Cada dia mais as empresas de TI lidam com uma crescente complexidade do data center, enquanto tentam adotar tecnologias transformadoras como virtualização, computação em nuvem e tudo "definido por software".

Conscientes de que o custo por tempo de inatividade de um data center é altíssimo, muitas empresas buscam pela otimização de sua infraestrutura de TI, já que ao implementar uma estratégia de otimização de data center, ela não apenas otimiza os recursos de TI e reduz os custos de gastos em excesso, como também se adapta melhor aos desafios de operar um ambiente de negócios, que muitas vezes é global.

Buscando saber que soluções as empresas brasileiras procuram, quando precisam otimizar seu ambiente de TI, a DCD conversou com empresas que atuam no setor de data center brasileiro, como a Legrand, empresa que figura entre as líderes, especialista global em sistemas elétricos e digitais; a Gemelo, uma das maiores fabricantes de data centers modulares do mercado com 54 data centers em operação no país; e a Vertiv, líder global em soluções de infraestrutura de missão crítica. Também amplamente conhecida no mercado por suas soluções de refrigeração, antes sob a marca Emerson Network Power.

Tipo de soluções que as empresas brasileiras mais buscam quando o tema é otimização

Para o Sales director da Vertiv, Anderson Quirino, é preciso realizar um bom levantamento dos ativos e autonomia disponível, avaliar as alternativas físicas para possíveis migrações, disponibilidade de serviço preventivo e corretivo de sistemas legados.

“As soluções gerenciáveis são as opções mais procuradas. Entretanto, desde o primeiro contato com o cliente, indicamos soluções simples que vão desde a otimização dos espaços, como soluções de conectividade de alta densidade que podem ser instaladas na vertical, disponibilizando o espaço útil do rack na sua integralidade para as soluções ativas. Por outro lado, soluções de confinamento e principalmente micro data centers estão em alta. Espaços otimizados demandam soluções otimizadas”, conta o coordenador de Marketing de Produto da Legrand, Leonardo Carmo.

Dúvidas dos Clientes

O sales director da Vertiv, aponta que uma das principais dúvidas dos clientes é o compromisso de retorno do investimento de acordo com a decisão a ser tomada no presente avaliando uma condição futura.

O presidente da Gemelo Data Centers, Sidney Fabiani, lista como uma das principais dúvidas dos clientes questões como: que tipo de refrigeração utilizar. "Ou seja, por que não posso utilizar um ar condicionado de conforto no meu data center? Porque ele não está preparado para desumidificar ou umidificar o ambiente. Em algum momento ele vai condensar o ambiente e vai gerar o resíduo que é água. Ou seja, vai trazer umidade para dentro do ambiente", explica Sidney Fabiani, acrescentando que outras dúvidas comuns das empresas são: por que não usar ar condicionados dentro da sala de TI? "Não pode porque isso demanda manutenções regulares. Assim, o cliente vai ter gente que não sabe quem é dentro do seu ambiente. Por que separar o data center em três salas no mínimo? E como analisar o custo total de propriedade do meu data center? Cito a principal e mais comum entre os clientes que buscam a otimização: como investir sem afetar a escalabilidade? O cliente quer uma solução 'a prova de futuro'. Que seja uma instalação escalável e atual no período proposto para evoluir a sua infraestrutura", completa.

Custo x Eficiência

De acordo com a Legrand, em um mercado competitivo, muitas vezes quem define o preço de um produto ou serviço não é mais a empresa, mas sim o cliente. "Evitar desperdícios e otimizar sua infraestrutura é parte fundamental do negócio para torná-lo mais saudável, e esse caminho é único pela eficiência da solução. A eficiência nem sempre tem um custo imediato esperado, mas as empresas hoje sabem que o payback vale a pena e a eficiência da solução é um dos únicos caminhos para ter um negócio saudável para os seus números e para o serviço prestado aos seus clientes", explica o coordenador de Marketing de Produto da Legrand, Leonardo Carmo.

De acordo com o presidente da Gemelo, as empresas brasileiras têm começado a perceber que se olharem somente para custo, este será maior em longo prazo. "Quando o cliente opta por utilizar uma refrigeração que não é de precisão, a cada três anos ele precisará trocá-la porque caso contrário, ela não aguentará. Se houver um desastre, ele perde o data center. Então, quando a gente coloca isso tudo no custo, fica fácil mostrar para o cliente que ele precisa olhar não para o mais caro, mas sim para um TCO de longo prazo. Com isso, o data center como projeto único é mais barato. Por que? Porque a manutenção feita por uma única empresa fica mais barata ao longo dos anos. Não demanda um retrofit, que é muito comum após o quinto ano de operação de um data center tradicional", explica.

Empresas brasileiras que buscam por otimização

"O percentual de empresas brasileiras que buscam por otimização ainda não é ideal, mas é uma demanda que tem tido uma importante evolução. Por outro lado, também é nossa responsabilidade como fabricante e formador estimular e principalmente aproximar os clientes das soluções que vão trazer essa otimização. A Legrand trabalha hoje no Brasil com soluções Enterprise a soluções para aplicações Hyperscale e Edge. Essas soluções precisam ser acessíveis economicamente e tecnicamente. Precisamos ser facilitadores".

O presidente da Gemelo Data Centers, aponta que muitos paradigmas foram quebrados nos últimos anos no mercado brasileiro. "O que era o paradigma normal? O data center de alvenaria. O que o mercado mundial faz? O mercado mundial busca ter um data center apartado do prédio da empresa. A gente conseguiu quebrar esse paradigma no mercado. E hoje, a grandíssima maioria dos novos data centers vendidos são modulares outdoor ou data centers pré-fabricados modulares outdoors, que é no mínimo 20% barato do que os data centers tradicionais e já sai da fábrica certificado Tier III. Isso gera uma economia no processo de certificação, que no mínimo custaria entre 150 - 200 mil dólares", afirma.

Prioridades das empresas brasileiras na hora de investir na otimização

Entre as maiores preocupações das empresas, está o consumo de energia do data center. Segundo a Legrand, hoje existem no mercado soluções focadas em apoiar o data center nesse desafio, como DCIM para gestão focada e PDU’s inteligentes. “Com marcas líderes globais como Minkels, Raritan e Server Technology, estamos preparados para suportar todos os níveis de instalação. São soluções que facilitam o gerenciamento do data center, com informações em tempo real e alertas para ajudar a evitar problemas que causam tempo de inatividade.”

Tendências

Entre as tendências listadas pela Gemelo, está a evolução dos conceitos de Near Data Center e Data Center on the Edge. "Cada vez mais as empresas precisam ser mais velozes. Principalmente quando a gente pensa em IoT, que demanda por si só um processamento de curta distância e alta velocidade. Isso tem impulsionado o mercado e vai impulsionar mais ainda. Acredito que irá se formar uma rede de data centers de menor porte, espalhada por todas as cidades do Brasil e nas grandes cidades espalhados pelos bairros, que vai permitir que as empresas tenham o seu Colocation muito perto delas ou para empresas um pouco maiores, ter o seu data center dentro da própria empresa ou nas redondezas. Esse é o grande desafio para as empresas de data center", afirma Sidney Fabiani.

Segundo a Legrand, entre as mais importantes tecnologias estratégicas para otimização dos data centers neste ano, estão aquelas que otimizam espaço, eficientes energeticamente, que trazem lucros melhores, e principalmente, que fazem o data center ser mais competitivo frente ao mercado. "Otimizar um data center é focar na sua eficiência, tal otimização passa principalmente pela redução do consumo de energia e emissão de carbono", é o que aponta o coordenador de Marketing de Produto da Legrand, Leonardo Carmo, ressaltando que quando se trata de novas soluções digitais, as organizações estão aproveitando firmemente as novas soluções avançadas para impactar seus clientes e seu segmento de mercado. Isso se traduz em arquiteturas híbridas multicloud, novos avanços em soluções orientadas a dados e principalmente, em aproximar tudo isso do usuário final. “Esse conceito de modernidade passa obrigatoriamente pelo dimensionamento correto da infraestrutura. Que deve ser independente do seu nível de criticidade, de alto desempenho, eficiente e escalável”, garante.

A Vertiv lista como tendências para o mercado soluções smarts Data Center in a Box, sistema de Refrigeração Adiabática e Evaporativa - expansão direta com Free Cooling.