Ao longo de 2021, e após um ano tão perturbador como 2020, será essencial desenvolver os data centers para atender às novas demandas por baixa latência, maior largura de banda e conectividade mais confiável.

Com isso, a Commscope, empresa que é uma das líderes mundiais em soluções de infraestrutura para redes de comunicações, afirma que a tendência mais importante que veremos neste ano, será a chegada do 400G nos data centers. “No entanto, o mundo está se movendo mais rápido do que nunca e devemos começar a nos preparar também para a chegada do 800G. Essas tecnologias de ponta otimizam a transferência de dados oferecida pelo 100G, o que nos ajudará a atender todas as demandas dos consumidores”, aponta o vice-presidente da CommScope para as regiões da América Latina e Caribe, Gustavo López, listando que para isso, outras tendências que devem ser consideradas neste mundo cada vez mais digital e que também vêm ganhando relevância são:

  • Adaptação a maiores quantidades de fibra óptica
  • Multitenant Data centers na extremidade da rede
  • Implantação de redes 5G
  • Migração contínua em alta velocidade

Em entrevista, o vice-presidente da CommScope para as regiões da América Latina e Caribe, fala sobre o aumento significativo no volume de informações que os data centers tiveram e têm que suportar, por conta da pandemia. Leia, a seguir.

DatacenterDynamics: Como a situação causada pela Covid-19 mudou o planejamento previsto para esses dois anos de pandemia?

G. L.: Mais do que uma mudança de planos, vivemos a aceleração de muitas evoluções tecnológicas que havíamos planejado para o futuro. No ano passado pudemos observar um aumento significativo no volume de informações que chegavam aos data centers, causado, principalmente, pelas novas e maiores demandas de conectividade que surgiram quando transferimos nossas atividades para um ambiente remoto. A boa notícia é que os órgãos de padronização e a indústria têm trabalhado juntos para desenvolver as ferramentas tecnológicas que precisaremos para enfrentar o presente e o futuro.

DCD: Como os gerentes de data center estão planejando o 800G e o efeito multiplicador de dados que o 5G trará?

G. L.: Com as novas tecnologias entrando em operação em um ritmo acelerado, torna-se difícil para os operadores ou administradores planejar suas transições corretamente e acaba ficando mais caro se não o fizerem bem. No entanto, ter um parceiro de tecnologia como a CommScope pode ajudá-lo a tomar as decisões que mais o beneficiam em longo prazo.

Por exemplo, na CommScope prevemos que a tecnologia 800G será necessária nos próximos dois anos. Por isso, ajudamos o data center a ter não apenas o cabeamento adequado, mas também soluções que permitem compatibilidade entre o data center, como os conectores para aplicações de 800G em SR8; dessa forma você estará pronto para evoluir.

Entretanto, a implementação de Inteligência Artificial (IA) e Aprendizagem de Máquina (ML) será muito importante, pois irão facilitar a gestão da informação dentro do centro de dados e otimizar o seu funcionamento. Lidar com esses tipos de problemas é fundamental, à medida que a indústria avança em direção a uma rede habilitada para o 5G.

DCD: Você acredita que os sistemas estão prontos para o enorme aumento no volume de dados e informações que continua a crescer diariamente? E como as empresas de data center devem se preparar para enfrentar esse desafio?

G. L.: Sim, como mencionei anteriormente, existem ferramentas como Inteligência Artificial e Aprendizado de Máquina, cujo objetivo é melhorar o processamento de todos esses novos dados, o que em geral otimiza o funcionamento do nosso data center, dando origem a evoluções tecnológicas, como veremos com a chegada do 800G. Porém, não podemos esquecer que é sempre melhor ter um aliado tecnológico que nos guie no caminho certo, pois não teremos muito tempo para solucionar erros.

DCD: Como os sistemas de rede e cabeamento do data center estão evoluindo e como se espera que mudem no futuro?

G. L.: À medida que aumentava a quantidade de dados que chegavam aos data centers durante a pandemia, era necessário desenvolver um novo cabeamento capaz de transportar informações com mais rapidez. Como exemplo, temos a fibra óptica no formato de cabo tipo rolable ribbon, no qual as fibras são continuamente agrupadas e unidas a longo do cabo; essa configuração torna o produto mais flexível, permitindo que os fabricantes carreguem até 3.456 fibras em um duto de duas polegadas; duas vezes a densidade das fibras em cabos convencionais. Essa construção reduz o raio de curvatura, tornando mais fácil trabalhar com esses cabos dentro dos limites mais apertados do data center.

DCD: Com os sistemas de data center ficando menores e mais próximos do usuário final, quais desafios você está enfrentando e quais novas oportunidades está encontrando? E quanto aos data centers em hiperescala?

G. L.: À medida que os administradores se concentram na necessidade de localizar data centers mais próximos dos usuários finais, as redes estão convergindo para encontrar a melhor maneira de suportar enormes aumentos no volume de tráfego nas bordas, assim como na demanda por desempenho e latência preservando o investimento em seus data centers existentes.

Conforme a demanda por banda larga e ofertas de serviço aumentam, a latência se torna mais crítica para o usuário final, o que também significa maiores quantidades de fibra na rede.

Por outro lado, as instalações de Hyperscale estão sob pressão crescente para oferecer conectividade ultraconfiável para um número maior de usuários, dispositivos e aplicativos.

O objetivo é encontrar o equilíbrio, seja entregando o número certo de fibras para o equipamento certo, boa manutenção e capacidade de gerenciamento, e tudo isso é suportado para crescimento futuro.

DCD: O que são os Multitenant Data Centers (MTDC) e quais vantagens eles oferecem?

G. L.: Os Multitenant Data Centers ou MTDCs são centros de dados que hospedam e gerenciam os recursos de vários clientes simultaneamente. Uma de suas principais vantagens é a redução de custos que representa em relação a um data center dedicado, uma vez que os custos de manutenção do data center são compartilhados em um ambiente seguro.

Além disso, os MTDCs são flexíveis. Portanto, estão prontos para se adaptar a uma ampla variedade de configurações do cliente, de forma ágil, a fim de acompanhar a evolução da tecnologia e do ambiente de negócios.