A indústria de data centers enfrenta inúmeros desafios para iniciar projetos de centros de dados na América Latina. Para superar esses desafios e cumprir com os prazos estabelecidos, é preciso contar com uma equipe de construção robusta e adaptável.

Na edição deste ano do DCD>Latam Awards, a DCD reconheceu, na categoria "Data Center Construction Team of the Year", as equipes que demonstraram resiliência e iniciativa ao enfrentar os imprevistos do projeto, cumprindo com os resultados gerais de tempo, custo e qualidade.

Scala Data Centers foi a vencedora da categoria com "A História de Sucesso do SGRUTB05". A empresa também se destacou na categoria "Impacto Energético", com o projeto "Empoderando Através da Energia: O Impacto da Scala". Para abordar o primeiro projeto apresentado pela empresa, a DCD entrevistou José Eduardo Quintella, COO.

Quais são os diferenciais do projeto da Scala que fizeram com que a empresa fosse ganhadora na categoria Data Center Construction Team of the Year? 

A Scala Data Centers se destacou ao criar uma abordagem de design e construção verticalizada, com um time próprio que promove inovação, chamado Centro de Excelência em Engenharia (CoE). O CoE reúne mais de 340 engenheiros, arquitetos e especialistas em data center, focados desde a concepção do projeto, design, construção, rede e infraestrutura de TI, garantindo assim uma integração perfeita e funcionalidade otimizada para a construção do SGRUTB05, localizado no nosso Campus Tamboré, em Barueri (SP).

O seu design vertical inovador, resultando no segundo maior data center vertical da América Latina (logo atrás do SGRUTB04, também da Scala), evidencia a capacidade da companhia de otimizar o uso do espaço, implementar sistemas de resfriamento aprimorados e suportar capacidades de computação de alta densidade. A equipe de construção se destacou ao cumprir prazos agressivos, gerenciar eficazmente a cadeia de suprimentos e manter um foco inabalável na segurança, qualidade e na satisfação do cliente Hyperscale. Com planejamento, controles e industrialização dos processos construtivos, eles se comprometeram em atender às demandas do cliente, permitindo a execução do projeto dentro do tempo estipulado e garantindo a satisfação do cliente. 

Quantas pessoas participaram do projeto de construção do data center? 

Mais de 510 pessoas participaram da construção do SGRUTB05 da Scala. Essa equipe incluiu uma variedade de profissionais, desde engenheiros e profissionais especializados em construção até técnicos de rede e outros especialistas necessários para obra e operação bem-sucedida de um data center de alta complexidade voltado ao mercado Hyperscale. Um dos grandes diferenciais, não só apenas desse projeto, mas de todos da Scala, é o grupo de pessoas que executam os nossos data centers. Trabalhamos com um time multidisciplinar, que combina experiência do mercado de infraestrutura de TI e de diversos outros segmentos de base como construção pesada de hidrelétricas, rodovias, barragens e obras industriais de alta complexidade. Com isso, trocamos conhecimentos, fomentamos inovação, e aprimoramos os nossos processos para entregar construções extremamente eficientes.

Como foi o processo de construção do SGRUTB05?  

Tudo começou com a formação da equipe de construção, cerca de um ano antes do início efetivo das obras. Durante esse período, os membros da equipe passaram por treinamento extensivo para garantir que estivessem preparados para o projeto. A construção oficial começou em novembro de 2021, com a demolição da edificação existente e foco na preparação do solo e na construção das bases necessárias para suportar a estrutura. Devido ao fato de ser um edifício vertical, a fundação foi de extrema importância. 

A fase de comissionamento teve início em fevereiro de 2023, durante a qual a equipe conduziu testes abrangentes para verificar o funcionamento adequado dos sistemas e equipamentos. Em março, a Inspeção de Segurança Ocupacional e Saúde (IST) foi concluída, garantindo que todas as medidas de segurança necessárias estivessem em vigor. A fase de Pré-Funcional e Entrega (PFHO) foi finalizada no mesmo mês, envolvendo testes finais, inspeções e certificações para assegurar a conformidade com todas as especificações e requisitos antes da entrega e operação do projeto.  

Durante todo o processo, a equipe realizou a gestão da cadeia de suprimentos e garantiu uma infraestrutura de energia robusta, além de utilizar expertise técnica para lidar com a complexidade da tecnologia do data center.

Como o data center vem sendo operado atualmente e quais são os seus diferenciais? Poderia dar mais detalhes? 

O data center SGRUTB05 da Scala atualmente opera com uma capacidade de TI de 6MW, garantindo eficiência energética com um PUE (Power Usage Effectiveness) menor que 1,3-1,4 - valor de referência na América Latina – e WUE (Water Usage Effectiveness) de zero.

Essa conquista está alinhada com a missão da Scala de ser a plataforma líder em data centers sustentáveis na América Latina, especificamente no mercado Hyperscale, impulsionando o futuro na região. A operação independente de cada data center permite atender às necessidades específicas dos clientes, enquanto uma plataforma de comando e operação compartilhadas garante eficiência e segurança. Além disso, o SGRUTB05 foi projetado para escalabilidade futura, adaptando-se às crescentes demandas do cliente – o data center foi vendido 100% a um único provedor Hyperscale - e continuando a aprimorar seus processos operacionais. 

O que podemos esperar de projetos da Scala Data Centers para os próximos anos?  

Nos próximos anos, podemos esperar que a Scala Data Centers continue evoluindo nas suas soluções de engenharia com uma abordagem com vez mais industrializada e inovando nos seus projetos para atender às crescentes demandas do mercado. O avanço na adoção da inteligência artificial e as suas derivações, como o Machine Learning, já tem hoje um impacto significativo nos nossos projetos.

Os grandes provedores de serviços em nuvem, especialmente aqueles que operam no mercado Hyperscale, estão liderando essa transformação. Eles estão impulsionando a demanda por infraestrutura de data centers que possa suportar cargas de trabalho altamente intensivas em computação, caracterizadas pelo processamento massivo de dados e pela execução de algoritmos complexos.

Em números concretos, observamos que as densidades por rack estão aumentando significativamente. Inicialmente, as configurações típicas de rack podiam variar de 2 a 5 kW de consumo de energia. Depois, cresceu-se para 10 kW, chegando atualmente em até 20 kW. No entanto, com o advento e a proliferação das aplicações de IA, já existe demanda acima de 40 kW.

Esse aumento na densidade de energia é uma resposta direta às necessidades de processamento dessas tecnologias avançadas. Nesse sentido, precisamos projetar e construir hoje os data centers que permitirão estes processamentos no futuro e sem abrir mão de requisitos sustentáveis, o que é uma prioridade inegociável para a Scala.

Por fim, o mercado latino-americano apresenta um potencial sólido, e a Scala está posicionada para aproveitar as oportunidades de crescimento à medida que a demanda por novos data centers e a descentralização da infraestrutura de TI segue expandindo. A empresa continuará a liderar o caminho na região, impulsionando a inovação, a eficiência e a sustentabilidade nos seus projetos de data centers, mantendo o seu compromisso de futuro-proofing (à prova de futuro) nos negócios dos seus clientes e da própria Scala Data Centers.