Partindo do ponto de vista, que as soluções edge podem ser implementadas em empresas industriais, comércio, bancos, escritórios de advocacia, hospitais, setor de transportes e forças armadas, a R&M vem se posicionando no mercado como uma plataforma, que fornece infraestruturas essenciais para a Edge Computing. Dentro desse contexto, a empresa suíça pretende dar suporte à tendência de criar infraestruturas de data center compactas e de alto desempenho na borda da nuvem. 

“Nosso conhecimento do mercado de redes de fibra óptica externa, nossa experiência global com operadoras de telecomunicações, obrigou a R&M a adaptar e desenhar soluções que potencializam a Edge Computing. Somos uma das poucas empresas no mundo que oferece soluções desde o data center ao cabeamento estruturado em edifícios, bem como as redes externas que chegam a cada empresa ou utilizadores individuais. A latência na rede é uma prioridade, sobretudo para as operadoras de telecomunicações, e aqui no Brasil também para os provedores de internet, que necessitam de empresas que tenham a experiência em todos os pontos da rede”, explica Paulo Campos, Managing Director Latin America da R&M, destacando que a adoção da Edge Computing ainda não está consolidada no mercado brasileiro, e que no país esta ainda é uma "tendência/visão de futuro".

“As dificuldades econômicas, o ambiente político e neste momento a pandemia, fazem com que investimentos neste sentido ainda sejam moderados; e apenas poucas empresas decidam melhorar suas redes e estar mais perto do cliente final. No entanto, quando falamos numa visão de futuro de implantação de redes de alta velocidade como, por exemplo, o 5G, XGS-PON, WI-FI 6, a Edge Computing será não somente uma realidade, mas sim fundamental para que essas redes funcionem tal como se espera que funcionem”, garante o executivo, que em entrevista traz mais detalhes da atuação da R&M neste segmento. Leia, a seguir.

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Tatiane Aquim: Qual retorno a R&M espera que a Edge Computing trará?

Paulo Campos: Tal como referido anteriormente, a R&M apresenta soluções de ponta a ponta, e queremos estar disponíveis para complementar as soluções dos nossos clientes atuais. Essas soluções podem ser utilizadas em Edge Computing tal como em soluções estandar. Os clientes da R&M sabem que podem contar com a nossa empresa no seu crescimento, e esse é o principal retorno que esperamos obter.

T. A.: Desde quando a empresa atua no Brasil e que balanço faz da operação no país até aqui?

P. C.: A R&M chegou ao Brasil em 2014, e nesse ano foi contratado o primeiro funcionário em São Paulo. No entanto, o início das operações locais apenas se deu em 2015. Sempre com o objetivo de crescimento, e de estabelecer uma presença duradoura no Brasil, desde o início foi o nosso objetivo ter capacidade de produção local, por isso efetuamos uma procura de potenciais indústrias locais que se pudessem adequar ao nosso perfil, e em 2016 entramos em negociações para a compra da unidade de produção da Petcom em Santa Rita do Sapucaí (MG), que foi concretizada em 2017 em duas fases.

Antes da aquisição (2015-2016), e devido ao momento político vivido nesse período, foi difícil cumprir com as expectativas iniciais, dada a fragilidade econômica, multinacionais saindo do país, e pouco suporte por parte de parceiros, dado o receio de investir numa empresa nova, de qualidade e preço premium, além de todas as questões burocráticas que dificultam desde a criação da própria empresa, a ter uma licença para importar.

A aquisição e a consequente nova estrutura permitiu alavancar a empresa no mercado brasileiro, e logo no primeiro ano da nova operação consolidada (2018) atingimos crescimento sobre o faturamento das duas empresas separadas; crescimento esse mantido em 2019. Este ano, mesmo com a pandemia da Covid-19, esperamos terminar o ano com um crescimento de 20% sobre 2019. Em apenas três anos conseguimos triplicar nosso faturamento.

T. A.: Porque a R&M resolveu investir no Brasil?

P. C.: Depois de vários anos com uma estratégia de expansão internacional com recursos próprios, a R&M partiu para uma estratégia de crescimento através de aquisições. Iniciando por um fortalecimento da nossa presença na Ásia com a aquisição de uma empresa na Índia (local onde hoje existe a principal unidade de produção global), foi decidido apostar pelas Américas. Como estratégia, apostamos pelos dois principais mercados para iniciar: Brasil e Estados Unidos.

Entendemos que o Brasil, além de ser o principal mercado da América Latina, era também aquele onde seria mais difícil entrar (devido ao funcionamento do mercado, com muitas restrições e dificuldades para uma empresa internacional se estabelecer). Com uma visão de largo prazo e o suporte dos donos da empresa, preferimos enfrentar todas essas dificuldades logo no início, para depois de estabelecer no Brasil procurar a expansão e consolidação em outros mercados na América Latina.

T. A.: Como a R&M global vê o mercado brasileiro em relação a outros países da região?

P. C.: É uma realidade, o mercado brasileiro ao ser o principal na América Latina, é aquele que recebe mais atenção por todos os fabricantes. No entanto, temos verificado que muitas empresas internacionais acabam por desistir deste mercado devido a todas as dificuldades que ele apresenta e que não diretamente relacionadas com os negócios, como por exemplo altas taxas de importação, impostos altos e que mudam em cada estado ou mesmo em cada produto, e nos últimos anos uma desvalorização do real com relação ao dólar.

No entanto, tal como outros mercados da América Latina, a falta de infraestrutura de telecomunicações no país ainda é o principal motor de investimentos, ainda mais potencializado pela pandemia.

O Brasil, é sem dúvida uma das principais economias mundiais, e apesar de um período de estagnação devido aos problemas internos conhecidos, pode e deve voltar a crescer mais rápido que os outros países da América Latina, devido suas riquezas naturais.

T. A.: O que a R&M espera do pós-pandemia para o setor de data center brasileiro?

P. C.: O mercado de data center brasileiro, apesar dos problemas do país, foi sendo desenvolvido, com todas grandes empresas brasileiras fazendo seus investimentos e a construção dos seus data centers antes de 2015. Desde esse período, poucos projetos de grande dimensão iniciados para ser construídos de raiz, apesar de alguns serem terminados pós 2015. O período pós-pandemia pode trazer uma retomada nos investimentos nos data centers; sobretudo nas operadoras de telecomunicações.

T. A.: Quais os principais diferenciais da R&M para o setor de data center?

P. C.: A R&M tem soluções para todos os tipos de data centers, e uma solução bastante flexível e modular que permite aos responsáveis da infraestrutura desses data centers a opção de “escolha” da melhor solução para o seu ambiente. Além disso, nossa produção local e a especialização nas soluções MTP/MPO permitem desde logo um prazo de entrega mais reduzido e uma flexibilidade por exemplo nas metragens dos cabos ou diferentes tipos de conectividade.

Apesar de as soluções de alta densidade serem hoje em dia uma realidade para todos os fabricantes presentes neste mercado, a R&M continua a ter ainda hoje a mais alta densidade disponível no mercado com o seu produto Netscale 120 (180 fibras 1U) e com capacidade de gerenciamento.

Recentemente foi lançada também a nova versão do nosso sistema de gerenciamento InteliPhyNet que simplifica a operação deste tipo de sistema, o que torna mais rápida sua implementação.

T. A.: Gostaria que falasse sobre as soluções que a R&M irá apresentar no DCD Brasil 2020.

P. C.: No DCD Brasil 2020, vamos apresentar uma visão sobre a importância e aplicações que necessitam ter uma infraestrutura baseada em Edge para que sejam uma realidade. Com relação às soluções, será dado um foco na solução de Alta Densidade Modular com o Netscale 72, que permite solução Base8 ou Base 12 no mesmo equipamento, e na solução de gerenciamento Inteliphy Net, que facilita a administração da rede.