Nos últimos 12 meses, o Uptime Institute Intelligence tem acompanhado de perto os desenvolvimentos regulatórios na área de sustentabilidade. Isso inclui regulamentações baseados no padrão de Divulgação Financeira Relacionado ao Clima da Força-Tarefa, como a Diretiva de Relatório de Sustentabilidade Corporativa da UE e os Regulamentos de Divulgação Financeira relacionados ao Clima do Reino Unido e a Diretiva de Eficiência Energética da UE. Essas estruturas legais exigem a coleta e o relatório de informações corporativas e de data center sobre tipo e localização de edifícios, uso de energia, emissões de gases de efeito estufa (GEE) e métricas operacionais, como eficiência no uso de energia (PUE) e trabalho por energia.

A Uptime Intelligence espera que esse tipo de regulamentação se propague globalmente nos próximos cinco anos.

Entrando no matagal

Regulamentações operacionais como essas são um novo território para a indústria de data centers, que tem operado principalmente fora do emaranhado de regulamentações ambientais e operacionais familiares às entidades de fabricação. Essas regras chegam em um momento em que o tamanho físico, a energia e a intensidade da água dos campi de hiperescala e colocation recentemente construídos e planejados têm capturado a atenção pública e governamental.

Com a propagação das regulamentações que exigem relatórios de data center e requisitos operacionais, gerentes e executivos de infraestrutura digital estão buscando orientação sobre as etapas necessárias para manter uma postura de conformidade eficaz.

Em primeiro lugar, os gestores precisam acompanhar o desenvolvimento de regulamentações que podem afetar as operações em cada uma de suas instalações. Uma regulamentação local, estadual e nacional normalmente leva pelo menos seis meses, e muitas vezes dois ou três anos de consulta e discussão, antes de se tornar lei. Os membros da equipe precisam ser designados para acompanhar os desenvolvimentos regulatórios e legislativos e preparar as instalações para a conformidade. No mínimo, os funcionários designados devem:

  • Acompanhar os desenvolvimentos legislativos e regulatórios para antecipar as medições, métricas e dados de desempenho operacional que serão necessários para cumprir os requisitos.
  • Identificar, planejar e iniciar projetos para implementar as medições necessárias, sistemas de coleta de dados e relatórios e melhorias de eficiência energética e hídrica.
  • Estabelecer indicadores-chave de desempenho com metas para acompanhar e melhorar o desempenho operacional e de energia para atender e exceder os requisitos regulatórios esperados.

Mesmo que exista pouca ou nenhuma legislação em matéria de sustentabilidade planejada e esperada em qualquer país e região, continua a ser aconselhável acompanhar a evolução em regiões de importância, como a UE. Muitas vezes, os regulamentos podem ser “exportados” e, mesmo que não se tornem obrigatórios em um determinado país, podem se tornar melhores práticas e padrões de fato.

Para se preparar para os regulamentações esperadas, os gerentes de infraestrutura digital são aconselhados a dar tanta importância ao desempenho energético (trabalho por megawatt-hora, MWh) e às métricas e objetivos de redução de emissões de GEE quanto aos que regem a resiliência operacional, a confiabilidade e o desempenho. Grande parte da legislação que visa reduzir o consumo de energia e as emissões de carbono está focada em melhorar essas métricas.

Sustentabilidade E desempenho

As métricas de sustentabilidade e desempenho operacional não são mutuamente exclusivas; eles podem promover coletivamente o desempenho ambiental e empresarial. A seguir estão algumas das principais áreas que os gerentes de infraestrutura digital precisam abordar:

  1. Os gerentes são aconselhados a aumentar a utilização de sua infraestrutura de TI. Se os gerentes definirem e perseguirem metas para melhorar a utilização média do servidor, os servidores que executam aplicativos corporativos e de escritório poderão atingir utilizações médias próximas a 50% e executar trabalhos em lote com utilizações médias próximas a 80%. Atingir esses níveis de utilização pode melhorar o desempenho dos negócios, reduzindo as despesas operacionais e de capital de TI. O desempenho ambiental também será melhorado por meio de um aumento no trabalho entregue por MWh de energia consumida.
  2. O equipamento de TI deve operar com funções de gerenciamento de energia habilitadas se as cargas de trabalho puderem tolerar os tempos de resposta mais lentos inerentes às funções. A implantação dessas funções pode reduzir o uso médio de energia do servidor em 10% ou mais. Uma pesquisa do Uptime Institute com operadores indica que mais de 30% dos entrevistados já permitem o gerenciamento de energia em alguma parte de sua frota de servidores, capturando energia e reduções de custos.
  3. Os gerentes são aconselhados a colaborar com seu(s) fornecedor(es) de energia para estabelecer planos táticos e estratégicos para aumentar a energia livre de carbono (CFE) consumida por uma instalação ao longo do tempo. Atingir 100% de consumo de CFE levará de 5 a 20 anos (ou mais) para se concretizar, dependendo dos ativos de geração disponíveis em um determinado mercado. A colaboração com fornecedores de energia permite que os operadores reduzam as emissões operacionais de carbono ao longo do tempo, de acordo com as expectativas do governo e dos clientes.
  4. O resfriamento central, o espaço de TI e a infraestrutura de equipamentos de TI devem ser gerenciados e otimizados para o melhor uso de energia, com pacotes de controle automatizados que oferecem os melhores resultados. Esses sistemas podem melhorar a eficiência energética do sistema em 20% ou mais, programando unidades de resfriamento centrais, ajustando a entrega de resfriamento do espaço de TI e gerenciando a colocação da carga de trabalho na infraestrutura de equipamentos de TI. Isso maximizará a utilização desses ativos e, ao mesmo tempo, minimizará seu consumo de energia ao fornecer as cargas de trabalho necessárias.

Melhorar a produtividade das operações de data center para se preparar para os requisitos normativos e melhorar o desempenho dos negócios e do ambiente é uma jornada contínua de vários anos. Requer o comprometimento total da equipe de gestão e da equipe de operações de TI e instalações, melhoria da eficiência energética com recursos e planos de redução de emissões de GEE. Ao tomar medidas precoces, os gestores podem demonstrar um compromisso com a sustentabilidade e facilitar o caminho para a conformidade com as regulamentações emergentes.