Criada com a missão de trazer infraestrutura digital em diversas regiões brasileiras. a Elea Digital entrou no mercado de data center brasileiro, no início de 2020, com a missão de ser “grande”. Logo após anunciar sua entrada no mercado de data centers, adquiriu cinco data centers da Oi. Os sites estão localizados em Porto Alegre (POA1), Curitiba (CTA1), São Paulo (SPO1) e Brasília, este último, com duas unidades (BSB1 e BSB2).

A aquisição foi realizada por meio de um veículo de Private Equity da Piemonte Holding, instituição financeira do Rio de Janeiro, focada em investment banking e inovação digital.

Em 2021, foi feita a compra do data center do Grupo Globo - a maior empresa de mídia da América Latina - localizado na zona oeste da região metropolitana do Rio de Janeiro (RJO1). A aquisição aumentou a potência instalada e a conectividade da companhia. Este ano, a empresa adquiriu mais um data center na cidade de Porto Alegre (POA2), desta vez da TIM, líder brasileiro na telefonia móvel e no desenvolvimento do 5G no país.

E neste mês de dezembro, a empresa anunciou sua primeira debênture. O título de crédito equivalente a um empréstimo no valor de R$ 200 milhões teve o Bradesco BBI como Coordenador Líder e o BTG e UBS/BB como Coordenadores. Com os recursos levantados, a Elea Digital, que é um ecossistema de Edge Data Centers, poderá diminuir drasticamente o consumo de água em seus data ativos, atingindo metas sustentáveis ambiciosas e se posicionar entre as empresas mais eficientes, quanto ao consumo de água, no mundo.

Em entrevista, Rogério Bruck e Marco Girardi, COO e CFO da Elea Digital respectivamente, falam sobre a iniciativa pioneira que prevê o investimento em equipamentos de refrigeração com tecnologia de ponta que irão permitir o uso eficiente de água nos data centers, mantendo a eficácia na utilização de energia.


Em termos de reuso da água que iniciativas a Elea Digital tem hoje?

Rogério Bruck: Para os nossos Data Centers mais recentemente construídos já possuímos sistemas de reuso de água, bem como a captação de água da chuva e tratamento de esgoto. Nosso objetivo é adotar este sistema para todas as construções. Além disto, estamos trabalhando em nossa redução de WUE (Water Usage Effectiveness), tendo como alvo índices qualificados entre os melhores a nível mundial.

A economia circular está começando a entrar na pauta das empresas. Com o novo aporte financeiro, pode-se dizer que a economia circular é um dos tópicos prioritários na Elea Digital?

Rogério Bruck: Não somente a economia circular em particular, mas em geral a atenção pela sustentabilidade, em todos seus aspectos, foi sempre tópico da atenção do projeto Elea - desde que o Grupo Piemonte entrou no setor dos Data Centers. Este novo aporte financeiro somente faz aumentar a responsabilidade da nossa empresa, com uma dupla responsabilidade: efetuar da melhor forma possível os investimentos planejados, visando um uso eficiente de água na refrigeração dos data centers, mantendo ou reduzindo a eficácia de uso de energia e, ao mesmo tempo, estar comprometido com uma agenda de sustentabilidade de alto impacto no ambiente de trabalho. Um importante passo para que a Elea continue atuando e seja conhecida como uma empresa que cumpre os compromissos ligados a uma total conscientização das questões economicamente sustentáveis.

Que iniciativas serão implantadas após o investimento?

Marco Girardi: Utilizaremos este investimento na troca de equipamentos que nos possibilitem maior ganho de eficiência energética. Temos entre os outros objetivos a diminuição dos indicadores PUE e WUE, visando um melhoramento em geral das performances e, consequentemente, melhorias com os consumos energéticos.

Além de equipamentos de refrigeração a Elea pretende investir em outras frentes? Como fontes alternativas de energia?

Marco Girardi: Sim, estamos trabalhando em várias frentes. Apesar do sistema de refrigeração ser um dos facilites mais agravantes, estaremos trabalhando em todos os segmentos, seja para com o sistema elétrico ou adequações na utilização dos Data Halls. Este é um processo contínuo, onde após qualquer implementação precisamos avaliar o comportamento após as mudanças e identificar o resultado das ações, bem como a identificação de outros pontos a serem trabalhados.

Ressaltamos que a nossa compra de energia é 100% de fontes renováveis e estamos sempre atentos em procurar alternativas que sejam mais benéficas para as nossas instalações e ao meio ambiente.

Para estar em conformidade com o ESG, o data center precisa passar por transformações culturais e técnicas, tornando-se mais transparente para o mercado? Seria isso?

Rogério Bruck: A Elea Digital sempre foi atenta a todos os aspectos ESG. Mas que uma “transformação” precisa de uma “consolidação” das próprias estruturas. A presença de importantes investidores nacionais e estrangeiros, a listagem da empresa na CVM-categoria B, estão entre as demonstrações que a Elea sempre foi transparente para o mercado e atenta aos aspectos ESG, em todos os impactos sociais, ambientais e de governança. O fato de ter conseguido obter um novo aporte financeiro, e com o selo de “green bond”, somente aumenta a responsabilidade e o compromisso de transparência da Elea com todos os shareholders e stakeholders.