Por José Rubens Macedo Filho, Diretor da Engemon Engenharia

A expansão do mercado de data centers no Brasil é uma tendência crescente, impulsionada pelo aumento do uso da tecnologia e do armazenamento de dados. Este setor tem crescido significativamente nos últimos anos, alavancado principalmente pelo aumento da demanda por serviços de nuvem e pela transformação digital do mundo corporativo. 

Para se ter uma ideia, na última edição do DCD>Connect, em novembro de 2022, foram apresentados 92 projetos de data center, de 10 países, com um investimento total de R$ 6,1 bilhões. Temáticas como sustentabilidade, energia renovável, crescimento da metodologia BIM, aceleração da transformação digital e aumento na demanda por multicloud foram debatidos em painéis compostos pelos maiores nomes do segmento no Brasil. 

Somos um dos países recordistas em tempo online e usuários de aplicativos. Isso nos leva à digitalização de tudo o que é possível, com automações de processos e negócios envolvendo tecnologias digitais com geração infinita de dados em ritmo acelerado. Daí a necessidade de construir data centers robustos, seguros e resilientes. O Brasil já lidera o mercado na América Latina, sendo responsável por mais de 40% do investimento total, segundo um levantamento feito pela empresa de consultoria Arizton. 

No cenário atual, os data centers podem ser considerados o core business de muitas empresas. Por isso, os gastos mundiais com esse tipo de infraestrutura - segundo dados do Gartner Group - devem girar em torno de US$ 490,3 bilhões em 2023, resultado da crescente adoção de tecnologias em nuvem e da necessidade de armazenamento de dados de forma robusta e segura. 

Além disso, diferentemente de outros setores, a demanda por data centers não foi afetada pela pandemia da Covid-19; pelo contrário: a procura por serviços digitais aumentou de forma significativa durante o período. O crescimento do comércio eletrônico, a maior adoção de inteligência artificial, a Internet das Coisas (IoT) e o 5G explicam este salto, que ao mesmo tempo em que gera oportunidades, também promove desafios às empresas que atuam no segmento: alta carga tributária, incerteza jurídica e regulatória, e falta de mão de obra qualificada. 

Por isso, há que se ter muito cuidado na hora de escolher os parceiros de negócios, já que eficiência e sustentabilidade (estima-se que os data centers consomem entre 1-2% da energia elétrica produzida no mundo) são as palavras de ordem atualmente. Novas soluções personalizadas integrando engenharia e tecnologia nos projetos e obras para atender às necessidades específicas de cada cliente são indispensáveis. Para as empresas que desejam investir na melhoria dos seus data centers, identificar o modelo ideal que garanta o desempenho e a confiabilidade dos serviços é a certeza de um retorno garantido.