À medida que a crise climática global se aprofunda, as principais organizações estão alterando as metas de sustentabilidade corporativas de modo a evitar o impacto negativo e criar mudanças positivas. No mínimo, as empresas estão elaborando estratégias alinhadas com os objetivos do Acordo de Paris e reconhecendo a necessidade urgente de descarbonizar as economias globais.

A consultoria IDC prevê que 90% das empresas do G20 exigirão materiais reutilizáveis nas cadeias de fornecimento de hardware de TI, metas de neutralidade de carbono nas instalações dos provedores e menor uso de energia como pré-requisitos para fazer negócios até 2025.

Até o momento, muitas empresas de data center gerenciam o consumo de energia e as emissões de carbono correspondentes, por meio de inovações no design e medidas de consumo eficiente de energia. Várias operadoras foram além, comprometendo-se com 100% de energia renovável e neutralidade de carbono; algumas se alinharam ao Acordo Verde da União Europeia (UE), que exige a completa neutralidade de carbono nos data centers até 2030.

Em 2021, espera-se que a economia digital continue se expandindo e acelerando, colocando os data centers em uma posição-chave, com a responsabilidade de gerar um impacto ambiental positivo.

Em 2021, veremos o movimento em direção aos primeiros grandes projetos de data center com agenda e sustentabilidade positivas.

Há uma variedade de maneiras potenciais em que os data centers podem causar um impacto ambientalmente positivo. Desde oportunidades indiretas para influenciar o desenvolvimento de plataformas de hospedagem que possam combinar com precisão previsões meteorológicas, padrões de uso e demanda, e recursos como derramamento de carga, até ações específicas, incluindo aproveitar soluções de armazenamento de energia no local que forneçam fontes flexíveis e instantâneas, ou até mesmo utilizar a energia residual na forma de calor para deslocar a demanda local de energia.

A migração da neutralidade para o impacto positivo exigirá uma abordagem baseada em tecnologia. Também exigirá a construção de ecossistemas de partes altamente interessadas. A longo prazo, a convergência dessa tendência e o surgimento de aplicações de próxima geração que exigem latências de ida e volta ultrabaixas resultarão em uma mudança nos locais dos data centers. A próxima geração será descentralizada e integrada às comunidades, servindo como ecossistemas resilientes para computação, conectividade, energia e calor.

O foco maior na sustentabilidade é acompanhado por uma migração para normas de infraestrutura de data center aberta, desde design e operação até gestão de energia, células de combustível de próxima geração e resfriamento. Essa tendência acelerará a inovação do data center e desempenhará um papel vital na positividade da rede, reduzindo as barreiras que os provedores de equipamentos enfrentam no desenvolvimento de plataformas que atendam a instalações de data center de missão crítica.

Uma confluência de fatores — incluindo o avanço na habilitação de tecnologias (em parte por meio de plataformas de hardware mais abertas e melhor interoperabilidade entre os fornecedores); crescente urgência na resolução das mudanças climáticas por meio do desenvolvimento de fontes de energia renovável e integração nos mercados atacadistas de energia; os desafios associados do armazenamento e novas plataformas que requerem latência cada vez menor e de ponta a ponta; e a necessidade de aproximar recursos de computação e rede da edge — estimulará uma nova geração de projetos de data center com agenda positiva.