Migração para a nuvem, manutenção local do processamento, adoção de Multicloud e a avaliação dos custos e benefícios de cada uma dessas tecnologias não é tarefa fácil. Um fornecedor confiável é fundamental na hora de adotar uma nova infraestrutura, principalmente quando se trata de modernizar o processamento de forma não convencional. Esse desafio foi enfrentado pela Anglo American, produtora de minério de ferro e níquel no Brasil, com operações em diversos países.
A mineradora buscava um ambiente que desse conta de períodos heterogêneos de processamento, – com picos e baixa demanda – e gerenciamento unificado dos componentes dos centros de dados. São dois data centers que monitoram todo o sistema de produção das minas – um é localizado junto à mina de minério de ferro de Conceição do Mato Dentro, em Minas Gerais, outro fica no final do duto de transporte de minério de ferro, no porto de São João da Barra, no Rio de Janeiro.
Um data center é composto por diversos componentes e combina sistemas de múltiplos fornecedores e tecnologias, com garantias que vencem em períodos diferentes, dificultando o gerenciamento. O inovador projeto da Anglo American consolidou os servidores, os sistemas de armazenamento e switches, unificando a administração no conceito de hiperconvergência com o Dell EMC VxRail, que passou a ser a base da Nuvem Privada da Anglo American. A adoção do VxRail foi sugerida pela equipe de Arquitetura Global de Information Technology da Anglo American.
Nessa empreitada, a identificação dessa oportunidade foi feita pela consultoria especializada em inovação digital Portnet, parceira de negócios da Dell que atende a Anglo American há vários anos. O projeto foi criado pela Dell em conjunto com a Portnet, e a implementação das soluções de hiperconvergência foi realizada por profissionais da própria Dell.
Dados sobre a mina de minério de ferro, duto de minério e porto
“Esses dois data centers são extremamente críticos, recebendo e processando dados produzidos ao longo de toda a cadeia de extração de minério de ferro, desde a pressão das bombas, volume nos dutos de minérios, até a vida útil dos equipamentos e caminhões e chegando, finalmente, a detalhes da liberação do minério no porto. Aplicações rodando nesses data centers realizam análises preditivas e geram alertas em caso de possíveis problemas”, afirma Clebecy Santana, coordenador de TI industrial da Anglo American. Os data centers processam, também, dados dos laboratórios sobre a conformidade do minério às especificações dos clientes. “Com a adoção da hiperconvergência, todas as informações dos sensores agora são consolidadas em servidores gerenciados de forma centralizada, em uma estrutura a prova de falhas com replicação de dados nos dois sites”, afirma Santana.
A possibilidade da Anglo American Brasil realizar esse salto em direção à estrutura hiperconvergente surgiu a partir do uso dessa tecnologia pela Anglo American de Londres, no Reino Unido, sede global da empresa. Os profissionais da sede da empresa solicitaram a seus pares brasileiros que examinassem a possibilidade de aplicar esse conceito nos data centers de Conceição do Mato Dentro e de São João da Barra. Ao final desse processo de avaliação, foi desenvolvido o projeto e o sistema foi implantado em oito meses.
Redução de incidentes e simplificação do gerenciamento dos data centers
Os data centers da Anglo já tinham serviços virtualizados com VMWare e VSAN e o conceito de hiperconvergência reduziu drasticamente a complexidade do gerenciamento do banco de dados, aplicações e softwares de terceiros. A gestão de todos os elementos dos dois data centers agora é realizada a partir de um único ponto de monitoração e controle. Isso diminui incidentes, sistemas fora do ar e o risco de ocorrer falta de espaço para o armazenamento de dados.
A hiperconvergência não é um produto, mas um conceito de processamento composto pelo VxRail e Data Domain da Dell, que unifica as soluções virtualizadas.
O Dell Data Domain é um sistema de backup que especifica de forma automática o tamanho do espaço de armazenamento necessário conforme o volume de dados. O servidor faz leituras rápidas e está preparado para recuperar grande volume de dados nos dois data centers. “Além dessa camada de proteção, todos os dados são gravados em fita LTO para um backup extra”, explica Santana, da Anglo American.
Outro recurso da hiperconvergência é o RecoverPoint. Em um backup normal, a recuperação de dados é feita por período (de horas ou dias) e nem sempre é completa. O RecoverPoint permite a restauração dos dados na linha do tempo de forma configurável, fazendo a transferência dos dados entre a Nuvem Pública e Privada sem perda de informações.
Além disso, os dados são replicados de forma bidirecional nos dois data centers. Os bancos de dados hospedados em Conceição do Mato Dentro (MG) e São João da Barra (RJ) são replicados de um site para outro, por meio de uma ferramenta de banco de dados. Tudo que é processado em um data center é gravado e enviado como backup para o outro.
Hiperconvergência complementa vantagens da Nuvem Privada
A área de TI da Anglo conta com um data center com um alto nível de segurança, garantindo a continuidade da operação da planta no estado de Minas Gerais e do porto no Rio de Janeiro, além de permitir um planejamento de expansão da infraestrutura muito mais simples do que em ambientes tradicionais. “O conceito de hiperconvergência se adequa bem à Nuvem Privada porque consolida hardware e software, que passam a ser atualizados de forma automática, por meio da administração unificada propiciada pela Dell”, explica Gilbert Emmanuel, responsável pela área de negócios de hiperconvergência da Portnet. “O fato da Anglo American utilizar a hiperconvergência para elevar o nível de maturidade de dois data centers voltados ao processamento de dados de TI Industrial é algo muito inovador, um destaque na economia digital do nosso país”.