O setor de data centers está acostumado com o crescimento. O mercado está ficando cada vez maior, as demandas de energia estão disparando e as valores em dólares estão nas alturas.

“Dez anos atrás, 20 MW eram muita coisa. Se alguém te oferecesse 20 MW, você teria que ter comprado uma Ferrari antes de ter feito qualquer outra coisa”, disse à DCD Pete Jones, diretor de desenvolvimento da Yondr.

Em apenas alguns anos, as expectativas se expandiram massivamente – com data centers de 100 MW ou mais espalhados pelo interior dos Estados Unidos e crescendo em áreas rurais dos países nórdicos.

"Quando se começa a escalonar, há uma certa complexidade que não é apenas linearmente proporcional ao número de megawatts,” advertiu Jones, já que quanto mais você cresce, mais difícil fica. “Seu ônus cresce e, se as coisas não derem certo na escala, as consequências são muito maiores. Você precisa ter uma equipe de liderança muito mais robusta e forte para estes projetos.”

Além disso, agora com os hiperescalares na nuvem por mais que uma década, o processo de construção “destas coisas em larga escala no meio do nada flui muito bem,” observou Jones, admitindo que a adoção do HyperBloc focado em hiperescala da empresa (150-300 MW) foi “menos desgastante do que o MetroBlock” (40-150 MW).

Paul Henry, diretor regional da Google para implantação de infraestrutura de data center na Europa, Oriente Médio e África (EMEA), concordou. A empresa sabe como construir grandes campos, disse ele, porém agora está focada em levar os custos "o mais próximo possível dos custos brutos com insumos."

Um exemplo citado é o cimento, "em algum momento, você não consegue ele mais barato, o mesmo vale para o aço," disse ele. "Os fabricantes que constroem UPSs e geradores em algum momento recebem margens realmente pequenas. Os maiores construtores fizeram um bom trabalho para se tornarem realmente eficientes, mas é preciso entregar mais rápido, mais barato e assim por diante."

Para conseguir isso, a empresa está passando por mudanças na forma de projetar e construir suas instalações, tanto as grandes quanto as pequenas.

Historicamente, cada data center que construído teve um processo diferente, baseado na tecnologia de ponta e ideias do momento. "É muito difícil reduzir nosso prazo de entrega e poder ser o melhor da classe em termos de cronograma e custos quando temos essa mudança contínua", explicou Henry.

"Estamos [agora] padronizando não somente nosso projeto, mas nossa estratégia geral de execução, bem como desenvolvendo todos os nossos sistemas em uma série de produtos que são construídos com uma estratégia de execução que é realmente um quebra-cabeça," explicou ele.

Este sistema padronizado "incorpora muito trabalho de design na linha de frente para construir uma estratégia de modularização, em vez da construção tradicional em campo", disse Henry. "Nós temos feito isso – em nossa nova geração de projetos de data center, de fato estamos procurando retirar 50% de nossas horas de trabalho do canteiro de obras e movê-las para instalações fabris."

Antes de começar a quebrar tudo, a Google cria um pacote de trabalho que define toda a lista de materiais para um escopo de trabalho, incluindo as horas de trabalho e o tamanho da equipe, bem como o custo de componentes, o que é "muito parecido com a estratégia da Ikea," disse ele. "Tudo foi predefinido.”

As mudanças ajudaram a Google a reduzir o tempo de construção de 22 meses para menos que 18 meses. A expectativa é enxugar ainda mais isso, para apenas 12 meses; reduzindo custos e facilitando a previsão de demanda.

Os hiperescales estão vindo para as metrópoles. Mas a Google e outras hiperescales não estão apenas mudando a forma que constroem data centers. Também estão mudando o local onde eles são construídos.

As maiores empresas costumavam construir estes data centers de 200 a 400 megawatts e tudo ficava lá", observou Brian Doricko, vice-presidente Sênior de desenvolvimento corporativo da CyrusOne à DCD>Construindo em Escala neste mês de maio. "Mas agora estas mesmas empresas estão vendendo mais e mais serviços na nuvem, [e os clientes] querem saber que seus aplicativos vão sobreviver em diversos prédios e múltiplos locais."

Adicione leis de residência de dados, demandas de latência e concorrência acirrada pela nuvem e você terá uma realidade em que os hiperescales não podem simplesmente viver no deserto. Agora, estão vindo para os subúrbios e centros das cidades.

“Contamos com cinco campus dentro da Europa, Oriente Médio e África,” disse Henry da Google. “E estes têm sido data centers em escala relativamente larga, variando em torno de 32 MW a 60 MW por data center,” com múltiplas instalações em cada campo. “Mas estamos vendo uma pequena mudança em nossa estratégia. Trabalhar em escala para nós agora na região é de fato observar como entramos em todas as metrópoles para as quais precisamos expandir, e isto está acontecendo em um ritmo acelerado.

*Para ler a entrevista na íntegra, baixe gratuitamente o Commscope Supplement: Scale Construction, onde você encontrará este e muitos outros textos relacionados à construção de Data Centers.