O desenvolvimento da agricultura em Angola e demais países africanos com a participação de investimento de produtores brasileiros, é uma perspectiva factível do ponto de vista da infraestrutura de Telecom, que seria fundamental para o gerenciamento das agroindústrias a distância e com mais precisão e produtividade.

A garantia tecnológica para uma cooperação entre o Brasil e Angola no desenvolvimento da digitalização do Agronegócio é da Angola Cables, multinacional do setor de TI e Telecom, pioneira na instalação da primeira ligação via cabo óptico submarino entre os dois continentes.

Este assunto foi debatido em webinar com a participação de Antonio Nunes, CEO da Angola Cables, Alexandre Dal Forno, Head de Marketing da TIM Brasil, João Amaral, sócio-gerente da Fazenda Girassol (um dos maiores grupos agrícolas de Angola), José Fernandes, do Ministério da Agricultura e Pesca de Angola; José Severino, presidente da Associação Industrial de Angola; Maria Morgado, assistente de Projetos de Ação para o Desenvolvimento Rural e Ambiente de Angola e Ricardo Lopes, diretor de Conteúdos da Media Rumo (mediador).

“O Agronegócio brasileiro está cada vez mais digitalizado, o que é uma referência para Angola, que também busca novas soluções para tornar sua cadeia agrícola mais produtiva. E para que o país dê um salto qualitativo no PIB por meio de lavouras mais desenvolvidas, a implantação de redes tecnológicas no campo capazes de conectar dispositivos e máquinas agrícolas será fundamental”, reflete Antonio Nunes, CEO da Angola Cables.

De acordo com uma pesquisa da Comissão Brasileira de Agricultura de Precisão (CBAP), 67% das propriedades agrícolas já são adeptas das inovações tecnológicas em suas atividades.

E esta capilaridade é o que motiva a TIM, por exemplo, a investir progressivamente em soluções que integram sistemas no campo e beneficiam tanto as grandes agroindústrias, como também o médio e o pequeno produtor rural.

“O Agronegócio representa hoje ¼ do PIB do Brasil e a TIM entendeu que levar tecnologia de comunicação ao campo é fundamental para o desenvolvimento do setor. Há três anos, fomos entender as necessidades dos clientes rurais e percebemos que, apesar do progresso por conta da implantação de máquinas inteligentes, elas não estavam conectadas por redes IoT. Dessa forma, o investimento em fibra óptica e em torres 4G, capazes de cobrir áreas de 35 mil hectares de terra, ajudou a melhorar a produtividade, já que com as redes de alta tecnologia, é possível acessar desde um aplicativo de comunicação pelo celular, até realizar a manutenção remota de equipamentos ou fazer o manejo da água da lavoura com muito mais rapidez”, explica Alexandre Dal Forno, head de marketing da TIM.

E tudo isso pode ser feito por produtores brasileiros que queiram investir em Angola, através da infraestrutura de conexão da Angola Cables, que permite gerenciar unidades agroindustriais sem sair do Brasil.

Governo, cooperativas e empresas privadas

Sob a perspectiva do governo angolano, há a disposição para que as demais condições para atração de investimentos sejam oferecidas, complementando o atrativo tecnológico já disponível com a Angola Cables.

“A sinergia entre governo, cooperativas e tecnologia será essencial para aumentar a competitividade angolana no mercado do Agronegócio”, diz José Fernandes, do Ministério da Agricultura e Pesca de Angola, que também cita como exemplo a ser seguido o trabalho desenvolvido pela Embrapa e o papel das cooperativas para o sucesso da produção agrícola, no Brasil.

“Em Angola, dos 57 milhões de hectares que dispomos para a produção rural utilizamos atualmente 4 milhões, o que corresponde a menos de 10% do total. As empresas de telecomunicações podem ser o ponto de alavancagem desta grande oportunidade”, diz Antonio Nunes, que completa: “nós da Angola Cables temos Data Centers, serviços de Cloud e um cabo submarino de altíssima performance, que foram a ponte digital necessária para atrair investimentos brasileiros e avançar na digitalização do campo também em Angola. Além disso, temos grandes parceiros no Brasil, que podem ajudar a tornar o agro de ambos os países mais forte, por meio de uma ponte digital”.