Nesta semana em que foi comemorado o Dia Internacional da Mulher, quero celebrar todas as mulheres, independentemente do campo em que trabalhem, quero homenagear todas aquelas que contribuem para o bem-estar de famílias, de um jeito ou de outro: de mães que acordam cedo todos os dias para arrumar seus filhos para a escola, àquelas que dividem seu tempo entre suas casas e seus trabalhos e que são o alicerce de suas famílias e de seus locais de trabalho.

Também acredito que é o momento perfeito para olhar para a situação passada e atual das mulheres na indústria na qual tive a sorte de trabalhar e crescer como engenheira e como mulher. Sei que o campo da tecnologia não é estranho para as mulheres: ao longo dos anos, ele viu várias mulheres pioneiras e influentes, como Ada Lovelace, uma pioneira na programação de computadores ou Hedy Lamarr, a inventora do espectro alargado, uma forma de transmitir os sinais de rádio usados em GPS, Bluetooth e conexões Wi-Fi.

Algumas das mulheres latino-americanas que têm atualmente papéis de liderança nas áreas de STEM (ciência, tecnologia, engenharia e matemática) neste grupo se incluem Lilian Rincón, que trabalha com assuntos relacionados à Inteligência Artificial e ocupa atualmente o cargo de Diretora Sênior de Gerenciamento de Produtos para a Google Assistant e Diana Trujillo, que alcançou seu sonho de trabalhar na NASA e é uma das engenheiras de telecomunicações, que dirige missões da sonda espacial Curiosity em Marte.

Embora essas mulheres impressionantes trabalhem atualmente na área de STEM, as mulheres são sub-representadas nessas carreiras em comparação aos homens – e a indústria de data centers não é uma exceção.

Os Principais Obstáculos para Aderir ao Setor Tecnológico

Perguntamos a diversas mulheres que trabalham na Vertiv América Latina para compartilhar os principais obstáculos enfrentados por jovens mulheres quando elas mesmas entraram no mercado de trabalho, e porque era tão importante para elas que mais mulheres se envolvessem na força de trabalho do setor tecnológico, especialmente em data centers.

Renata Pádua, coordenadora de Projetos na Vertiv Brasil sente que as mulheres foram tradicionalmente “vistas como um símbolo de fragilidade” e não tiveram apoio em campos de estudo ou carreiras que fossem voltadas para a matemática ou para ciências.

Entretanto, as tendências atuais buscam encorajar as mulheres a participar em diversos espaços, sem limites nos papéis que podem ter. Por exemplo, a fabricante de brinquedos Mattel criou campanhas, através de sua linha de bonecas Barbie, que encoraja meninas a seguir carreiras profissionais. Seu slogan: “você pode ser tudo que quiser”, permite que as meninas brinquem de ser professoras, veterinárias, advogadas ou o quem quiserem ser.

“Historicamente, as mulheres tenderam a escolher caminhos mais voltados para as áreas humanas do que científicas. Na minha opinião, isso é porque a sociedade ocidental não promove a participação das mulheres em diferentes espaços e prefere a ideia das mulheres no papel de esposas e mães”, diz Dayana González, gerente de RH na Vertiv México.

Magdalena Mardones, gerente de canais na Vertiv Chile, acredita que as áreas técnicas, como TI, que são esmagadoramente dominadas por homens, se beneficiariam em ser mais inclusivas e aceitar as competências que as mulheres podem trazer para o trabalho. “A área de telecomunicações é outro exemplo de um segmento onde temos que acabar com os estigmas e estereótipos. Há espaço para que nós participemos no campo técnico”.

Enquanto isso, Gineth Contreras, executiva de vendas para a região NSA na Vertiv nos diz que “cientistas e engenheiros estão atualmente trabalhando para resolver alguns dos desafios mais prementes de nossa época. Com uma força de trabalho mais diversa, provavelmente os produtos, serviços e soluções seriam mais bem projetados e melhor representariam todos os usuários. Com isso em mente, é importante encorajar mulheres em áreas nas quais elas menos participam. Isso inclui engenharia elétrica, eletrônica e mecânica, dado que elas têm um impacto direto sobre a indústria de data centers, que é o cerne das soluções da Vertiv”.

Dedicadas à Tecnologia

“Minhas habilidades e o desenvolvimento da minha carreira profissional sempre foi atrelado ao setor comercial. Quando eu era criança, estava vivenciando naturalmente a mudança de paradigma que ocorreu com o surgimento dos computadores, consoles de vídeo games e telefones celulares. Eles chamaram minha atenção e me fizeram querer ser parte desta indústria”, diz Magdalena Mardones, acrescentando que esta é uma indústria dinâmica, que apresenta novos avanços diariamente, bem como a necessidade de se adaptar à Transformação Digital. "Ontem era o 4G, hoje é 5G, cidades inteligentes, realidade aumentada, veículos autônomos e a edge da rede”, completa.

“Meu começo no setor tecnológico foi por acidente”, comenta Mariela Patricia Missiano, gerentes de vendas para a região APUB (Argentina, Paraguai, Uruguai e Brasil) na Vertiv Argentina, “mas eu descobri um mundo que era tão excitante, que ainda estou aqui 15 anos depois. A tecnologia é dinâmica, sempre mudando e nos empurra para crescer, aprender e evoluir constantemente. Acho que nós, como mulheres, temos muito o que contribuir. Nosso mundo é enriquecido pela diversidade, é apenas uma questão de derrubar preconceitos e virar a chave cultural que nos diz, há muitos anos, que as mulheres não são boas para esse tipo de coisa”.

“Há 12 anos, entrei nessa empresa sabendo que a Vertiv desempenha um papel chave no futuro da vida das pessoas. Todas as indústrias têm uma necessidade crescente de usar a informação e o fazem em alta velocidade. Nossa empresa dá suporte às informações críticas que pertencem a indústrias que são vitais para a humanidade”, diz Diana Ayerve, gerente da cadeia de suprimentos na Vertiv Peru, sobre sua própria paixão pela indústria de tecnologia.

A Vertiv atualmente oferece o programa WAVE (As Mulheres na Vertiv se Sobressaem, do inglês Women at Vertiv Excel) para colaboradores, uma rede de suporte para mulheres e homens, que alinha ações e valores corporativos visando proporcionar às mulheres ferramentas, recursos e oportunidades com os quais podem contar em seus trabalhos. A iniciativa de marketing e relações públicas da Vertiv América Latina, DC4Women, foi desenvolvida como parte desse programa e com o objetivo de aconselhar mulheres estudantes de engenharia sobre como se envolverem na indústria de data centers. Esperamos que essa iniciativa ajude a valorizar as mulheres latino-americanas na indústria de tecnologia e a que outras empresas proporcionem orientação similar para jovens mulheres.

Embora ainda sejamos uma parte relativamente pequena do setor de tecnologia, tenho certeza que esta situação mudará ao longo do tempo. Nossa forma de ver as coisas, diversidade, agilidade, colaboração e liderança nos levará a confrontar os desafios que essa área apresenta. A inclusão das mulheres na indústria de tecnologia é cada vez mais importante no nosso mundo, que segue em constante evolução.

*Yadira Suárez é a diretora de marketing da Vertiv América Latina.