço solitário, no entanto. Requer uma parceria simbiótica envolvendo o governo, fornecedores de energia, a indústria da construção e fornecedores de Data Center, para citar apenas alguns.

Os fornecedores de energia, por exemplo, desempenham um papel fundamental investindo em infraestrutura essencial, mantendo novos sistemas e incorporando monitoramento remoto e gerenciamento de ativos. Eles também garantem que as disposições de recuperação de desastres, credenciamentos e medição estejam em vigor para apoiar a confiabilidade desses sistemas críticos. Somente por meio de esforços coletivos os Data Centers podem se tornar fornecedores confiáveis de energia para as comunidades vizinhas, contribuindo significativamente para um futuro sustentável e de baixo carbono.