Atualmente, o Brasil é o principal mercado de data centers da América Latina. O aumento da demanda tecnológica e o crescimento da computação em nuvem são alguns dos fatores que impulsionam o mercado. Além disso, a pandemia de Covid-19 foi um forte impulsionador da transformação digital nas empresas que atuam no país.

Segundo o Data Center Map, o Brasil conta hoje com 77 de data centers voltados para Colocation, com destaque para Ascenty, Equinix, Scala Data Centers e ODATA. Número que vem crescendo com a entrada de outros players no setor como a Elea Digital.

Na liderança desse ranking, São Paulo conta com 29 data centers para a modalidade de colocation, seguida pelo Rio de Janeiro, que possui 9 instalações e Campinas (SP) com 7 data centers de colocation.

Ganhando destaque neste novo cenário está a região Nordeste que vem crescendo, impulsionada por Fortaleza (CE). A cidade vem se destacando nas américas como um indispensável ponto de transferência de dados de alto tráfego de informações. Hoje Fortaleza conta com três instalações, Recife, João Pessoa e Campina Grande contam com uma instalação padrão Tier III cada uma.

Na outra ponta, o Sul do país vem ampliando o leque de opções de colocation. As cidades que possuem instalações são: Curitiba (2), Maringá (1), Cascavel (2), Porto Alegre (1) Santa Maria (1), Xaxim (1) e Joinville (1). Algumas dessas instalações foram inauguradas recentemente e a região segue pujante com anúncios de novas construções e ampliações.

“A decisão pela construção de novos e maiores data centers é tomada com base em estudos detalhados de mercado, demanda constatada e projetada. Cada grupo tem a sua própria estratégia. Caso, por algum motivo a demanda não seja suficiente para todos, certamente teremos um movimento de fusões e aquisições nos médio e longo prazos”, avalia Sérgio Costa, fundador e CEO da Strings, consultoria de Investimentos e Negócios Globais.

De que nicho vem a maior parte da demanda por data center hoje?

A maior parte da demanda deverá seguir concentrada em Software as a Service, aplicativos que apoiam o trabalho remoto e o híbrido, educação a distância, digitalização de processos, e-commerce, serviços financeiros, serviços de streaming e, principalmente agora, na demanda por rede 5G e sistemas com lógica de intertravamento e criptografia como o blockchain.

Alguns especialistas apontam que nos próximos cinco ou seis anos o mercado de data center brasileiro chegará à maturidade. É isso mesmo?

Eu acredito que o mercado irá experimentar uma consolidação nestes próximos cinco anos. A partir dessa consolidação o que irá ocorrer, será um novo ciclo de crescimento em ritmo e padrões diferentes dos experimentados até o momento, inclusive com variação nos tamanhos, localização geográfica, e tecnologias construtivas e operacionais.

O mundo vive realmente uma disrupção? Sem a infraestrutura crítica digital hoje o mundo inteiro fica em silêncio?

Estamos absolutamente dependentes de recursos e ferramentas digitais. Os investimentos em Data Centers são um importante instrumento para o desenvolvimento de qualquer país ou região. No caso dos Data Centers, eles são a infraestrutura que possibilita a digitalização, a operação e o surgimento de muitos novos negócios, que precisam de armazenamento em nuvem, processamento; tudo quase que em tempo real.