Na última década, a tecnologia passou de coadjuvante para uma área estratégica e de grande impacto para as empresas, mas fato é que as faculdades não formam profissionais na mesma velocidade de crescimento do setor de data center. Números revelam que, até 2024, serão necessários 70 mil profissionais ao ano para ocupar todas as vagas geradas. No entanto, o cenário de formação é outro. Por ano, o Brasil capacita apenas 46 mil pessoas aptas para trabalhar na área de TI. O déficit é de 24 mil. Além disso, os profissionais demandados pelo setor necessitam ter conhecimentos que não são adquiridos durante um curso regular de engenharia, isto é o que afirma a maioria dos gestores de data center do país.

Eduardo Costa, CIO da SONDA, avalia fatores que permeiam o atual cenário laboral de TI, como investimento em certificações, treinamentos especializados, plano de carreira e uma carga de trabalho que permita equilíbrio entre vida profissional x vida pessoal.

Como você avalia a disponibilidade de talentos no mercado hoje? As universidades têm formado poucos profissionais?

A pandemia acelerou a demanda por tecnologia, impactando diretamente a disponibilidade de talentos na área. Essa aceleração não foi acompanhada pela formação nas universidades, até mesmo porque exige tempo para formação.

Existem posições hoje, como de cientista de dados por exemplo, que o número de vagas cresceu quase 500%. Vejo um mercado promissor e com oportunidades para os amantes da tecnologia.


Em termos de retenção de talentos por parte das empresas, como você avalia o mercado hoje?

De modo geral as empresas têm investido em fortalecer sua proposta de valor para as pessoas. E isso vai além do salário. Na SONDA sabemos que para atrair e reter os melhores talentos temos que ter uma proposta de valor atrativa não só em termos de remuneração, mas também na oferta de um ambiente de trabalho que valorize a flexibilidade, a diversidade e inclusão, a qualidade de vida (Wellness), o aprendizado contínuo, o desenvolvimento profissional, entre outros temas. Este salário emocional é o que gera conexão e trabalho por propósito.

Muitos profissionais qualificados têm deixado o país ou há propostas de retenção?

Embora seja um tema muito falado hoje na área de tecnologia, ainda não é sentido pela SONDA. Somos uma empresa global e estamos presentes em 11 países. Dentro de casa existe a possibilidade de atuar com diferentes países e projetos, o que aumenta nossa proposta de valor e a retenção dos nossos talentos.

Hoje as empresas sofrem com a escassez de talentos ou há disponibilidade?

Para algumas posições especificas, principalmente relacionadas às novas tecnologias, pode haver uma escassez de talentos. No entanto, ainda não sentimos “indisponibilidade” das capacidades que precisamos para assegurar o nosso crescimento como organização.

É preciso formar dentro de casa ou a maioria dos profissionais chegam bem qualificados?

É um conjunto. A tecnologia é muito dinâmica e é preciso aprender todos os dias. Neste contexto, na SONDA nosso objetivo é ter pessoas alinhadas e preparadas para os desafios atuais e futuros da organização. Assim, temos trabalhado no Upskilling e Reskilling dos nossos colaboradores, com o objetivo de expandir os conhecimentos e competências relevantes para o mercado. Nosso foco está nas habilidades que precisaremos no futuro. Acreditamos nas pessoas e no seu talento, por isso trabalhamos para oferecer ferramentas que lhes permitam liderar o seu próprio desenvolvimento, aprender a reaprender todos os dias e em diferentes situações. O SONDA Academy, nossa plataforma de conhecimento, oferece uma série de cursos que promovem o aprendizado contínuo.

Que estratégias devem ser criadas para qualificar, investir e reter profissionais de data center no Brasil?

Os mesmos princípios que para os demais colaboradores. Ter uma proposta de valor atrativa, que vá além da remuneração, é um fator importante para a retenção desses colaboradores. Além de tudo que foi mencionado, temos um alto índice de mobilidade interna e acreditamos que promover esse crescimento profissional também faz parte do plano de retenção.