Março foi um mês agitado, repleto de investimentos (sobretudo em IA, como era de se esperar) e anúncios importantes na indústria de Data Centers. Neste resumo, destacamos algumas das notícias mais lidas do mês. Confira!
Os investimentos em IA não param
A Amazon aumentou seu investimento na startup de IA Anthropic para US$ 2,75 bilhões, marcando a segunda rodada de financiamento em um acordo total de até US$ 4 bilhões. Fundada em 2021 por ex-funcionários da OpenAI, a Anthropic desenvolveu o modelo de IA Claude, treinado em IA constitucional para evitar resultados prejudiciais. A startup já levantou um total de US$ 7,6 bilhões em financiamento.
A Amazon também se comprometeu a fornecer à Anthropic acesso aos chips AWS Trainium e Inferentia, visando construir e implementar modelos futuros. Outras empresas, como o Google, também investiram significativamente na Anthropic, destacando o potencial transformador da inteligência artificial generativa.
Em março, a Cerebras Systems revelou seu mais recente avanço tecnológico: o Wafer Scale Engine 3 (WSE-3), um semicondutor do tamanho de um disco com quatro bilhões de transistores e 900.000 'núcleos AI', acompanhados por 44 GB de SRAM no chip. A empresa afirma que, em conjunto com o sistema Cerebras CS-3, o chip pode gerar até 125 petaflops de IA máximos, com a capacidade de ampliar para 2048 CS-3 em um único cluster, atingindo 256 exaflops de computação de IA.
A MGX, uma empresa de investimento financiada pelo estado de Abu Dhabi, está em negociações para apoiar o projeto de chips da OpenAI, buscando reduzir a dependência das GPUs da NVIDIA. Com um fundo focado em IA, presidido pelo conselheiro de segurança nacional dos Emirados Árabes Unidos, Sheikh Tahnoon bin Zayed al-Nahyan, a MGX está considerando financiar o esforço, conhecido anteriormente como 'Projeto Tigris'.
Surfando na onda da IA… Empresas buscam se associar à NVIDIA
Em uma grande mudança no mundo dos negócios globais, a empresa de tecnologia NVIDIA ultrapassou tanto a Alphabet (Google) quanto a Amazon em capitalização de mercado. Em março, não foram poucas as empresas que aproveitaram o crescimento meteórico da NVIDIA para reforçar parcerias.
A Schneider Electric anunciou uma parceria com a NVIDIA para apresentar projetos de referência de Data Center de IA, os quais são considerados "os primeiros de seu tipo" a serem disponibilizados publicamente. Esses projetos visam atender às demandas em mudança das cargas de trabalho de IA, oferecendo estruturas para implementar a plataforma de computação da NVIDIA em Data Centers, com foco em distribuição de alta potência e sistemas de refrigeração líquida.
Por sua vez, a Vertiv anunciou sua inclusão no NVIDIA Partner Network (NPN) como Assessora de Soluções. Este programa global permite que a Vertiv, junto com outros líderes do setor, ofereça soluções inovadoras para enfrentar os desafios da computação acelerada.
Ao fazer parte do NPN, a Vertiv terá acesso a benefícios como suporte técnico, treinamento e oportunidades de colaboração para atender às demandas crescentes por infraestrutura de IA e garantir o desempenho e a disponibilidade dos Data Centers acelerados pela tecnologia NVIDIA.
E não para por aí… A Pure Storage anunciou novas arquiteturas de referência validadas em parceria com a NVIDIA, visando suportar casos de uso de IA generativa. As novas soluções oferecem uma estrutura para gerenciar dados de alto desempenho e requisitos de computação necessários para implementações bem-sucedidas de IA.
A Cloudera também anunciou uma expansão de sua parceria com a NVIDIA, resultando no lançamento do Cloudera Powered by NVIDIA. Essa colaboração integrará os microsserviços corporativos NVIDIA NIM ao Cloudera Machine Learning, permitindo que os desenvolvedores vinculem modelos de IA a dados empresariais para gerar respostas mais precisas.
No mesmo mês, a Oracle e a NVIDIA anunciaram uma expansão de sua colaboração para fornecer soluções de inteligência artificial em escala global. Ao combinar a nuvem distribuída, a infraestrutura e os serviços de IA generativa da Oracle com a computação acelerada e o software de IA generativa da NVIDIA, as empresas estão possibilitando a criação de fábricas de IA para governos e organizações. Essas fábricas podem operar localmente, dentro das instalações seguras de um país ou organização, garantindo controles operacionais e promovendo a soberania de dados.
Nordeste brasileiro ganhará novo Data Center
A HostDime anunciou seus planos para a construção de um novo Data Center edge TIER IV na região Nordeste do Brasil, com foco especial em Recife como ponto de partida.
O CEO, Filipe Mendes, ressalta o compromisso da empresa em expandir sua presença na região, visando preencher lacunas deixadas por Data Centers hyperscale e promover acesso equitativo à infraestrutura tecnológica de alta qualidade.
Por falar em construção de Data Center, Google investirá US$ 1 bilhão em nova instalação
O Google está avançando com a construção de um Data Center de US$ 1 bilhão em Kansas City, Missouri, e a previsão de desenvolvimento em quatro fases.
O investimento da empresa em infraestrutura técnica como Data Centers é considerado fundamental para apoiar suas inovações em IA e crescimento empresarial, conforme afirmou a vice-presidente global de cadeia de suprimentos e operações em nuvem, Monique Picou.
A instalação será alimentada por energia limpa da fazenda solar Beavertail, sediada em Missouri. Além disso, o Google está comprometido em trazer seu programa STAR para Kansas City, visando aumentar as oportunidades de emprego para comunidades sub-representadas.
Este projeto faz parte de um cenário maior de investimentos em Data Centers na região, com a Meta também desenvolvendo uma instalação próxima, evidenciando o potencial de Kansas City como um centro de tecnologia em crescimento.
Falamos muito sobre o Chile em março, e há razões para isso
O mercado de Data Centers no Chile apresenta um crescimento notável, conforme indicado por um relatório da consultoria Colliers. A capacidade instalada mais que dobrou em cinco anos, chegando a 193 MW, um aumento de 451% em uma década, impulsionado pela consolidação de novas tecnologias e pelo uso crescente de energia renovável.
Além disso, a superfície do terreno utilizada para esses desenvolvimentos aumentou seis vezes nos últimos 10 anos. Para 2024, prevê-se um alto crescimento com 20 projetos em fase de construção e planejamento, incluindo novos Data Centers da AWS, Huawei e Scala, bem como a expansão de instalações existentes como Google e Claro, com um investimento total de 400 milhões de dólares. O mercado é liderado por três grandes empresas: Google, Ascenty e ODATA, que fornecem quase 70% da capacidade instalada no país.
Em março, a Equinix anunciou seus planos de estabelecer um quinto Data Center no Chile. A empresa está em fase inicial de procura de locais e obtenção de licenças ambientais.
A presidente da Equinix para as Américas, Tara Risser, e o presidente LATAM, Eduardo Zago de Carvalho, estiveram no Chile para impulsionar um projeto de expansão, incluindo a conclusão da expansão do Data Center em Ciudad de los Valles, com um investimento total de 46 milhões de dólares. Durante a visita, Risser se encontrou com clientes e autoridades locais, reforçando o compromisso da empresa com o entendimento e suporte às necessidades dos clientes em sua jornada de transformação digital e adoção de IA. Zago de Carvalho destacou os planos de investimento contínuo na América Latina, com um orçamento anual de cerca de 200 milhões de dólares para a região.
Adicionalmente, durante o Chile Digital, a Cirion Technologies destacou o potencial do Chile como um hub de comunicações na região, ressaltando os investimentos em infraestrutura e redes para impulsionar a transformação digital no país. O gerente geral da Cirion Chile, David Iacobucci, enfatizou a importância de integrar tecnologias como inteligência artificial nos processos produtivos e a necessidade de cooperação entre empresas, instituições governamentais e clientes para promover o desenvolvimento tecnológico. Projetos como o cabo transoceânico Humboldt e a abertura de Data Centers na região posicionam o Chile como um hub regional, gerando oportunidades econômicas e de mercado significativas.
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