A energia consumida pelos data centers representa algo em torno de 2 a 3% do total de energia consumida mundialmente. Com o crescimento da área de Colocation nos próximos anos, a expectativa é que o investimento em Eficiência Energética seja um dos principais vetores do setor. No Brasil não é diferente. É o que aponta a Mecalor, uma das líderes em soluções de engenharia térmica para data centers.

Para a empresa, o mercado de data center brasileiro deve dobrar de tamanho até 2025 e a Eficiência Energética precisará caminhar, no mínimo, no mesmo ritmo. “Falando de climatização de data centers, sabemos que sua representatividade em termos de consumo de energia é enorme. Portanto, haverá um grande avanço nesta área. Nossas vendas em climatização de data centers estão crescendo a despeito da crise atual”, conta o diretor comercial da Mecalor, Marcelo Zimmaro, explicando que equipamentos com alta eficiência energética combinam características de um conjunto de componentes de alta performance, ajustados e otimizados entre si e um sistema baseado em algorítimos, que agregam inteligência ao sistema, permitindo que o equipamento possa tomar de decisões operacionais ajustando-se a demanda de carga gerada no data center.

O gerente de produto da Mecalor, Gilson Bertini, destaca que para os próximos anos, a expectativa de crescimento do mercado brasileiro de data center é muito positiva. “As mudanças de comportamento e uso da tecnologia vão continuar puxando o crescimento e com isso a climatização eficiente de data centers será cada vez mais demandada”, garante.

Em entrevista exclusiva, os especialistas da Mecalor contam quais são as principais novidades em climatização para data centers. Confira.

DatacenterDynamics: Quais serão as tendências para a indústria de data center em soluções de climatização?

Marcelo Zimmaro e Gilson Bertini: A Mecalor acredita que as inovações virão da customização e dos modelos de negócio no setor. Do ponto de vista da climatização de data centers, as tecnologias de produto hoje mundialmente estão muito alinhadas, ou seja, não há grande diferença de componentes e projetos de máquinas, por exemplo, compressores variáveis, ventiladores eficientes, etc. O diferencial que se agrega a estes equipamentos são inteligência e conhecimento ao seu sistema de controle e monitoração para que este possa se ajustar a necessidade da aplicação.

É neste aspecto que está baseada a tecnologia dos grandes fabricantes. A Mecalor acredita que as principais tendências do mercado estão concentradas em três pontos principais: confiabilidade da operação, eficiência energética e conectividade. O segredo verdadeiro está em encontrar a solução mais inteligente para cada situação de aplicação. Isso envolve analisar bem as inúmeras variáveis de cada caso, por exemplo, tamanho do data center, layout de instalação, classificação de segurança, investimento disponível, consumo de energia, tipos de racks, dados climatológicos e assim por diante.

Por hora não existe uma super tecnologia inovadora que irá resolver todos os problemas de todos os data centers, ou seja, as soluções já estão aí e estão evoluindo, só precisam ser bem aplicadas. É o que fazemos aqui na Mecalor.

DCD: Que normas técnicas regem este setor? O mercado está bem organizado neste sentido?

M.Z.: e G.B: Existe uma grande quantidade de normas disponíveis, internacionais e nacionais, que regem o setor. Por exemplo, a NBR, ISO, ANSI, ABNT, ASHRAE, dentre outras. O setor em geral conhece e segue bem as normas do ponto de vista teórico. O desafio está mais na escolha das soluções técnicas mais inteligentes para cada aplicação, sempre levando em conta as normas.

DCD: Que fatores normalmente impulsionam as vendas de equipamentos de eficiência energética? Qual a influência da qualidade da energia distribuída no Brasil e do clima, nas vendas dos equipamentos?

M.Z.: e G.B: Primeiramente o consumo de energia elétrica que um fator impactante na operação de data centers e em segundo plano, está a capacidade do sistema de climatização de se adequar a variação de demanda do sistema, procurando sempre o melhor ponto de operação. A qualidade de energia elétrica evoluiu muito nos últimos anos, assim como a robustez dos componentes elétricos e estes dois aspectos combinados asseguraram confiabilidade na operação. Este tipo de aplicação, em princípio, não sofre impacto de variações climáticas ou sazonalidades. Está mais relacionado a necessidades e implantação de sistema de processamento de dados e informações.

DCD: Há problema de falta de qualidade nesse setor? Que tipo de problema, ou riscos, a falta de qualidade pode trazer nesse caso?

M.Z.: e G.B: Qualidade é um item básico para qualquer tipo de negócio, obviamente, mas cabe aos clientes discernir sobre este ponto. Por exemplo, visitar as fábricas de seus fornecedores, conhecer em detalhes os projetos de equipamentos antes de comprá-los. De forma geral, vejo grande preocupação com qualidade no mercado de data center, pois quem atua nele sabe que é uma operação crítica e não seria muito inteligente buscar soluções de baixo preço e baixa qualidade, já que o impacto de uma parada pode ser desastrosa. Portanto, é preciso que os clientes avaliem com cuidado o TCO (Total Cost of Ownership) para fazer suas escolhas. Nosso posicionamento é estar na vanguarda de produtos para climatização de precisão junto com outros fabricantes globais, acrescentando um serviço de engenharia de aplicação e de pós vendas de alto nível e preços competitivos.

DCD: Qual o volume de vendas da empresa nessa área? O volume de vendas tem aumentado nos últimos anos?

M.Z.: e G.B: Não podemos revelar valores. Porém, podemos dizer que o volume é significativo e vem crescendo. Estamos investindo para que cresça ainda mais, de forma sustentável. Nos próximos 5 anos, pretendemos no mínimo triplicar nossas vendas no setor.

DCD: Quanto a empresa normalmente investe em pesquisa e desenvolvimento de produtos nessa área?

M.Z.: e G.B: Não divulgamos os valores e percentuais de P&D, mas posso dizer que temos investido um grande esforço de gente e de capital em produtos nesta área de climatização. Como a Mecalor tem 60 anos de existência e a linha de precisão nasceu há apenas 10 anos, é natural que estejamos concentrando esforços e desenvolver esta linha, que é promissora.

DCD: Quais foram os últimos lançamentos da empresa nessa área? Quais serão os próximos lançamentos?

M.Z.: e G.B: O último lançamento foi CPM (Climatizador de Precisão Mini) dedicada a pequenas salas de data center. Temos um cronograma de lançamento de novos produtos para 2020 e 2021 que envolve desde a renovação da linha existente até lançamento de produtos do zero.

DCD: Que linhas de produtos sua empresa oferece para o mercado de data centers?

M.Z.: e G.B: Temos uma linha completa de produtos para climatização de data centers. Desde equipamentos de pequeno porte para pequenas salas até soluções turn-key de climatização para grandes data centers. Temos equipamentos de alta performance, splits de precisão para pequenas salas, equipamentos perimetrais downflow, upflow e displacement e equipamentos para aplicações em sistemas de alta densidade, geralmente conhecidos com InRow e ainda climatização localizada de racks de alta densidade. Fabricamos também os resfriadores de líquidos “chillers” para centrais de ar condicionado expansão indireta.