A infraestrutura interconectada dos data centers viabiliza várias áreas da vida moderna, como home office, trabalho híbrido, telemedicina e serviços de emergência. Mas a migração desses equipamentos para um colocation, assim como a utilização de energia renovável, pode entregar os mesmos serviços de uma forma mais sustentável que a atual, segundo Mark Kidd, Vice-Presidente Executivo e Diretor Global de Data Centers e Ativos da Iron Mountain. “Hoje, mesmo que muitos data centers estejam no caminho certo, eles não são ‘verdes’. Ainda assim, podem ser transformados em facilitadores da descarbonização”, afirma. 

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O executivo lembra que houve transferência de documentos e outros tipos de arquivos para o  digital, ficando hospedados em data centers, o que gerou vários benefícios sociais, tais como colaboração aprimorada, maior concorrência, custos mais baixos, inovação e novas formas de utilizar dados, como IoT e inteligência artificial. Essa tendência é comprovada em um relatório da IDC que prevê que, até 2026, as organizações que adotarem com sucesso uma abordagem baseada em dados irão gerar mais de 25% de suas receitas por meio de produtos, serviços ou experiências - todos digitais. 

“O uso de data centers só crescerá e, apesar dos serviços viabilizados trazerem alguns benefícios ambientais devido à redução de viagens e do uso de materiais, por exemplo, é possível ir além”, destaca.

Colocation

Kidd explica que quanto maiores e mais especializados os data centers, mais eficientemente eles lidam com as cargas de trabalho. Na última década, os data centers internos legados migraram grande parte de sua carga de trabalho de TI para colocation - datacenter independente que oferece hospedagem compartilhada para múltiplos servidores de diversas organizações - ou instalações em nuvem, melhorando enormemente a eficiência operacional. Em grande medida, esse aumento na eficiência compensou o potencial impacto negativo do crescimento exponencial dos dados.

Mas os níveis de dados continuarão a crescer, assim como os data centers. As estimativas atuais são de que 120 Zettabytes de dados serão criados, capturados, copiados e consumidos neste ano, e esse número crescerá mais de 50% até 2025. “Enquanto a eficiência energética (PUE) continua a melhorar à medida que os equipamentos internos mudam para instalações compartilhadas maiores, as melhorias serão menores e o consumo geral de energia aumentará mais rapidamente. Algo totalmente novo precisa ser feito para garantir o impacto positivo dos data centers”.

Energia renovável

O executivo explica que o setor de data centers tem buscado ser mais “verde”, liderado em grande parte pelos maiores provedores de nuvem pública e inovadores no setor de colocation. Esse processo começa com a energia renovável

Os quatro principais compradores de energia limpa do mundo são provedores de serviços em nuvem e os provedores de colocation aparecem fortemente entre os 100 principais. A energia renovável agora responde por mais de 30% da geração total de energia. Em 2023, os data centers serão responsáveis por fenomenais dois terços da energia renovável consumida pelas empresas nos EUA

E isso não está pressionando outros possíveis usuários de energia renovável - a maior parte é energia “adicional” gerada por novos projetos eólicos, solares ou geotérmicos por meio de contratos de compra de energia virtual (VPPAs). Esse ”adicional” - aumento do número de instalações renováveis - é um foco fundamental para os VPPAs e ajudou a acelerar o “esverdeamento” da rede mundial.

Compromissos de médio prazo

No mundo já há uma tendência de que empresas de tecnologia sejam grandes investidoras em energia renovável. A Amazon já é a maior compradora mundial da modalidade. A Microsoft se comprometeu não apenas a ser negativa em carbono até 2030, mas também a apagar sua pegada de carbono total de 1975 a 2050. O Google se comprometeu a ir além dos VPPAs e operar com energia livre de carbono 24 horas por dia, 7 dias por semana, até 2030. 

A Iron Mountain Data Centers, segundo explica Mark Kidd, está funcionando com 100% de energia renovável e foi a primeira provedora de colocation a assumir o mesmo compromisso. A chave para usar energia renovável real em vez de virtual - descarbonização genuína - é rastrear, analisar e redirecionar. Como o setor de data centers é novo, há possibilidade de começar a trabalhar com  alternativas diferentes das indústrias tradicionais e, como o resto da sociedade, aproveitar essas novas tecnologias baseadas em dados para impulsionar sua própria transformação.