A chegada do 5G ao campo, aliada à Internet das Coisas, traz a perspectiva de redução dos custos operacionais. Também marca o início de uma nova era para as agritechs

A ativação do sinal 5G para o desenvolvimento de aplicações de Inteligência Artificial, a chamada Internet das Coisas (Internet of Things - IoT), foi realizada no Parque Tecnológico do Instituto Federal Goiano (IF Goiano), onde será inaugurado o Centro de Agricultura Exponencial do Estado de Goiás (Ceagre).

Uma iniciativa da Secretaria Geral da Governadoria (SGG), a ativação do sinal 5G foi feita pela operadora Claro por meio de uma licença de demonstração, com validade de um ano. O projeto conta com o apoio da Huawei, da Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Inovação (Sedi), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (IF Goiano), da Goiás Telecom, do Centro de Excelência em Inteligência Artificial da Universidade Federal de Goiás (Ceia/UFG) e da Prefeitura de Rio Verde.

As duas primeiras torres de transmissão do 5G, em caráter de prova de conceito, foram instaladas em dois pontos do município. Uma delas está no Parque Tecnológico do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano (IF Goiano), onde funcionará parte do Ceagre. No local, idealizado para fomentar inovações, haverá espaço para incubação de startups voltadas para o Agronegócio, que terão acesso à rede 5G, essencial para o desenvolvimento de diversas tecnologias da agricultura exponencial, como realidade aumentada, realidade virtual, robótica, Inteligência Artificial e Internet das Coisas. A segunda torre foi instalada na fazenda Nycolle, do produtor Cairo Arantes, escolhida para receber as aplicações práticas da nova tecnologia.

Durante o evento de lançamento, realizado nesta quinta-feira (3), na cidade de Rio Verde, foram feitas demonstrações de casos de uso: drones que fazem o controle e prevenção de ervas daninhas, por meio de Inteligência Artificial, Hovers e veículos autônomos conectados à nuvem.

Os drones permitem aos produtores uma agricultura de precisão. Monitoram a colheita por meio de vídeos que, processados em tempo real na nuvem e analisados por Inteligência Artificial, identificam e classificam ervas daninhas em suas localidades no meio do talhão para uma efetiva aplicação de defensivos agrícolas.

Os veículos autônomos, como o hover, permitem o reconhecimento de rotas utilizando sensores para coleta de dados ambientais, como umidade e temperatura, com percursos em tempo real e monitorização remota, além de visualização de imagens 360º de sua produção. Além de proporcionar a digitalização e automação ainda maior do campo, a ferramenta poderá ser uma importante aliada para produtores com dificuldade de locomoção.

O mundo caminha rumo à digitalização e o 5G será um dos pilares dessa transformação, pois com sua alta largura de banda, baixa latência e conexões massivas, proporciona maior transferência de dados. Junto com o processamento em nuvem e a Inteligência Artificial, as aplicações para a agricultura podem elevar o desempenho dessa indústria e melhorar o rendimento da terra, o uso de recursos e a produtividade.

De acordo com um estudo do Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura (Instituto Interamericano de Cooperação para Agricultura), apenas 18,5% da população rural do Brasil possui conexão à rede 4G. Nesse cenário, Rio Verde pode se tornar pioneira ao oferecer conexão 5G para os agricultores da cidade.