Rafael Garrido
– Rafael Garrido

Os data centers são essenciais para apoiar e fomentar a rápida adoção da digitalização, incluindo a computação de alta performance e a inteligência artificial. Entretanto, esse crescimento também chamou a atenção para o consumo de energia e o impacto ambiental provocado pelo segmento. 

Estudo da Agência Internacional de Energia (IEA) afirma que melhorias na eficiência energética têm, entretanto, ajudado a mitigar o aumento da demanda por energia proveniente dos data centers e das redes de transmissão de dados, cada um sendo responsável por 1 a 1,5% do uso global de eletricidade.

Em resposta a este desafio, surgiram novas regulamentações na indústria buscando melhorar a eficiência energética, gerenciar o consumo de energia e reduzir o impacto ambiental, para seguir em direção a operações mais sustentáveis. 

Isso inclui a implementação de tecnologias de ponta como sistemas de refrigeração mais eficientes, o uso de fontes limpas de energia como solar e eólica, a implementação de sistemas de reciclagem e de reúso da água, a redução do consumo nas operações cotidianas, o investimento em virtualização de servidores e encontrar formas para compensar as emissões. 

Uma proposta para a autorregulamentação

Enquanto governos ao redor do mundo debatem e estabelecem estas regulamentações, é importante notar que várias empresas na indústria de data centers já estão proativamente dando passos em direção à tomada de medidas para a sustentabilidade. 

Por exemplo, a iniciativa apoiada pela Associação Europeia de Data Centers é parte do Climate Neutral Data Center Pact (Pacto para Neutralidade Climática de Data Centers), que promove a autorregulamentação e busca o compromisso dos operadores para que apoiem o Pacto Ecológico Europeu e alcancem as ambiciosas metas de redução na emissão de gases de efeito estufa da Climate Change Act (Lei de Mudanças Climáticas). 

Estes stakeholders se comprometeram a proativamente tornar os data centers carbono neutros até 2030. Uma das principais ações sendo que, a partir de 1 de janeiro de 2025, novos data centers operando com capacidade total em climas frios devem cumprir com uma meta anual de PUE de 1,3 e novos data centers operando com capacidade total em climas quentes devem cumprir com uma meta de 1,4. 

O Data Center Knowledge relata que os Estados Unidos estão também promovendo eficiência e sustentabilidade para os data centers. Em 2022, o Departamento de Energia dos Estados Unidos (DOE) anunciou recursos de até $42 bilhões de dólares para apoiar o desenvolvimento de soluções de refrigeração energeticamente eficientes e de alta performance para data centers, e é parte das metas do governo Biden chegar a emissões de carbono net zero até 2050.

Como a América Latina avançará?

A América Latina está monitorando atentamente essas regulamentações globais à medida que a sustentabilidade se torna um dos principais fatores de competitividade no mercado de data centers. Entretanto, a indústria reconhece que isto é mais do que uma tendência de mercado, é uma necessidade para garantir o futuro das empresas e do meio-ambiente. 

Com essas novas regulamentações, as empresas de data center estão buscando se preparar para atender aos requisitos, o que significa levar em conta a sustentabilidade em todas as etapas, do design às operações cotidianas.