A Itália é um dos países que mais vem sofrendo com o novo Coronavírus, o que vem afetando a maneira como a infraestrutura digital vem sendo operada, de acordo com uma das maiores operadoras de data center do país, a SuperNAP, que possui um data center de 300 milhões de euros, inaugurado em 2016, com cerca de 42.000 metros quadrados, com 40 MW de energia disponível. Instalado em Milão, o data center é operado pela SuperNAP International, uma joint venture criada pela operadora norte-americana Switch.

Diante do crescimento alarmante de infectados no país, a Itália vem adotando uma política generalizada de quarentena e bloqueio de serviços para grande parte da população, sobretudo, no norte do país, área onde os efeitos do Coronavírus foram extremos, região em que está instalado o data center da SuperNAP. "Todas as empresas que prestam serviços de utilidade pública podem continuar operando", disse Alison Gutman, gerente de comunicação da SuperNAP Itália, a DCD por telefone. Isolada em casa, como a maioria dos cidadãos italianos, Gutman nos conta como a empresa vem lidando com a pandemia, que vem afetando o mundo.

"Os data centers ainda precisarão operar durante a crise, fornecendo continuidade aos negócios e mantendo as cidades online, à medida que a cada dia temos mais pessoas mudando para o teletrabalho", conta ela, acrescentando que a SuperNAP Italia adotou o trabalho remoto desde o final de fevereiro. "Todos os que não precisam estar no data center trabalham de casa. Permanece presencialmente somente uma pequena equipe local para garantir a continuidade dos serviços do data center. Os funcionários mantêm uma distância segura um do outro enquanto trabalham e quando não estão no trabalho, precisam respeitar as mesmas leis que todo mundo respeita, que é ficar em casa", conta.

Durante suas jornadas de trabalho, os funcionários carregam documentos que permitem contornar a proibição geral de viagens. "Além disso, nossa empresa forneceu uma carta de endosso explicando que eles precisam trabalhar porque estamos fornecendo um serviço de utilidade pública. Apoiando essa carta, existem dois documentos que foram fornecidos pelo Ministério do Desenvolvimento Econômico e pela AGCOM (agência de comunicação). Esses funcionários trabalham em turnos para que tenhamos pessoal suficiente e para que, se alguém for infectado em um turno, tenhamos outros funcionários para fazer a substituição", explica ela acrescentando que um grupo de três funcionários trabalha uma semana e depois outro grupo na outra semana para evitar qualquer contaminação cruzada."

Segundo Gutman, até o presente momento, ninguém na SuperNAP apresentou sinais do vírus, mas se for o caso, a empresa concede licença médica por tempo indeterminado. "A esperança é que as atuais restrições de viagens diminuam o contágio, em um país que atualmente lida com mais de 12.000 casos e 827 mortes", complementa.

No entanto, a SuperNAP está se preparando caso o número de infectados siga aumentando. “Sempre teremos alguém no data center, Portanto, se uma quarentena imediata for necessária; onde ninguém poderá sair, haverá alguém presente para operar o data center", garante.

A empresa recebeu mais alimentos e está abastecida o suficiente para alimentar os funcionários, caso a equipe tenha que permanecer no data center por um longo período de tempo. “Temos tudo pronto. Não acreditamos que isso irá acontecer, mas, se for o caso, já temos tudo pronto para eles em termos de sono, alimentação, higiene. Tudo o que possam precisar."

Quando perguntado se a SuperNAP estava preparada, caso os funcionários tenham que deixar o local, Gutman disse: "nunca houve e nem nunca haverá um momento em que o data center tenha estado totalmente vazio. Nosso data center é tecnicamente capaz de funcionar por conta própria. Mas parte de nossos protocolos é que sempre haja alguém lá.”

Quando o assunto é energia, parece improvável que a rede elétrica da Itália caia, mas Gutman afirma que a SuperNAP possui um sistema de energia composto por três fontes separadas, com código de cores, o que garante uma alta resistência extra.

Gutman acrescenta que, "no caso de uma perda total de energia, a SuperNAP está equipada com vários geradores de emergência, que podem garantir até 80 horas de operação contínua para toda a instalação (60% da carga considerando 270 l / h de consumo combustível). Além disso, a empresa possui contrato com fornecedores de diesel, que têm como obrigação chegar dentro do limite de seis horas para reabastecer e continuar a fazê-lo pelo tempo que for necessário.”

Ao mesmo tempo, o data center teve um aumento no uso dos sistemas. "Nas últimas semanas, experimentamos um aumento de aproximadamente 15% no consumo de energia e no tráfego da internet. Nosso data center tem capacidade para vários megawatts, para que possamos reagir rapidamente a essas solicitações".

Sherif Rizkalla, CEO da empresa, acrescenta que: “o trabalho na Itália não parou, mas assumiu outra forma. No mundo dos data centers, estamos vendo isso através de pequenos aumentos no consumo e na largura de banda. “A SuperNAP está pronta para enfrentar a crise com continuidade de negócios e 100% de tempo de atividade ininterrupta; somos tecnologicamente a empresa mais adequada para isso; apoiamos o trabalho remoto e mantemos a produção para proteger o país o máximo possível durante esta pandemia ".

Para Gutman a mensagem que a Itália transmite ao mundo, é que todos estão fazendo o que podem. "O trabalho não parou. Não é um apocalipse. Estamos tendo essa experiência maluca com trabalho em casa e trabalho inteligente, fazendo o máximo possível superar esse momento difícil.”