Para a Equinix, variados setores da economia experimentam hoje uma fase de transformação para atender às novas demandas de serviços baseados em Inteligência Artificial e Machine Learning. As empresas estão adotando a Edge Computing e as arquiteturas de Multicloud Híbrida para responder a este desafio. Cada vez mais, os negócios estão migrando de uma computação de data centers centralizados para uma infraestrutura distribuída geograficamente e em direção à digital edge, onde a troca de dados e a interconexão entre empresas e serviços de cloud estão crescendo de forma exponencial.
A empresa global de interconexão para data centers também aponta que em 2020, a Cibersegurança receberá atenção especial. A Equinix prevê que novos recursos de processamento de dados, como computação segura multipartidária, criptografia completamente homomórfica (operando com dados criptografados) e enclaves seguros (onde nem mesmo as operadoras de cloud podem ver o código que está sendo executado por um cliente) se aproximarão do convencional, permitindo que as empresas façam seus cálculos de maneira segura.
Com a crescente preocupação quanto à privacidade de dados pessoais em todo o mundo, a Equinix estima que as estratégias de TI se concentrarão cada vez mais na privacidade dos dados.
A Equinix prevê que as inovações digitais e tecnológicas fornecerão às empresas a oportunidade de superar barreiras, como a dispersão geográfica das cadeias de fornecimento à complexidade de materiais e da desconstrução de produtos. Análises máquina a máquina e de dados permitem que as empresas ajustem a oferta à demanda por ativos e produtos subutilizados. Junto com as tecnologias de mobilidade, a cloud pode desmaterializar produtos ou até mesmo setores inteiros.
Como os negócios dependem dos recursos dos data centers para se conectar com os clientes e executar muitos aspectos de suas operações, elas procurarão provedores com colocation não vinculado a fornecedores e que sejam defensores comprometidos, declarados e comprovados do avanço da sustentabilidade ambiental.
“Não podemos esquecer da sustentabilidade, que provavelmente será uma iniciativa das organizações de excelência, pois as partes interessadas veem as empresas digitais como líderes e inovadoras nas áreas de responsabilidade e sustentabilidade ambiental”, afirma o presidente da Equinix Brasil, Eduardo Carvalho.
Segundo ele, há muito espaço para crescimento no mercado brasileiro de data centers. A edição de 2019 do Global Interconnection Index (GXI), estudo anual feito pela Equinix, que avalia a velocidade de interconexão, aponta que, com a explosão de dados cada vez mais distribuídos geograficamente, as empresas estão aproveitando a interconexão para competir na economia digital, e a América Latina vem se destacando neste cenário, o que oferece grandes oportunidades às empresas de data center e serviços agregados.
“A demanda por baixa latência, performance, privacidade e segurança, além de um movimento rumo a novas arquiteturas de computação distribuída, tende a acelerar a adoção de data centers localizados perto de clientes e parceiros das empresas e que proporcionem a elas ambientes de multicloud híbridas”, aponta o presidente da Equinix, que em entrevista fala um pouco mais sobre a atuação da empresa no setor de data center brasileiro. Confira.
DatacenterDynamics: Quais são os planos da Equinix para o Brasil em 2020?
Eduardo Carvalho: A Equinix não anuncia seus planos de expansão, por ser uma empresa de capital aberto. Porém, é válido lembrar que em 2019 divulgamos o investimento de US$ 59 milhões no Brasil para expansão do data center IBX SP4. Esta é a terceira fase de expansão deste data center e a previsão é que seja inaugurado no segundo trimestre deste ano.
DCD: Recentemente a Equinix anunciou a aquisição de três data centers que irão atender às áreas metropolitanas da Cidade do México e de Monterrey, por US$ 175 milhões. Por que comprar três data centers no México?
E.C.: A Equinix busca atender à demanda das empresas por uma maior proximidade com a digital edge, onde o conteúdo é criado e consumido. Essa expansão, quando combinada às aquisições anteriores de polos regionais estratégicos de tráfego em Dallas (Infomart) e em Miami (NAP das Américas), fortalece a plataforma global da Equinix, aumentando a interconexão entre as Américas do Norte, Central e do Sul.
Além disso, a inclusão do México também permitirá que a Equinix enriqueça seu ecossistema de quase 10.000 clientes, que vêm à Equinix para se conectar diretamente uns aos outros dentro de um ambiente seguro, privado e próximo.
DCD: Em que a compra dos três data centers no México beneficia os clientes brasileiros?
E.C.: A presença da Equinix no México amplia as possibilidades de atuação global de nossos clientes brasileiros. A demanda por interconexão tem crescido exponencialmente na América Latina e nossos clientes brasileiros agora terão mais um local para se interconectarem e chegarem mais perto de parceiros, clientes e clouds.
DCD: Em importância na América Latina, o México é maior que o Brasil para os negócios da Equinix?
E.C.: A América Latina como um todo é uma região importante para a Equinix. Os investimentos começaram pelo Brasil, em 2011, quando parte da Alog Data Centers foi comprada. Em 2017 a Equinix chegou à Bogotá na Colômbia, e agora chega ao México, por meio da aquisição dos data centers da Axtel.
Hoje temos seis data centers no Brasil, quatro em São Paulo e dois no Rio de Janeiro. Um deles, SP4, que abriga o mais importante ponto de troca de tráfego de internet da América Latina, está em expansão. Após a conclusão da expansão, o data center terá espaço para cerca de 2.500 racks. Apenas essa expansão é equivalente ao tamanho e capacidade do SP3 inteiro, que é considerado o maior data center comercial da América Latina atualmente.
Com isso, a Equinix pretende apoiar a crescente demanda por interconexão das empresas e a infraestrutura digital do país e da América Latina.
* Tatiane Aquim é editora de conteúdo da DatacenterDynamics Brasil.