Por Julio Cesar Bertin, Product Engineering na Prysmian Group
A indústria de Data Centers vem sendo uma das mais inovadoras e de mais rápido crescimento dos últimos anos. As empresas nesse setor enfrentam desafios constantes devido às rápidas mudanças tecnológicas, sendo a Inteligência Artificial (IA) um dos principais motores dessas transformações. Contudo, com a velocidade das inovações, surgem desafios não apenas tecnológicos, mas também relacionados às pessoas que operam e gerenciam essas infraestruturas críticas.
Uma pesquisa recente da Gartner revelou que o crescimento lucrativo é a principal prioridade para CFOs e CEOs do setor, tendo tecnologia e força de trabalho como as próximas prioridades em escala de importância. Olhando para esse terceiro ponto, esses executivos demonstram grande preocupação com as mudanças no talento, tanto pelas crescentes expectativas de remuneração como pelo desejo de flexibilidade dos funcionários.
Profissionais de Data Centers geralmente tem remunerações acima da média de outras áreas, refletindo a complexidade e responsabilidade das suas funções. No entanto, essa remuneração elevada não elimina a necessidade de se investir em desenvolvimento contínuo e em abordagens inovadoras nas relações de trabalho. À medida que as tecnologias evoluem, a gestão de pessoas deve acompanhar essa evolução para garantir que os Data Centers continuem operando com eficiência e inovação.
No futuro, a demanda por profissionais de Data Centers com habilidades avançadas em tecnologias emergentes só aumentará. A preparação das equipes não pode se limitar apenas ao treinamento técnico, ou comportamental básico. Deve incluir o desenvolvimento de habilidades interpessoais e a gestão eficaz de perfis de personalidade. Estudos mostram que empresas que investem em Inteligência Emocional (IE) e desenvolvimento humano eficaz veem uma melhoria de até 24% na retenção de talentos e uma redução de 33% no absenteísmo (Gallup, "State of the Global Workplace", 2021), além de apurar um ROI superior a 4x o valor desses investimentos, segundo estudos da Harvard Business Review.
A indústria está na vanguarda da inovação tecnológica, mas não pode negligenciar os aspectos humanos que sustentam essa evolução. Adotar uma nova visão nas relações de trabalho é essencial para garantir que as empresas possam se adaptar rapidamente às mudanças e pode fazer a diferença em definir quem irá liderar o mercado, na medida em que criam um ambiente que propicia um excelente trabalho em equipe, com engajamento, inovação, valorização, retenção e até atração de talentos, oriundos do próprio ecossistema de Data Centers ou de outras áreas. Estudos mostram que 83% das empresas acreditam que desenvolver uma força de trabalho ágil e flexível é fundamental para o sucesso futuro (Deloitte, "Global Human Capital Trends", 2021).
Para enfrentar os desafios futuros, é fundamental que as empresas adotem uma nova visão nas suas relações de trabalho. A adaptação tecnológica deve ser acompanhada por uma adaptação humana. Entender os padrões de comportamento e os perfis de personalidade dentro das equipes permite entregar de forma individualizada as necessidades, preferências, valores e fatores de motivação intrínsecos de cada pessoa. Isso não se aplica apenas nas relações entre líderes e liderados, mas, principalmente, entre os colaboradores entre si, o que é o maior valor dessa abordagem.
Investir no desenvolvimento humano com uma nova abordagem que incentiva a retenção e aplicação prática do conhecimento adquirido, utilizando ferramentas de análise comportamental e a ampla gestão de perfis, pode ser uma estratégia decisiva para enfrentar os desafios futuros de interação humana. Ao focar não apenas na tecnologia, mas também nas pessoas, as empresas estarão preparadas para qualquer cenário que a revolução tecnológica traga, unindo IA com a IE, na criação de novos tempos que ainda vislumbramos prever...
Mais sobre Canal Gestão & Operação
-
-
-
Discussion Brunch Briefing - TI Descentralizada