A migração para o ambiente em nuvem, seja ele privado, público ou híbrido, é uma tendência irreversível do mercado, e se coloca como a pedra fundamental do processo de Transformação Digital de muitas empresas. De acordo com o Gartner, só o mercado mundial de serviços de Nuvem Pública deve crescer 17% em 2020, totalizando receita de US﹩ 266,4 bilhões. Já a pesquisa "Red Hat Global Customer Tech Outlook 2020" mostrou que, das empresas ouvidas, 31% escolheram a Nuvem Híbrida por terem melhor custo/benefício, segurança e facilidade de integração de dados.
 
Um dos atributos-chave que se mostra presente nesse cenário é a escalabilidade de operações, cuja prova de conceito fica clara em períodos como a Black Friday. Porém, não é algo que se resume ao varejo - operações de naturezas distintas podem ter melhorias em seus negócios, incluindo empresas de educação, saúde, seguradoras e muitas outras.
 
Enquanto a Nuvem Privada tem como principal vantagem a adaptabilidade à organização, permitindo customizações, comportando ambientes legados e atendendo às questões regulatórias ou culturais, a solução mantém a infraestrutura sob domínio local. Já a Nuvem Pública tem como principal vantagem a escalabilidade sob demanda sem ferir critérios de disponibilidade e confiabilidade. No universo da Nuvem Privada, o planejamento e investimento prévio são fatores importantes para acompanhar o crescimento da organização.
 
Diante de tantas particularidades, é preciso analisar desde a arquitetura de software, até os impactos da segurança que a transição para um novo ambiente pode trazer. Faz-se necessário um passo inicial, para que sejam mapeadas as variáveis do processo e fazer uma estratégia de implementação que tenha embutida em si processos para mitigar riscos. Sem um estudo cuidadoso e parceiros de alto nível técnico, a migração para a cloud pode ser um problema, ao invés de uma solução.
 
Se antes, a escolha estava em apenas duas opções, hoje em dia muitas companhias mesclam ambos ambientes e utilizam a Multicloud. É certo que trabalhar com mais de uma nuvem trará mais complexidade. Por isso, a análise dos benefícios de uma estratégia Multicloud para os respectivos ambientes e, consequentemente, para o negócio deve partir de uma análise de cenários completa e abrangente.
 
Diante deste cenário, qual é o próximo passo da nuvem?
 
É fato que o ambiente de cloud está se tornando cada vez mais sofisticado e competitivo, com serviços gerenciados em nuvem tornam-se complementos essenciais que precisam de atualização constante. E, entre diversos fatores, está o que muitas empresas precisam considerar antes mesmo da migração: a otimização de custos.
 
O mapeamento da melhor opção de nuvem para cada ambiente se faz necessário com o intuito de combinar performance e investimento. Para a cloud, o monitoramento de custos torna-se primordial, uma vez que é possível identificar rapidamente desvios de comportamento por performance, implantação de automação e até mesmo o uso indevido do ambiente, evitando assim impactos inesperados no orçamento.
 
Como complemento, as revisões na arquitetura baseadas no crescimento do ambiente e ampliação de serviços poderão ser necessárias para que se mantenha a melhor relação de custo x performance. Para as empresas que optam por essas migrações, é importante ter parcerias com provedores e consultores que possuem profundo entendimento sobre o mercado e que estejam atentos aos objetivos de negócios do projeto. 
 
Nos próximos anos, os investimentos em estratégias de nuvem continuarão sendo prioridade, já que a globalização das corporações compreende um ecossistema diversificado para os negócios. Em um mundo em que a demanda por resultados estratégicos de serviços em nuvem continua crescendo, o caminho é a mudança organizacional em direção ao digital, em que a nuvem é a protagonista que viabiliza o fluxo dos negócios.
 
*Sandra Zanin é gerente geral de Produtos, Alianças Estratégicas e P&D no UOL DIVEO.
 
**A pesquisa Red Hat Global Customer Tech Outlook 2020 foi feita com mais de 850 empresas em todo o mundo para descobrir quais as prioridades das organizações para o próximo ano em adoção de novas tecnologias.