Há semanas, o risco de contágio de um novo vírus global mantém a humanidade em isolamento social e reorienta a rotina laboral e educacional da população mundial, o que tem levado a um aumento crucial da demanda por conectividade e exigido que as empresas trabalhem em prol de minimizar impactos e garanta o acesso das conexões mundiais.

Neste momento triste da história da humanidade, as empresas de data center vêm sendo postas à prova. Em meio à atual pandemia de Covid-19, elas precisam mostrar, de uma vez por todas, que estão prontas para colocar em prática o conceito "Always On" e que isto não é apenas uma frase publicitária.

“As empresas de data center e telecomunicações nunca foram tão exigidas. Essa é a hora em que elas precisam cumprir seus papéis perante a sociedade, assegurando a continuidade da economia brasileira”, afirma o country manager da Vertiv no Brasil, Rafael Garrido, acrescentando que, em decorrência do atual momento, é vital investir na melhoria de sistemas, já que a responsabilidade das empresas de missão crítica aumentou substancialmente, pois se elas falharem, o país para.

"Tenho dito constantemente ao meu time, que neste momento uma empresa que atua no mercado de missão crítica e serviços essenciais, deve assumir seu papel de protagonista, ajudando o Brasil a vencer os desafios atuais", completa Garrido. Confira a entrevista na íntegra, a seguir.

DatacenterDynamics: Qual o impacto do momento atual sobre a infraestrutura digital crítica do Brasil?

Rafael Garrido: A digitalização da economia nunca foi tão patente como agora. As infraestruturas críticas de comunicação, processamento de dados e conexão à internet, entre outros serviços, passaram ser mais fundamentais ainda para que os negócios e até mesmo o país possam operar nas condições atuais.

A infraestrutura crítica digital já estava se expandindo no Brasil. Estamos vendo um aumento da demanda desta infraestrutura, algo que está acelerando a digitalização da economia do país.

DCD: Se pudesse entregar uma mensagem aos gestores de data centers em operação no Brasil, hoje, qual seria?

R. G.: A economia como um todo passa por um processo acelerado de digitalização e, neste momento, os data centers são ainda mais fundamentais para as operações das organizações e para a sociedade como um todo. Dentro deste quadro, a disponibilidade da infraestrutura crítica, que sempre foi prioridade, passa ser ainda mais importante. Nunca ouvimos tanto se falar em serviços essenciais, não somente serviços críticos. Desta maneira, as estruturas de serviços de pós-venda de toda cadeia de fornecedores precisam estar alinhadas com as necessidades do data center. Se fornecedores, parceiros e prestadores de serviços não compartilharem desse entendimento e não estiverem preparados para atuar com força nesse momento crítico, quem pagará o preço será o data center, será o Brasil. É muito importante que a operação do data center e toda a cadeia de fornecedores esteja preparada para atuar com segurança e máximo comprometimento, entregando serviços essenciais para que a vida siga em frente.

DCD: Pode delinear como os diversos perfis de data centers estão reagindo a essa situação?

R. G.: O que tenho visto são os data centers de todos os perfis ratificarem os planos de investimento, aumentarem a demanda de serviços preventivos e cada vez mais se focarem em manter as aplicações e serviços críticos operacionais e disponíveis. Em vários momentos tenho dito que o mercado de data center é bastante resiliente e a maioria das empresas deste segmento tem reforçado o compromisso em suportar as operações do dia a dia da sociedade e das empresas (impacto econômico). Está claro, também, que as empresas têm adotado planos de contingência. Tenho visto os grandes players do mercado de data centers assumindo para si o desafio da continuidade e adotando ações preventivas para manter a economia digital funcionando. As empresas de soluções de missão crítica têm um papel chave neste momento.

DCD: Qual seria a principal demanda, o principal desafio do mercado brasileiro de data centers nesse momento?

R. G.: Sem dúvida nenhuma, o mercado de data centers assume, neste momento, um papel importante. É um segmento que oferece serviços essenciais num momento de aumento exponencial do tráfego de dados e completa digitalização dos negócios. Diante deste cenário, o desafio constante e diário é contar com parceiros (cadeia de fornecedores) que também entendam a essencialidade da oferta de serviços ao data center. E, a partir daí, continuem provendo serviços de qualidade ao data center. Isso tem de ser feito ao mesmo tempo em que esses fornecedores estão comprometidos com a saúde e a segurança de seus colaboradores. Quem atuar nas duas frentes – o compromisso com seu pessoal, o compromisso com o cliente – conseguirá ajudar o mercado de data centers brasileiro a manter suas operações num momento histórico de altíssima demanda e exigência sobre esse setor.

DCD: Observa alguma demanda específica em alguma região ou vertical do nosso mercado? Qual seria a razão disso?

R. G.: De uma maneira geral o mercado de data center tem demandado mais serviços preventivos e ações que mitiguem tempo de atendimento numa eventual emergência. Num momento que as operações críticas/essenciais passam ser ainda mais fundamentais, é natural que uma empresa de missão crítica como a Vertiv seja demandada a participar do plano de contingência dos nossos clientes. A Vertiv continua suportando o mercado com toda a estrutura de serviços existente – incluindo parceiros de canal em todo o Brasil. Somos aliados de negócio de nossos clientes, entregando ao mercado planos consistentes de contingência.