“A nuvem é a base que permite e permitirá aos bancos serem os grandes enablers na era dos clientes. Um exemplo real e atual é a popularização dos Sistemas de Pagamento Instantâneos (vide PIX), que tendem a ser a modalidade que vai dominar o mercado. Quanto mais online/tempo real, maior a necessidade de celeridade/resiliência e menor latência; e os sistemas na nuvem com certeza é que vão conseguir proporcionar isso”, afirma categoricamente o diretor geral da Nextios, Guilherme Barreiro, acrescentando que operações financeiras tendem a ser mais rápidas, baratas e seguras com o PIX; e que as instituições estão acelerando seus investimentos para se prepararem pra essa virada, com disponibilização ao público prevista para novembro deste ano.

Para o diretor geral da Nextios, a adoção de novas tendências "serverless" e de contêineres, aceleram o desenvolvimento e a promoção de novos produtos para produção, fazendo com que a celeridade/agilidade no go to market de novos produtos seja incomparável com o modelo convencional de TI.

A Nextios, atua como uma unidade de negócios do Grupo Locaweb, no mercado B2B desde 2003. “Ao longo dos anos, passamos por diversas transformações para potencializar a estrutura por meio dos negócios. Em 2018, a Locaweb Corp, que já atuava na frente corporativa, comprou a Cluster2GO, focada em serviços de cloud. Consequentemente, surgiu a necessidade de consolidar a Nextios, criando uma empresa mais tecnológica, eficiente e sustentável em uma nova estrutura, proposta e marca, lançada em 25 de junho deste ano.

A empresa conta dois data centers em São Paulo e em Barueri. “Além dos data centers Nextios, prestamos serviços na rede global da Amazon Web Services (AWS) em seus mais de 216 pontos de presença”, acrescenta o diretor, que em entrevista traz mais detalhes da atuação da empresa como um habilitador dos bancos na era da Transformação Digital.

Tatiane Aquim: Quais são os grandes desafios das instituições financeiras no cenário atual?

Guilherme Barreiro: Os hábitos de consumo mudaram nesta nossa nova configuração de vida e, com isso, a forma de como usar o dinheiro também mudou. Os dados mostram que o consumo em e-Commerce cresceu 47% comparando com o Q2 de 2019 e, quanto mais transações online, maior a demanda por disponibilidade dos seus serviços e para a segurança dos mesmos.

Nunca a escalabilidade e elasticidade de sua infraestrutura foi tão importante quanto agora. E a presença mais online também acaba fazendo com que oportunistas tentem se aproveitar dos mais vulneráveis e por isso proteção e segurança digital são super importantes. Um novo cenário desafiador inserido neste contexto é a nova dinâmica que o PIX, sistema de pagamentos instantâneos do Banco Central, trará com a disponibilidade de transações, em tempo real. Disponível 24h, a plataforma promete alavancar e eficiência do mercado, com baixo custo e melhor experiência do usuário. Esta nova janela para crescimento exponencial de negócios, traz novos desafios também às empresas que solicitaram cadastramento no PIX. Uma das recomendações de mitigação e a prevenção de fraudes em operações financeiras pela plataforma recomenda o uso de detecção de vida como validador das transações. Transações como estas, demandam uma visão mais ampla, aumentando cada vez mais as dependências de tecnologia como provedora e aceleradora das transformações digitais, com segurança, aos novos desafios e alternativas que aumentam a competitividade de negócios, que aumentam a adesão às operações digitais.

T. A.: As instituições financeiras brasileiras têm investido na nuvem?

G. B.: Os desafios citados acabam, como consequência, gerando maior necessidade de consumo em nuvem. Portanto, quanto maior a demanda de crescimento online, maior o investimento em nuvem. Pesquisas de mercado encomendadas por nós, mostram que o investimento inclusive tende a crescer bastante agora em linha com o crescimento do otimismo do mercado. Nessas pesquisas encomendadas, inclusive comparamos os investimentos em TI, dos Estados Unidos e China, que estão entre três e quatro meses à nossa frente na régua de comparação da crise e, ambos países, reforçam esse otimismo pois já vimos ali uma aceleração bem grande no investimento em TI. Além disso, esse crescimento tem sido bastante focado na Inovação Tecnológica, o que "puxa" exatamente o investimento em nuvem por sua característica elástica, dinâmica e de baixo custo de entrada.

T. A.: Adesão à nuvem já é um fato consolidado no setor financeiro?

G. B.: Com certeza é sim. Hoje o BACEN possui uma série de normativas que, seguidas, permitem a adesão à nuvem, pelas instituições financeiras. A resolução 4.658 do BACEN estabelece padrões mínimos de segurança digital e também inclui requisitos mínimos para Computação em Nuvem. Ao mesmo passo, o normativo 3.909 estabelece orientações rígidas sobre política de segurança cibernética e requisitos para a contratação de serviços de processamento e armazenamento de dados e de Computação em Nuvem.

Portanto, existe hoje um caminho regulamentado para as Instituições Financeiras aderirem à nuvem de forma segura e compliant. É por isso que hoje estas instituições precisam muito de empresas como a Nextios, que além de prover serviço gerenciado em nuvem, conhecem muito do mercado financeiro com um time de pessoas que entendem dessas normativas e que ajudam as instituições a acelerarem a adoção à cloud de maneira segura.

T. A.: Nuvem é a chave para bancos reduzirem custos e alavancar a Transformação Digital?

G. B.: Essas novas tendências tecnológicas como as que citamos, que nascem já na nuvem, são as grandes alavancadoras da Transformação Digital. A proximidade dos times de infraestrutura e operações, implementando a cultura DevOps, é que realmente estão acelerando o processo. E não há a menor possibilidade de se implementar cultura como essa sem a nuvem e ferramentas de automação que dão mais autonomia aos times, sem perder aspectos de responsabilidade e controle de times envolvidos.

T. A.: Que resposta a Nextios daria a um cliente que fizesse a seguinte pergunta: é seguro abrir uma conta e manter dinheiro em um banco que só existe na internet?

G. B.: A resposta da Nextios seria que, abrir uma conta em um banco 100% digital não é mais nem menos seguro do que num banco convencional. A grande verdade é que ser uma instituição financeira no país, regulamentada, a ponto de ser um banco, seja digital ou convencional, passa pelas mesmas exigências de segurança e compliance, o que coloca os bancos no mesmo patamar de confiabilidade, no tocante a tecnologia, segurança cibernética e infraestrutura de TI.

T. A.: Os bancos ficaram mais ágeis na crise, mas isso vai durar?

G. B.: Os bancos estão ficando mais ágeis, pois hoje a concorrência também é maior. As novas regulamentações do BACEN permitem que novas opções de bancos digitais entrem no mercado e acabem enfrentando os bancos tradicionais e, estes bancos, se veem obrigados a digitalizar seus portfólios e produtos para serem competitivos. Olhando para o comportamento do consumidor, fica claro que isso só tende a aumentar.

O Brasil já possui um sistema financeiro, muitas vezes, melhor que muitos países de primeiro mundo. Lembro-me quando estava vivendo fora do país, nos EUA, em 2005, que uma conta que eu pagava num dia levava entre três e quatro dias para compensar e nós já estávamos online fazia tempo. E essa distância encurtou mais ainda, pois nos mantivemos bem modernos. Não vejo espaço para darmos passos para trás neste sentido.

T. A.: Qual é o porte dos data centers da Nextios?

G. B.: Os dois data centers localizados em São Paulo e Barueri são de grande porte e possuem certificações PCI-DSS e ISAE 3402. Em infraestruturas robustas entregamos serviços profissionais e gerenciados atendendo, inclusive, clientes com projetos e aplicações de missão crítica como ERP (Enterprise Resource Planning) desde a arquitetura, migração, configuração, gestão e suporte. O diferencial desta categoria de serviços foi reforçado no estudo da ISG Provider Lens sobre Next-Gen Private/Hybrid Cloud – Data Center Services & Solutions 2020 para o Brasil no qual apresenta a Nextios como líder de “Managed Services for Midmarket”