O setor de Data Centers experimentou avanços significativos que deram o tom de seu crescimento e desenvolvimento contínuos em 2023. Em um cenário caracterizado pela crescente demanda por serviços digitais, os Data Centers se destacaram por abraçar tecnologias emergentes e adotar práticas inovadoras. Caminhando em direção à sustentabilidade, muitos destes centros implementaram soluções energéticas mais eficientes, contribuindo para a redução do impacto ambiental.

A proliferação do Edge Computing foi outro marco importante, aproximando o poder de processamento dos usuários finais e entregando uma resposta mais rápida às necessidades do mercado. Em termos de projeto e construção, a indústria embarcou na adoção de arquiteturas mais flexíveis e modulares, permitindo escalabilidade mais ágil e adaptação eficiente às mudanças nas demandas do ambiente digital.

Em 2024, prevemos a chegada de mais avanços e tendências inovadoras nesse setor dinâmico. Neste relatório, a DCD reuniu as tendências mais destacadas da indústria, com base em seus vários canais de conteúdo, fornecendo assim uma visão abrangente para este ano. Confira!

Design e Construção

Design de Data Center de IA

Em 2024, ouviremos mais anúncios de Data Centers que estão adotando Inteligência Artificial no projeto de suas instalações. A Meta, por exemplo, adotou a IA em todos os seus negócios, descartando projetos e redesenhando suas instalações com GPUs e outros aceleradores em mente.

A empresa inaugurou o primeiro de seus Data Centers de próxima geração em Temple, Texas. Conforme a empresa, o Meta Training and Inference Accelerator (MTIA) deve ser implementado no novo Data Center com milhares de GPUs. Esses GPUs exigem mais energia e, portanto, mais refrigeração, e também precisam estar bem conectados para garantir que não haja latência excessiva ao treinar modelos gigantes.

Em agosto de 2023, a CyrusOne também lançou um novo design de Data Center especificamente para IA, que usa resfriamento por imersão e outras técnicas para alcançar altas densidades de energia. A empresa anunciou sua nova oferta Intelliscale, uma solução de Data Center especificamente para cargas de trabalho de inteligência artificial (IA), desenvolvida especificamente para atender às necessidades de aplicativos e serviços de IA.

Data Center modular

Os Data Centers modulares estão sendo cada vez mais adotados pela indústria. São soluções que se adaptam às necessidades dinâmicas do setor e podem atender aos objetivos estabelecidos em cada organização. Essas soluções são projetadas sob uma configuração padrão e capacidade definida (um certo número de racks, backup, resfriamento, etc.). Como é montado e testado na fábrica, requer apenas comissionamento no local.

Robson Pacheco, gerente de vendas da Vertiv Brasil, diz que a modularidade está se tornando cada vez mais popular para permitir a expansão fácil e rápida do Data Center em etapas, conforme necessário. “Isso pode incluir o uso de módulos pré-fabricados entregues no canteiro de obras para montagem. Em termos de eficiência energética, o aumento dos custos da energia e a crescente preocupação com o ambiente impulsionam a necessidade de projetos mais eficientes do ponto de vista energético. Isso pode incluir o uso de tecnologias de resfriamento mais avançadas, como sistemas de resfriamento líquido, bem como soluções de iluminação e fornecimento de energia mais eficientes”, explicou.

Metodologia BIM

Tabajara Morais, gerente de projetos da Deerns, conta que uma das principais metodologias cada vez mais difundidas é o BIM, em que as informações dos projetos são trabalhadas de forma inteligente e possuem parâmetros que funcionam como um banco de dados. “Com o uso de uma plataforma BIM, conseguimos converter esses desenhos em formatos aceitos por várias outras plataformas, garantindo a interoperabilidade no trabalho”, disse.

Realidade virtual e aumentada

As diferenças entre realidade virtual e realidade aumentada giram em torno dos dispositivos necessários e da experiência gerada. A realidade virtual envolve a criação de um ambiente tridimensional completo que replica o espaço real de engenharia e Data Center.

Enquanto estiver em uma sala de reuniões e até mesmo em casa, um técnico coloca um fone de ouvido como o Oculus Quest, que absorve completamente a percepção do usuário. Em contraste, a realidade aumentada melhora a visão de uma pessoa em vez de substituí-la. Um técnico pode observar sobreposições no ambiente usando um smartphone e óculos inteligentes transparentes, como o Microsoft HoloLens. É o que explica Bryon Price, Diretor Global - Treinamento Técnico da JLL.

Energia e Sustentabilidade

Empresas líderes transformam compromissos em ações

A sustentabilidade destaca-se como um dos pilares fundamentais que orientam as decisões e operações das empresas em todo o mundo. Em 2024, vislumbra-se um cenário de negócios no qual os objetivos transcendem as palavras e se concretizam em ações efetivas nas empresas que integram o ecossistema de Data Centers.

Conscientes da relevância dos impactos de suas operações no meio ambiente e em consonância com as novas regulamentações voltadas para questões de eficiência energética e sustentabilidade, as organizações adotarão uma abordagem mais ativa e transparente. Nos próximos meses, elas divulgarão os resultados dos programas e ações alinhados às diretrizes da Agenda ESG, além de estabelecerem novas metas para reduzir sua pegada ambiental.

Empresas como Elea Digital Data Centers, Vertiv, NTT Data, Schneider Electric, Google e EdgeCore são exemplos que já iniciaram o ano anunciando resultados tangíveis.

Estratégias de sustentabilidade mais ambiciosas

Com relação ao ponto anterior, regulamentações globais mais rígidas de relatórios e prestação de contas se tornarão um fator fundamental que condicionará a quantidade de investimentos que as empresas farão ao longo do ano em iniciativas de sustentabilidade.

Segundo o Uptime Institute, as pressões de conformidade também podem impulsionar a adoção generalizada de estratégias de sustentabilidade mais ambiciosas e ponderadas, bem como estimular investimentos progressivos e eficazes.

Mais incentivos governamentais para adoção de energia renovável

À medida que os governos em todo o mundo reconhecem a importância das fontes de energia renováveis, com ênfase especial na energia solar, há um aumento crescente no investimento governamental neste setor. Prevê-se que, em um futuro próximo, essa tendência se fortaleça com a implementação de uma série de incentivos governamentais mais direcionados e mais amplos, destinados a estimular proativamente a adoção generalizada de energia verde.

Power e Cooling

O ar condicionado não desaparecerá e o resfriamento líquido não resolverá os desafios de eficiência energética

A indústria de Data Centers tem grandes expectativas para o resfriamento líquido direto, especialmente em termos de eficiência energética e sustentabilidade. No entanto, conforme o Uptime Institute, muitos desses benefícios permanecerão fora do alcance de várias organizações este ano. Veremos, como em 2023, uma implementação lenta de tecnologia e operações de ambiente misto. O resfriamento a ar continuará a ser predominante em infraestruturas de Data Centers em todo o mundo, incluindo as que estão sendo construídas.

Exploração de novas alternativas em armazenamento de energia

Centros de pesquisa e grandes empresas de tecnologia continuarão investindo em pesquisas para descobrir novas alternativas de armazenamento de energia. A Microsoft e o Pacific Northwest National Laboratory, por exemplo, se uniram para encontrar os melhores materiais para baterias.

Além disso, pensando no sistema de reserva de energia, veremos maiores investimentos em hidrogênio. Nos últimos anos, o hidrogênio verde tem sido apresentado como uma alternativa a alguns combustíveis tradicionais. Segundo a AIE, a produção anual de hidrogênio de baixa emissão pode se aproximar de 38 milhões de toneladas até 2030. Até 2024, espera-se um aumento significativo de projetos que empregam essa tecnologia. No entanto, o ritmo de amadurecimento continuará lento devido aos principais obstáculos: os custos e a busca por compromissos sólidos por parte dos compradores, segundo Melany Vargas, especialista no assunto.

Gestão e Operação

DCIM e BMS

As ferramentas de Gerenciamento de Infraestrutura de Data Center (DCIM) e Sistema de Gerenciamento de Edifícios (BMS) permanecem essenciais nos Data Centers para garantir o desempenho ideal e a disponibilidade contínua. A tendência indica que essas ferramentas estão adotando cada vez mais funcionalidades das demais, levando ao desenvolvimento de sistemas complexos, precisos e integrados que contribuem para a operação eficiente e redução de custos em redes de Data Centers.

“Para controle e monitoramento existem dois tipos de sistemas, o BMS e o DCIM, que conseguem controlar algumas funções como a abertura e fechamento de portas de armários e até mesmo as saídas das PDUs que fazem a distribuição na parte final. No monitoramento, você captura métricas, analisa e leva para o dashboard, enquanto, em uma questão de controle, seja por um DCIM e um BMS, você assume o comando desses assets”, explicou Víctor Juarez, engenheiro técnico de sistemas da Panduit México.

Cachorros robôs

O uso de cães-robôs também está se tornando mais frequente para auxiliar na operação das instalações. Em março de 2023, a Scala Data Centers anunciou que estava testando um cão-robô para inspeções de segurança contra incêndio. “Estamos orgulhosos de apresentar o Scaley, o cão robótico da Scala e objeto de pesquisa do nosso Centro de Excelência em Engenharia. O Scaley já concluiu com sucesso testes em que lê medidores de pressão de extintores de incêndio por meio de Inteligência Artificial”, afirmou a empresa.

Outro exemplo de empresa que usa cães-robôs é a KIO. “Os recursos de Inteligência Artificial dos novos membros robóticos da família KIO nos permitem personalizar as aplicações de acordo com as necessidades que surgem em seu trabalho de monitoramento de infraestrutura tecnológica de alta disponibilidade, isso está em linha com o espírito inovador da KIO, e reforça nossa visão de sempre usar tecnologia de ponta para responder às necessidades futuras de nossos clientes a partir de hoje”, explicou Bernardo Gonzalez, diretor de inovação.

Bolsas de estudo, parcerias e treinamentos

O setor está cada vez mais unindo forças para fomentar a formação de talentos no setor e combater a escassez de profissionais. Um exemplo é a criação da primeira Escola especializada em Data Centers do México, uma iniciativa da Associação Mexicana de Data Centers (MEXDC), da Secretaria de Desenvolvimento Sustentável (SEDESU) e da Universidade Politécnica de Querétaro (UPQ).

A MEXDC e a DCD>Academy, fornecedora líder global de serviços de treinamento e aprendizagem para a indústria de Data Centers, também anunciaram o lançamento do programa Bolsa Talento Data Center, uma chamada nacional para inscrições destinada a atrair engenheiros recém-formados e estudantes do último ano nas áreas de engenharia industrial, eletromecânica e manufatura. O programa oferecerá a 20 jovens uma bolsa de estudos para adquirir as habilidades e conhecimentos exigidos pela indústria no formato de aprendizagem on-line na plataforma virtual DCD>Academy.

Diversidade

Outra preocupação do setor é promover a diversidade de gênero e a inclusão no mercado de trabalho. Conforme o último relatório da The Tech Talent Charter sobre Diversidade na Tecnologia, há uma alarmante falta de diversidade em cargos seniores de tecnologia (apenas 22% dos cargos são ocupados por minorias de gênero). A diversidade de gênero é 6% menor em cargos de gestão do que em funções de tecnologia como um todo. Embora os dados sejam desanimadores, vemos um crescimento nas iniciativas das empresas para mudar esse cenário.

Compute e Storage

IA Generativa

A IA generativa é uma IA que produz novos resultados com base em entradas e dados de treinamento. O ChatGPT é um exemplo bem conhecido, juntamente com o DALL-E, Stable Diffusion e muitos outros.

“À medida que os líderes de negócios compreendem melhor o poder da IA generativa e seus benefícios – como melhorar a eficiência humana e criar experiências personalizadas – eles podem querer considerar como isso afetará seu setor e a produtividade de seus trabalhadores hoje e no futuro. Eles também vão querer aprender sobre estratégias de implantação e como encontrar parceiros confiáveis”, dizem os especialistas em IA da Kyndryl Espanha.

Demanda por armazenagem

Com a ascensão da Inteligência Artificial, a demanda por mais armazenamento está crescendo. O que requer servidores de alto desempenho. “Em termos concretos, vemos que as densidades por rack estão aumentando. Inicialmente, as configurações típicas de rack podiam variar de 2 a 5 kW de consumo de energia. Depois, cresceram para 10 kW, chegando atualmente a 20 kW. No entanto, com o advento e proliferação de aplicações de IA, já há demanda acima de 40 kW. Esse aumento na densidade de energia é uma resposta direta às necessidades de processamento dessas tecnologias avançadas”, explicou Agostinho Villela, VP de Engenharia da Scala Data Centers.

Computação quântica

A computação quântica despertou um interesse considerável no mundo dos negócios, sendo vista como uma verdadeira revolução. Os sistemas quânticos aumentam exponencialmente o poder computacional disponível, possibilitando resolver problemas que, para os melhores computadores convencionais, exigiriam milhares de anos, em questão de minutos. Consequentemente, espera-se que essa tecnologia impulsione a adoção da inteligência artificial, permitindo que problemas em seus modelos sejam resolvidos de forma mais rápida, precisa e eficiente. No entanto, o avanço quântico também apresenta novos riscos, implicando a necessidade de desenvolver medidas de cibersegurança mais avançadas para garantir sua implementação segura.

Mercados e Investimentos

Um mercado de Data Centers marcado pela IA

O mundo está democratizando a inteligência artificial generativa. Isso significa que a transformação digital que começou nos diferentes países está se acelerando. Isso cria uma necessidade de infraestrutura para suportar esse processamento, levando diretamente ao aumento dos investimentos em tecnologia. “A IA surge não apenas como uma possibilidade de melhorar processos e permitir análises preditivas mais assertivas, mas também como fator transformador na operação, geração de negócios e melhoria do uso de recursos”, afirma Marcos Siqueira, VP de Operações da Ascenty.

Os hiperescalas serão o motor do crescimento global

Em 2024, mais players chegarão ao mercado para fornecer os diferentes serviços, em resposta a um aumento de clientes. Eles chegarão com implementações muito grandes, o que fará com que o próprio design do Data Center mude para se adaptar aos desenvolvimentos tecnológicos de uma fase para a outra, por exemplo.

Mais construção e atualização de infraestruturas digitais

Embora seja verdade que o mercado de Data Centers na América Latina está crescendo em ritmo acelerado e as previsões para este ano são positivas, em comparação com a Europa e Ásia, ele precisará de mais Data Centers e uma atualização tecnológica dos existentes.

Trabalhando lado a lado com os Governos

Quando as instituições públicas apoiam o mercado de Data Centers, mais investimentos são atraídos e maior estabilidade é proporcionada à indústria local. Um dos casos mais conhecidos é o de Querétaro, no México. Em 2024, haverá mais envolvimento do Governo. Por exemplo, o Google construirá um Data Center no Uruguai, onde também chega o cabo submarino Firmina – também de propriedade do Google – e o próprio governo nacional ressaltou que esse fato colocará o país em posição privilegiada para aproveitar a oportunidade de atrair investimentos no dinâmico e crescente mercado de armazenamento de dados.

Mercados secundários

Há um movimento de deslocamento da infraestrutura para cidades menores. Por exemplo, em São Paulo não há mais tanta construção, como comentam os especialistas consultados, mas agora os investimentos estão se deslocando para o Rio de Janeiro, ou seja, os fornecedores não estão mais entrando apenas nas capitais, mas também estudando cidades secundárias.

Edge e Networks

“Em 2024, o edge permanecerá na mesma tendência de crescimento e exigirá muito investimento em tecnologia. Os ISPs estão apenas atingindo os pontos de retorno do investimento, ainda precisamos dar a eles esse ano para poderem se estabilizar. Em 2024, o investimento ainda estará parado”, diz Alexander Alfonso, gerente global de engenharia de Data Center da EdgeUno.

As principais mudanças que continuarão ocorrendo em 2024 estão ligadas à adoção de novas tecnologias para garantir que os Data Centers estejam prontos para IA, 5G e Edge Computing.

Aumento do gasto

A Omdia prevê que os gastos com redes de telecomunicações no edge chegarão a quase 7 bilhões de dólares (34 bilhões de reais) até 2032. Essas despesas incluem CapEx e OpEx relacionados a serviços locais, servidores e hardware, software e integração e implementação profissional. “Atualmente, as empresas de telecomunicação estão construindo as bases necessárias para o Edge Computing em toda a nuvem de rede, tanto no núcleo quanto na RAN, e aprimorando sua perspicácia técnica e de negócios no desenvolvimento e comercialização de tecnologia”, disse Kerem Arsal, analista principal sênior de Networked Edge e Transporte 5G da Omdia. Mas será necessário resolver a ausência de casos de uso interessantes para atrair as empresas a investir mais em Edge Computing.

O consumo global de dados por meio de redes de telecomunicações quase triplicará até 2027, embora ainda não haja como aumentar as receitas de conectividade enquanto responde a essas demandas crescentes

Os fornecedores de serviços enfrentam desafios financeiros significativos à medida que continuam a investir em recursos legados de TI e rede, estender seu alcance de fibra, aumentar suas redes principais 5G standalone (SA) e expandir sua pegada de RAN para permanecer competitivo. Com essas tendências e desafios em mente, os fornecedores de serviços se concentrarão na adoção de tecnologias inteligentes de automação e IA para melhorar a eficiência geral dos negócios e operacionais em toda a rede, segurança, infraestrutura e aplicativos em um ambiente híbrido/multicloud.

Também tentarão automatizar a medição e o controle de seu consumo de energia e resfriamento usando ferramentas inovadoras de hardware, software e IA, especialmente na RAN, mas também em suas implantações de núcleo e Data Center.

Implementação constante de infraestrutura

O constante aumento do consumo de dados das redes cabeadas e sem fio exige a implementação de infraestrutura de acesso, core e transporte (redes de fibra óptica e redes FTTX) para garantir a capacidade, qualidade e continuidade dos serviços. “Além disso, a tendência de cloudificação de suas funcionalidades é crescente, assim como a aplicação de Inteligência Artificial para a otimização, operação e manutenção destas”, afirma Miguel Rojas, gerente de construção e infraestrutura da Claro Peru.

Expansão dos edge para cidades menores

Os Edge Data Centers continuarão a se expandir na América Latina, mas se mudarão para cidades menores para estarem mais perto dos usuários.

Os cabos submarinos determinarão quais mercados crescerão mais

A capacidade submarina vai determinar quais mercados vão crescer. Onde quer que essas rodovias marítimas estejam presentes, os investimentos em mais Data Centers chegarão, por exemplo.

O 5G continuará a mudar a conectividade

Na América Latina, a chegada das redes de quinta geração destravará projetos que estavam pausados e parados, como IoT, telemedicina e veículos autônomos, que poderão dar seus primeiros passos.

Redes SD-WAN

Haverá uma revolução porque já tínhamos dado alguns passos, como as redes SD-WAN. Há uma oportunidade de criar conectividade gerenciada, mas muito mais globalizada. “Qualquer avanço tecnológico que exceda as capacidades atuais será fundamental: energia, IA, tudo isso vai precisar dessa infraestrutura para se desenvolver, caso contrário esses investimentos serão pausados. É necessário fazer esses investimentos, mas eles têm um impacto de Capex muito alto no início e o ROI será em aproximadamente 3 anos. Haverá momentos muito específicos e países muito específicos que precisarão desses investimentos, os quais são muito robustos e o uso é indefinido por enquanto. A AWS, Azure, entre outros, são claros sobre qual é a previsão de crescimento. Agora cabe aos grandes players fazer seus investimentos”, diz Alexander Alfonso, Gerente Global de Engenharia de Data Center da EdgeUno.

Cloud & Hybrid

Nos últimos anos, o mercado de nuvem cresce a um ritmo acelerado, movimentando 60 bilhões de euros (319 bilhões de reais) no ano passado e uma previsão de 650 bilhões (3,5 trilhões de reais) até 2032, como aponta a Paradigma Digital.

A corrida para a nuvem, uma estrada cheia de obstáculos de segurança

Os gastos globais com nuvem pública crescerão 20,4%, consoante a Gartner, uma tendência que não mostra sinais de desaceleração. Como a Vertiv aponta, essa migração maciça coloca grande pressão sobre os fornecedores de serviços em nuvem para aumentar suas capacidades rapidamente e responder à demanda por IA e computação de alto desempenho. “Por esse motivo, eles continuarão a recorrer a parceiros de colocation em todo o mundo para fazer essa expansão acontecer. Para os clientes de nuvem que estão movendo cada vez mais dados para fora do local, a segurança é fundamental”, disse a Vertiv. As empresas planejam aumentar os gastos com segurança cibernética em 2024. A empresa acrescenta que “as disparidades entre a legislação nacional e regional de segurança de dados podem levar a desafios complexos de segurança, à medida que os esforços para padronizar esse segmento continuam avançando”.

Nuvem soberana, uma oportunidade de negócio

Os fornecedores de nuvem de hiperescala se tornaram os principais participantes do setor, mas lidar efetivamente com cargas de trabalho altamente regulamentadas e sensíveis é um desafio pendente. Com essa limitação em mente, as nuvens soberanas estão se expandindo, atendendo aos rigorosos requisitos para hospedar com segurança cargas de trabalho críticas. Portanto, os clientes que desejam implantar e migrar aplicativos com dados confidenciais e cumprir as regulamentações de seus respectivos países, encontram nos fornecedores de nuvem soberanos uma opção adequada.

A nuvem híbrida continuará na liderança

O modelo de nuvem híbrida é o escolhido pelas instituições como referência. Dessa forma, as empresas podem acessar os benefícios da nuvem pública (escalabilidade, continuidade de negócios, acesso a tecnologias inovadoras, etc.), mantendo suas aplicações para uso privado no local.

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