Para especialistas do setor de data center, é senso comum que empresas de telecomunicações e provedores de serviços em nuvem investirão cada vez mais em Data Centers Edge nos próximos anos. O principal motivo é acelerar aplicativos como streaming de vídeo, automação de fábricas e habilitar serviços de Telemedicina; veículos autônomos e realidade aumentada e virtual (AR/VR).

Pequenos e instalados na borda da rede, opção primordial para redução de latência, o que melhora cada vez mais a experiência do cliente final.

Atualmente a onda de Edge Data Centers no país encontra-se em fase de experimentação, onde a maioria das empresas está desenhando seus casos de uso, ou seja, sendo testemunhas oculares do que a edge pode fazer para melhorar ou até mudar negócios.

“Tecnologias como edge demandam investimentos e o Brasil consegue sair na frente dos outros países com um mercado mais maduro e demandante deste tipo de solução. Na Embratel, estamos na vanguarda desse tipo de solução em território brasileiro. A empresa apostou na sua estrutura de telecomunicação facilitando a implementação dos seus Edge Data Centers, entregando serviços de processamento e armazenamento sem que haja necessidade de investimento por parte do cliente em infraestrutura”, destaca Diuliana França, diretora de Serviços de Cloud da Embratel.

Empresa de telecom visionária, a Embratel que conta com Data Centers Edge em operação em São Paulo (SP), Brasília (DF) e Curitiba (PR), relata aqui suas boas perspectivas para a tecnologia edge.

Com a massiva implantação e posterior consolidação dos Edge Data Centers, quais são serão os principais benefícios?

Diuliana França: O principal benefício é poder viabilizar a implementação e uso massivo do 5G, e permitir o consumo de uma infraestrutura de TI muito próximo da região de interesse, onde o cliente será submetido a uma latência menor, maior qualidade e velocidade, melhorando sua experiência. Isso vai permitir o surgimento de novos negócios e uma verdadeira revolução digital com o uso de tecnologias emergentes, em segmentos como indústria 4.0 e cidades inteligentes.

No Brasil quais são os principais entraves para a consolidação dos Edge Data Centers?

D. F.: O Brasil tem dimensões continentais e essa extensão é um desafio, já que levar a borda de rede até onde o cliente está se torna custoso, mesmo considerando o uso de toda nossa capilaridade. Os Edge Data Centers, além de investimento em infraestrutura, devem possuir toda segurança e padrões de entrega de serviços existentes nos Data Centers centralizados. Outro ponto se refere mais ao estágio de adoção de processos automatizados pelas empresas, um tanto embrionário ainda. Também há o desafio, em menor escala, de lidar com certa resistência das empresas de saírem do ambiente on premisses para adotar ambientes virtualizados. Essa resistência é normal sempre que uma nova tecnologia inovadora surge, mas temos boas perspectivas.

Quais são os principais atrativos do Brasil para uma empresa querer investir em Edge Data Centers no país?

D. F.: Os principais atrativos são extensão e o avanço constante em Transformação Digital, em especial na indústria, cidades e agronegócio. O Brasil está começando sua jornada e, como já falado, exponenciar o uso de tecnologias emergentes passa pelo uso de Edge Data Centers.

Qual o papel das empresas de telecomunicações na implantação dos Edge Data Centers?

D. F.: As empresas de telecomunicações têm um item facilitador na implantação de Edge Data Centers: a vasta estrutura já implantada para suportar seus backbones e redes de acesso. O papel de empresas do setor é utilizar esta infraestrutura que temos para entregar melhores soluções ao mercado, seja em Telecom, como um habilitador do 5G ou adicionando mais valor com serviços de processamento, armazenamento, inteligência nas bordas através dos Edge Data Centers, com infraestrutura própria ou parcerias globais. Importante lembrar que a Embratel vai muito além de telecomunicações e hoje é uma integradora de soluções digitais, habilitando a infraestrutura digital de empresas de diversos tamanhos e segmentos. A Embratel fornece soluções como Cloud Computing, Data Center, Segurança, Internet das Coisas, Professional Services, Conectividade e Colaboração, Omnichannel, Automação Robótica de Processos, transmissão de dados, vídeo, Internet, telefonia celular e fixa corporativa, longa distância nacional e internacional, além de uma série de outras soluções para apoiar o mercado empresarial na sua jornada de crescimento na nova economia digital. Trabalhar com Edge Data Centers está dentro de nossa estratégia e temos diversos já em atividade para fornecer soluções de ponta a nossos clientes.

Como a infraestrutura de telecomunicações vai acomodar esse fenômeno na América Latina?

D. F.: A infraestrutura instalada de telecomunicações é um suporte para entrada dessas novas soluções. A tendência na América Latina é que tenhamos uma adoção progressiva dos Edge Data Centers para suportar 5G e soluções de TI edge. Além da infraestrutura nos Edge Data Centers, que são habilitadores do 5G, também deverão ser feitos investimentos na modernização e atualização da rede.

Quantos Edge Data Centers a Embratel planeja implantar?

D. F.: Para atender o mercado corporativo com soluções digitais, a Embratel irá implementar 12 Edge Data Centers cobrindo todo o país. Já temos três em operação, em São Paulo (SP), Brasília (DF) e Curitiba (PR). As outras localidades programadas são: Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES), Cuiabá (MT), Manaus (AM), Belém (PA), Porto Alegre (RS), Fortaleza (CE) e Salvador (BA).

A Embratel realizou importantes investimentos em infraestrutura com orquestrador, hardware de servidores, processamento, segurança e comunicação entre os pontos para essa oferta. Como foco em telecomunicações, a Claro tem diversos outros Edge Data Centers para atender suas demandas internas.

A Embratel, ao longo dos anos, vem se preparando e instalando Edge Data Centers distribuídos, possibilitando o uso de uma infraestrutura inovadora, com redução de latência e menor risco do uso de rede pública de internet. Por meio dos nossos Edge Data Centers, é permitida conexão à infraestrutura de Nuvem e à nossa solução Embratel Cloud Edge, que se dá também por meio de redes privadas.

Nossa estratégia está muito alinhada com o crescimento do mercado de IoT, com a implantação do 5G e a revolução digital que vamos vivenciar nos próximos anos com o uso destas tecnologias em conjunto.

Que vantagens oferecem as soluções de Edge da Embratel?

D. F.: O Embratel Cloud Edge permite o processamento de dados mais próximo ao local de coleta, atendendo aplicações que dependem de alta performance (baixa latência na resposta). Ao utilizar a Embratel Cloud Edge, o mercado empresarial tem acesso a uma infraestrutura que fornece um menor tempo de resposta para as aplicações em Cloud, agilizando o envio e recebimento de dados e economizando rede.

A solução disponibiliza maior capacidade para armazenagem e garante poder computacional para processar informações em tempo real de maneira distribuída e segura para empresas de todos os setores, como o agronegócio, e-commerce, financeiro, Governo, educação, cidades inteligentes, indústria 4.0, além de aplicações de Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA).

Com a solução, podem ser desenhadas arquiteturas onde os dados passam a ser processados na ponta, em vez de serem enviados diretamente para uma estrutura central ou para Nuvem. Esta decisão é implementada por meio de mecanismos de triagem definidos na borda, que seguem as demandas de cada negócio. Todo esse processo ajuda a reduzir a largura de banda necessária para comunicação entre aplicações, rede e os variados pontos de acesso aos dados.

A solução é vendida como IaaS (Infraestrutura como Serviço) para prover às empresas mais autonomia em suas operações, pois podem contratar e gerenciar os recursos de computação, armazenamento e rede de acordo com suas demandas, pagando apenas conforme a necessidade e o uso. A oferta também fornece flexibilidade e economia ao não realizar a cobrança pelo tráfego entre regiões. Como diferencial, a solução ainda possibilita escalabilidade por meio da aplicação de políticas de auto-scale para atender os picos de utilização de cada negócio.