Cambios Tecnológicos en 2020.jpg

Começamos 2020 e a primeira coisa que queremos descobrir é que tecnologias serão tendência neste ano e como elas impactarão o cenário corporativo atual, especialmente o setor de data center, que precisa estar preparado para se adaptar à nova infraestrutura que essas novas tecnologias exigirão para não ficar para trás nesse ambiente cada vez mais competitivo, que está se desenvolvendo em alta velocidade.

A DCD conversou com seus consultores e profissionais do setor de data center no Brasil, Chile, México e Espanha e traz para você uma visão ampla das tendências e desafios para o setor em energia, refrigeração, modernização, Edge Computing e TI Híbrida. Leia na íntegra o que eles nos disseram:

Mudança Climática

Com o aumento exponencial do uso de dados e a crescente conscientização ecológica global que tornará governos e consumidores cada vez mais responsáveis, é imperativo que o setor de data center invista tempo e recursos no desenvolvimento de soluções que sejam energeticamente eficientes e sustentáveis.

Mas como o setor deve responder às mudanças climáticas?

O primeiro passo é conscientizar os data centers de seu impacto ao meio ambiente, afirma Luis Tossi, proprietário e consultor da LT Consult do Brasil. O setor de data center não gera resíduos sólidos, mas possui um alto consumo de energia e a pegada de carbono restante se deve ao fato da maioria das fontes de geração de energia usadas não serem limpas ou renováveis.

Um fator importante em um setor em plena expansão e que deve ser considerado cada vez mais na hora da construção, é o local escolhido para implantar o data center, diz José Luiz de Martini, sócio-diretor da Engenharia Gerencial SS do Brasil. Nesse tipo de decisão, deve-se levar em consideração o acesso à energia renovável ou a possibilidade de usar o resfriamento livre, por exemplo.

De acordo com Mario Antonio Cona, gerente assistente de operações de data center da Entel do Chile, ao projetar e construir data centers, é imperativo que isso seja feito de maneira responsável e consciente, utilizando recursos de maneira eficiente. José Starosta, CEO da Ação Engenharia do Brasil, complementa que é necessário ter em mente que essa infraestrutura deve ser projetada e implementada com escalabilidade, alta eficiência e que claro, a operação seja definida por métricas e uma automação que consista com essas métricas.

As soluções para esse desafio também precisam vir proativamente dos fornecedores e não apenas aguardar a demanda de seus clientes. Nesse sentido, Roberto Barías, country manager do Cone Sul da PQC Chile, nos diz que, “os desenvolvimentos futuros serão, sem dúvida, mais sustentáveis e é um requisito que as empresas de engenharia busquem projetos mais eficientes em termos energéticos, mais ecológicos, com custo/benefício e, por sua vez, garantam a continuidade operacional que os clientes desejam ter.”

E acrescenta: “o setor já está migrando para soluções mais ecológicas, na medida do possível. É verdade que, ao decidir sobre a tecnologia de um data center, a eficiência energética é relevante, sem descuidar que o foco de um data center é sua continuidade operacional.”

Refrigeração

Parece que quando falamos de refrigeração, e grandes líderes como Ricardo Abad, diretor administrativo da Quark Espanha e Francisco Isla Ortiz, engenheiro mecânico líder da Equinix México; apontam que a tendência está se voltando para os novos aplicativos Edge Computing para responder a serviços novos e emergentes, como 5G, Internet das Coisas e Inteligência Artificial. O que, nas palavras de Abad, se traduz como: “no setor de refrigeração, terá um impacto na melhoria dos sistemas de controle, o que se traduzirá em uma melhor análise dos sistemas de energia, implicando em uma resposta mais rápida, otimização no dimensionamento e maior eficiência energética.”

Falando precisamente sobre eficiência energética, Ortíz lista os diferentes aspectos que influenciam esse problema, exemplificando “refrigerantes nulos ou de baixo impacto ao meio ambiente; exigência nula ou baixa necessidade de água; redução do consumo de energia elétrica, baixo impacto ao meio ambiente na fabricação de equipamentos (matéria-prima reciclável, processos e materiais para pintura de equipamentos, 0 emissões, transferência de materiais e equipamentos; e medição e / ou avaliação da eficiência energética do equipamento em tempo real (pelo mesmo equipamento, relação de KW de resfriamento sensível fornecida versus KW consumido, relação de medição de energia exigida pela ventilação).”

Quais são os principais obstáculos à modernização da infraestrutura de um data center? 

A melhoria das novas infraestruturas e a modernização dos sistemas, bem como o aumento da eficiência operacional das instalações e a fabricação de novos hardwares ou a implementação de novos softwares mais seguros e confiáveis, obrigam as diferentes empresas do setor a mudarem suas ações. Os dados são mantidos constantemente na vanguarda da inovação para manterem suas empresas como líderes do setor. 

Foi com alguns desses líderes que a DCD conversou e essas foram as respostas que eles nos deram a esse respeito. Um dos principais obstáculos, diz Josué Ramírez Rodríguez, diretor de desenvolvimento de negócios da América Latina do Uptime Institute, “é decidir que tipo de data center é necessário para operar a infraestrutura. Uma resposta muito simples é definir o nível de disponibilidade necessário e resumir isso da seguinte forma: se o data center puder ser desligado de maneira programada, o ideal seria optar por um Tier II. Agora, se a necessidade exige disponibilidade e operação 100% - 7/24, o ideal seria optar por uma infraestrutura de Tier III e, para isso, há um número infinito de maneiras de fazê-lo, de acordo com os recursos de cada empresa. Sempre ajuda ter uma empresa de consultoria experiente para obter a melhor forma de investimento.  

Edge Computing

É fato que há uma grande transformação em andamento na maneira como as infraestruturas de TI são implementadas, diretamente influenciadas por novas tendências no mercado de TI, como Edge Computing e Transformação Digital.

A implementação de novos aplicativos e serviços que exigem uma resposta rápida dos provedores e instalações de TI abre uma lacuna de oportunidades nesse novo cenário.

Atuando de maneira complementar à Cloud Computing, a Edge Computing participa da carga de servidores que precisam executar essas tarefas sozinhas na nuvem. A tecnologia aparece como uma maneira de resolver problemas de latência e largura de banda em aplicativos em que o tempo de resposta é um fator determinante, como é o caso da Internet das Coisas.

Liderança na Edge 

Para o chefe de data center da Telefónica Espanha, Pablo Casado de las Heras, o gerenciamento ou a liderança da implementação em Edge Computing deve recair sobre quem deve adaptar as novas necessidades e criar novas capacidades para novos usuários. “Portanto, o lógico seria que as empresas de telecomunicações, com unidades centrais com nós de agregação de comunicações que permitiriam a implantação de serviços de “latência zero”, fossem as líderes na implantação dessas infraestruturas. Logicamente, os requisitos dos diferentes usuários (players da nuvem, conteúdo etc.) devem ser levados em consideração para planejar um crescimento ordenado”, avalia o executivo.

TI Híbrida

Motivadas pela existência da nuvem, as infraestruturas de TI estão evoluindo do sistema tradicional de localização para estratégias híbridas que vinculam serviços de TI internos e externos. Nesse cenário, os profissionais de TI enfrentam uma tarefa dupla: aumentar a eficiência dos serviços em nuvem e, ao mesmo tempo, garantir a segurança de sistemas, bancos de dados e aplicativos críticos.

Para o CIO da J.Macêdo, Luciano Bortoluzzi, com o surgimento de serviços em nuvem que vêm moldando o setor, os principais pontos para transformar um data center em um ambiente híbrido são:

- Entender claramente as necessidades da operação

- Disponibilidade

- Velocidade

- Serviço de entrega rápida

- Medir/ajustar os tempos de resposta entre ambientes, com latência muito baixa, o que significa que os clientes internos não têm uma percepção ruim

- Verifique as opções que oferecem flexibilidade no uso, proporcionando rentabilidade à operação. Exemplo, ajuste automático nos horários de pico

Além dos pontos listados nesta reportagem, existem muitos outros que, de acordo com nossos especialistas, são pontos essenciais para a transformação e execução dos planos de construção de novos data centers na América Latina e Espanha. Esses outros pontos serão compartilhados nas próximas semanas pela DCD. Fique atento.