Talvez você já tenha notado em algum de seus aplicativos informações sobre sua neutralidade em emissões de carbono. Mas o que isso realmente significa? A verdade, é que veremos cada vez mais iniciativas como esta, com empresas buscando melhorar e dar visibilidade sobre seus resultados de sustentabilidade, principalmente em relação às emissões de gases do efeito estufa. Isso porque, com o agravamento do aquecimento global, governos, investidores e sociedade cobram que as empresas tomem posicionamentos mais relevantes em relação à crise climática.

Em todas as indústrias, se acelera uma revolução nos negócios com a cooperação do físico e do virtual tomando um papel central. A adoção de Nuvem é um dos fatores que habilita essa aceleração e, comumente, se entende que, por si só, já trará reduções significativas na pegada de carbono, mas nem sempre é o caso.

Por trás de cada uma das nossas interações digitais existem dados e processamento em data centers espalhados pelo mundo. Estima-se que até 2030, 20% do consumo de energia global será proveniente da indústria de Tecnologia da Informação e pelo menos um terço dessa energia é relacionada aos data centers.

Alguns provedores de Nuvem já investem em data centers sustentáveis utilizando fontes de energia limpa ou reduzindo seu consumo de energia com resfriamento, colocando-os debaixo d'água ou investindo em equipamentos mais modernos, por exemplo. No entanto, nem todos têm metas transparentes em relação a isso. Ou ainda, alguns de seus data centers estão em regiões cuja produção de energia elétrica é altamente poluente, e suas clientes não têm ciência do impacto na sua pegada de carbono ao escolher tais regiões para rodar suas soluções.

As empresas que entendem que tecnologia está no centro de seus negócios devem adotar uma abordagem Green Cloud, incluindo metas de sustentabilidade digital em sua estratégia e iniciativas concretas, como, a escolha intencional de provedores e serviços de Nuvem com pegada de carbono reduzida.

Também é fundamental dar visibilidade a essas metas e o seu estado atual para que áreas e times envolvidos possam atuar sobre elas. Algumas ferramentas podem apoiar neste sentido, uma delas é a Cloud Carbon Footprint, uma solução de código aberto que se conecta a diferentes provedores de Nuvem medindo emissões de carbono e recomendando otimizações para reduzi-las.

A empresa também deve otimizar, continuamente, a utilização de recursos computacionais em Nuvem. Para isso, é necessário evitar desperdícios em sua infraestrutura, eliminando recursos ociosos ou otimizando suas configurações de rede, por exemplo. Atualmente, segundo o "State of the Cloud Report" de 2021, conduzido pela Flexera, em média 30% dos gastos em Nuvem é desperdício. E, normalmente, ao adotar Green Cloud se obtém uma significativa redução de custos.

É indispensável considerar a sustentabilidade em suas práticas de engenharia de software e otimizar aplicações para fazerem melhor uso das características e benefícios dos serviços de Nuvem. O que contribui, também, para aumentar a eficiência no desenvolvimento de software, pois reduz dependências, complexidade e carga cognitiva neste processo.

O principal benefício de uma abordagem Green Cloud é o impacto ambiental, mas as vantagens vão muito além. A empresa também demonstra para o mercado e para seus clientes que está comprometida e cumpre suas metas para evitar danos irreversíveis ao meio ambiente. Isso fortalece a marca, atraindo não somente clientes, mas também talentos, além de aumentar a confiabilidade para investidores.

Atualmente o setor de TI já supera o da aviação nas emissões de CO2 e essa tendência cresce com o avanço de tecnologias que demandam ainda mais poder computacional como IoT, criptomoedas e IA. Green Cloud coloca em foco a responsabilidade em lidar com isso para cada solução de tecnologia em Nuvem que se entrega, ajudando a impactar positivamente o meio ambiente e também os negócios. Você já tinha parado para pensar sobre isso?