O mês de novembro trouxe notícias relevantes quanto à comercialização e consumo de energia elétrica por Data Centers (DCs). A primeira que destaco é o estudo realizado pelo Grupo Gartner que aponta para o risco de o crescimento na oferta do insumo não ser suficiente para atender a demanda das empresas para processamento de dados em nuvem, Inteligência Artificial (IA) e Inteligência Artificial Generativa (GenIA).
De acordo com a consultoria, o consumo mundial dos DCs atingirá 500 terawatts-hora (TWh) por ano em 2027, um crescimento de 2,6 vezes em relação a 2023. Isso fará com que 40% dos DCs atualmente existentes estejam operacionalmente limitados pela baixa disponibilidade de energia. Outra consequência, ainda segundo o Gartner, é que os DCs terão de optar por fontes mais poluentes para o atendimento de suas cargas, prejudicando metas de descarbonização.
Uma outra notícia (esta, mais positiva) vem do Brasil. A consultoria Clean Energy Latin America divulgou que os contratos de longo prazo para fornecimento de energia renovável para DCs já somam 330 MW médios, totalizando R$ 7,7 bilhões.
A disponibilidade de energia em alta escala é um fator essencial, principalmente para DCs hyperscale que utilizam muito da rede de energia elétrica para processamento dos seus dados, treinamento de IA e outras atividades. Além da disponibilidade, o custo competitivo também é um item crucial, pois cerca de 50% (ou mais) do OPEX de um DC vem da energia elétrica.
Por isso, o Brasil emerge como um mercado atrativo para a instalação de novos DCs. Mais de 90% da energia elétrica produzida no país vem de fontes renováveis, com destaque para hidrelétrica, eólica e solar. Some-se a isso uma rede de transmissão robusta e de dimensão continental, capaz de fazer a conexão de geradores e consumidores mesmo em localidades distantes dos centros urbanos.
O incremento da participação dos DCs no mercado livre de energia é tendência inevitável, alavancando atributos de eficiência e competitividade. E, como maior empresa de geração e transmissão da América Latina, a Eletrobras é a parceira ideal dos investidores desse mercado.
A companhia conta com um parque com capacidade instalada de 44 GW, perfazendo 97% de energia limpa e renovável. A prevalência de usinas hidrelétricas em seu portfólio garante aos clientes disponibilidade 24x7, ou seja, energia firme 24 horas por dia, sete dias por semana. A Eletrobras é detentora ainda da maior infraestrutura de transmissão do Brasil, sendo responsável pela operação de mais de 35% das instalações do Sistema Interligado Nacional (SIN). Esta liderança se dá também na pesquisa e desenvolvimento de novas energias sustentáveis, como o hidrogênio verde (H2V) - grande vetor para a descarbonização da indústria, transporte e agronegócio.
E por falar em descarbonização, a Eletrobras comercializa também certificados de energia renovável I-REC e RECFY (produto criado pela própria empresa) para que seus clientes possam abater suas emissões oriundas do consumo de energia.
Capitalizada em 2022, a companhia estruturou uma área de Comercialização que tem como foco principal a experiência do cliente, oferecendo atendimento personalizado e consultoria de especialistas para transformar desafios em oportunidades de mais eficiência, flexibilidade e competitividade para os consumidores do mercado livre.