Uma solução inovadora, capaz de conectar equipamentos de hardware de beira leito da UTI, responsável pela captura de sinais vitais dos pacientes para integração de dados em interoperabilidade em diferentes prontuários eletrônicos utilizados por hospitais. Esta é a plataforma Orchestra, desenvolvida pela Carenet SA, healthtech especializada na Transformação Digital do ecossistema de saúde brasileiro.

O projeto é um dos selecionados pelo IdeiaGov, hub de inovação que traz soluções de mercado e da sociedade para enfrentar os desafios do Governo do Estado de São Paulo contra a Covid-19.

Utilizando Internet das Coisas Médicas (IoMT), a plataforma Orchestra foi desenhada para realizar o monitoramento remoto de pacientes em tempo real, fornecendo informações de alta relevância para Tele UTI e centro de comando clínico. Os dados estruturados oferecidos pela ferramenta vêm aumentando significativamente a eficiência operacional da equipe, reduzindo tempo de permanência nas UTIs, taxa de mortalidade, custos com insumos e EPIs.

"A Carenet SA nasceu com paixão pela convergência entre saúde e tecnologia. Sempre acreditamos que ela pode ajudar a entender melhor a saúde dos pacientes e guiá-los para comportamentos mais saudáveis", afirma Immo Oliver Paul, CEO da empresa.

Ele revela que, em 2013, quando fundou a empresa, percebeu que a maioria dos dados gerados pelos hardwares dentro dos hospitais não eram integrados aos sistemas de prontuários eletrônicos; embora as informações fossem monitoradas, elas não eram trabalhadas em nenhum outro local com a finalidade de apoiar o médico no desfecho clínico. "Se alguma informação chegava ao prontuário dos pacientes, isto acontecia porque a equipe multidisciplinar da UTI realizava a captura dos dados de maneira manual, induzindo a possibilidade de 30% de erro humano", explica.

Segundo ele, isto ocorre ainda em 85% dos hospitais públicos e privados, sendo que 1/3 do tempo da equipe multidisciplinar da UTI é normalmente dedicado à captura de dados. "Entendemos então o quanto era importante realizar a conexão entre hardware e software, tanto para liberar as equipes médicas para cuidar do paciente de maneira mais humanizada, quanto para oferecer relatórios assistenciais de acompanhamento de cada caso, possibilitando tomadas de decisão mais rápidas e assertivas", conta Immo.

Atualmente, a plataforma Orchestra está sendo utilizada em inúmeros hospitais públicos e privados, como, por exemplo, Dante Pazzanese, Incor/FMUSP, Santa Catarina, na capital paulista, Grupo Hospital Care de Ribeirão Preto, Moinhos de Vento, de Porto Alegre, além do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, que implementou o sistema durante a pandemia. Todos eles receberam telas assistenciais para acompanhar os sinais vitais dos pacientes em tempo real, evitando infecção cruzada. "Pode parecer simples, porém 85% dos hospitais não tinham acesso aos dados fidedignos dentro da sala de enfermagem", conta o vice-presidente da Carenet, Fernando Paiva, acrescentando que com o Orchestra, os dados podem ser acessados por meio de dispositivos como tablets, smartphones e Smart TVs.

O monitoramento remoto reduz em média 15% da mortalidade dentro da UTI, além de diminuir em 10% o tempo de permanência nos centros de terapia intensiva. Até o final do ano, o CEO espera implementar a plataforma Orchestra em mais de 10 hospitais, pelo menos.

"Trata-se de um produto novo, mas com um futuro muito positivo. É uma tecnologia disruptiva, necessária e com um mercado significativo a ser explorado: no Brasil, existem 55 mil leitos de UTIs e 25 mil leitos em salas de cirurgia. "Temos ainda planos de ingressar nas salas de enfermaria e pronto-socorro. E no futuro, pretendemos exportar nossa solução, que possui preços acessíveis para atender mercados como Estados Unidos, África e Europa", conclui o fundador da Carenet.