“Que tipo de Data Center será o mais demandado nos próximos anos?”. Esse será o tema do painel, que ocorrerá online no dia 19 de abril às 9 horas (horário de Brasília), e contará com a participação de Epafras Schaden, Chief Technology Officer da EdgeUno, Denller Constancio de Souza, Diretor - Americas Data Centers Operations da Kyndryl, e Panagiotis Lazaridis, CEO da LZA Engenharia.

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Durante o debate, os participantes responderão a perguntas relacionadas às inovações e tendências na construção de Data Centers, desafios para a implantação dos centros de dados, escalabilidade e eficiência energética.

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Epafras Schaden, EdgeUno

Epafras Schaden acredita que é importante debater a temática. Segundo ele, o fato de o Brasil ser um país de dimensões continentais ajuda a pressionar a distribuição das construções de centros de dados para ganhos de performance. “Ainda assim, devido à hiperconectividade, a concentração de crescimento ainda é muito grande no Sudeste, especialmente em São Paulo. Regiões como Nordeste e Sul possuem uma demanda muito alta que deve se realizar a curto prazo”, analisa.

Segundo ele, o cenário do mercado de telecomunicações também ajuda a pressionar a construção em diferentes centros fora do eixo Rio-São Paulo, “pela formação de grandes grupos econômicos fora desses locais. Outros projetos, como o Norte Conectado, que aceleram a provisão de capacidades para outras regiões do país, também deverão impulsionar a demanda por Edge Data Centers”.

Hiperescala e Edge Computing

Epafras analisa que os ambientes de hiperescala serão ainda mais requisitados nos próximos anos. “Com a evolução tecnológica e a necessidade de eficiência no processamento de dados, observamos uma demanda crescente por consumo de energia por unidade de rack. Isso faz com que muitos ambientes de colocation atuais estejam limitados não pela ocupação de espaço, mas pela utilização da sua carga energética ou capacidade de resfriamento”.

Outra forte tendência, segundo ele, é a distribuição de conteúdo e dados para ambientes cada vez mais próximos do usuário. “Por isso, os Edge Data Centers também serão uma das principais linhas de demanda nos próximos anos. Apesar da ambiguidade do termo Edge, é fato que, para o desenvolvimento das tendências tecnológicas, os dados precisarão ter menor latência e maior throughput ao usuário final. Portanto, na minha opinião, os Edge Data Centers neutros, com hiperconectividade, serão uma forte tendência”.

Epafras também ressalta a importância de priorizar a sustentabilidade nos diversos tipos de Data Centers. “Na América Latina, o tema da energia sustentável tem sido muito debatido, e alguns países se destacam na diversidade e sustentabilidade energética, como a Costa Rica, o Uruguai, Chile e Brasil. A discussão sobre Data Centers verdes e ecológicos ainda é tímida, na minha opinião, porém deve se intensificar nos próximos anos, pressionada tanto pelo aumento do custo energético devido à demanda quanto pelas práticas de sustentabilidade das empresas demandantes”, afirmou.

“Mercado no Brasil está em pleno crescimento”

Questionado sobre se existe um Data Center mais eficiente e sustentável que outros, Panagiotis Lazaridis acredita que a sustentabilidade e a eficiência devem estar sempre presentes nos centros de dados. “O que define um do outro é a relação destes itens com o custo de implantação. Todas as novas tecnologias sempre apresentam um Capex mais elevado. Este balanço de investimento define na maioria das vezes qual grau de eficiência e sustentabilidade desejada”.

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Panagiotis Lazaridis, LZA Engenharia

Para Lazaridis, o mercado de construção de Data Centers no Brasil e na América do Sul está em pleno crescimento. “Isso em função da demanda reprimida, das novas tecnologias e da chegada de novos operadores. Na nossa opinião, este crescimento deve permanecer acelerado para os próximos 5 anos como mínimo”.

Sobre os tipos de Data Centers mais demandados nos próximos anos, Lazaridis destaca: “Existem alguns tipos de Data Centers em demanda que devem permanecer assim por algum tempo, são eles: o Edge ou borda que são centros de dados de menor tamanho, voltados para o processamento das chegadas de fibras com capacidade de TI da ordem de 4 MWTI. Eles terão grande demanda na medida que o 5G e outras tecnologias cresçam nos aplicativos”.

Ele continua: “Os Data Centers Colocation, que continuam sendo feitos para atender a demanda de empresas e de usuários e as suas capacidades estão por volta de 12 a 16 MWTI. Também os hyperscales, centros de dados de grande porte para abrigar grandes operadores de TI com capacidades de 40 a 60 MWTI por prédio. Serão usados pelos grandes operadores da área tipo Microsoft, Google, AWS, Meta e outros”.

Data Centers mais demandados

Para Denller Constancio de Souza, Diretor - Americas Data Centers Operations da Kyndryl, os Data Centers mais demandados nos próximos anos devem ter alta disponibilidade 24x7. “Os centros de dados devem ser eficientes, operando com baixo PUE, baixo consumo de água e carbono, e ser escalonável para agilizar a disponibilização para utilização. Além disso, precisam de altos níveis de automação para evitar operações manuais e para agilizar informações operacionais e baixa latência”, afirmou.

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Denller Souza, Kyndryl

Denller acredita que existem Data Centers mais sustentáveis que outros. “Dependendo do design e operação, alguns Data Centers são mais sustentáveis e eficientes que outros, utilizando menos água e energia, com equipamentos eficientes que operam próximos da curva da sua melhor performance e menor PUE”, explicou.

Ele analisa que o panorama para o crescimento de centros de dados no Brasil apresenta alguns desafios. “São eles: energia elétrica e água para atender as altas demandas que a operação exige, bem como redundância destes recursos para aumentar a confiabilidade. Ainda vemos altos custos e falta de matérias pós-covid demandando mais tempo para implementação. O Brasil lidera os investimentos em Data Center na America Latina, mas vemos uma forte tendência de investimentos acontecendo em outros países como Chile e Colômbia”, disse.