A Paessler, empresa especializada em monitoração de redes, anuncia as descobertas da pesquisa “Sustentabilidade da TI 2023”. Estudo realizado a partir de entrevistas com 1050 líderes de tecnologia de todo o mundo – incluindo 344 das Américas e 44 da América Latina –, esse levantamento revela que a busca pela sustentabilidade da TI ainda enfrenta desafios.

85% dos entrevistados afirmaram que a sustentabilidade é um valor crítico em suas empresas. No entanto, 61% não utilizam soluções de monitoramento para alinhar seus ambientes às melhores práticas de sustentabilidade. Essas plataformas monitoram diversos fatores, como temperatura, umidade, índice de oxigênio e consumo de água, no universo digital, incluindo computadores, softwares e dispositivos IoT. Alguns hesitam em adotar a TI para essa finalidade, o que cria uma lacuna entre o modelo ESG e as práticas reais das organizações, conforme destacado por Luis Arís, gerente de negócios da Paessler América Latina.

Descompasso entre a cultura ESG global e nas Américas

A pesquisa da Paessler detalha como os gestores de TI enxergam a questão da sustentabilidade. Numa resposta de múltipla escolha, 48% afirmam que é importante reduzir ao mínimo o uso de hardware. 45% apostam em smart buildings, ambientes automatizados onde o consumo de energia é otimizado por meio de soluções baseadas em sensores IoT. 45% valorizam o uso de energia renovável. 34%% buscam a sustentabilidade por meio da contratação de serviços de data centers verdes. 28% priorizam a adoção de soluções na nuvem em lugar de ambientes on-premises tradicionais. 23% configuram equipamentos no modo “holiday” durante os fins de semana. Em relação a storage, 23% utilizam soluções verdes e 10% baterias com recursos de Inteligência Artificial. E, finalmente, 18% dos gestores entrevistados pela Paessler disseram não se preocupar com a sustentabilidade da TI. “Na região Américas, essa marca sobe para 25%”, diz Arís.

As empresas europeias parecem estar mais avançadas nessa cultura, conquistando as maiores marcas em todas as ações sustentáveis listadas pelo estudo. Enquanto 51% dos gestores de TI deste continente afirmaram já reduzir o hardware ao mínimo, nas Américas 45% dizem adotar essa estratégia, seguidos de 37% das organizações na Ásia. A mesma tendência se repete no quesito “uso de energia renovável”: 49% na Europa e 43% nas Américas e na Ásia. O Parlamento Europeu regulamentou, em 2021, que a meta de redução de 55% das emissões seja atingida até 2030 e, até 2050, a neutralidade climática das empresas da região. O Brasil já conta com uma legislação semelhante, o Decreto 10.240 de 12 de fevereiro de 2020. Mas o impacto desta regulamentação, aparentemente, ainda não está sendo sensível no país.

“Em relação à TI, em especial, algo que poderia acelerar essa jornada no Brasil seria a adoção de soluções de monitoramento que atuam desde a compra até o descarte do dispositivo digital, garantindo que esse ciclo de vida aconteça de acordo com as melhores práticas da sustentabilidade. Hoje, a TI tem de ser gerida numa abordagem de ciclo de vida tanto para garantir a sustentação dos negócios como do planeta”, explica Arís.

Ainda há muito a ser feito. Estudo da Green Eletron de 2021 aponta, por exemplo, que o país recicla apenas 3% de seu lixo eletrônico. 87% das empresas e pessoas guardam eletroeletrônicos sem utilidade em seus ambientes – 25% do universo pesquisado nunca descartou esse tipo de resíduo da maneira apropriada.

Na visão de Aris, a capacidade de monitorar de forma proativa e preditiva a TI em todo seu ciclo de vida é algo crítico para as organizações. “O PRTG, muito respeitado pelos resultados que aporta à gestão dos ambientes em produção, pode também ser a plataforma que leva o controle da TI para áreas ainda não gerenciadas. Isso é essencial no suporte ao modelo ESG, gerando as KPIs e os relatórios que os investidores exigem”.

O desafio do gestor: infraestrutura digital em constante expansão

A expansão contínua da infraestrutura digital é a principal preocupação dos gestores entrevistados no estudo da Paessler.

Globalmente, 48% dos líderes de TI têm preocupações em relação à adoção da nuvem híbrida, enquanto nas Américas esse índice é de 50%. A necessidade de garantir a resiliência em ambientes cada vez mais heterogêneos, com segmentos IoT, OT e Smart Buildings, preocupa 44% dos gestores globais e 48% dos que atuam nas Américas.

Além disso, 31% dos líderes de TI globalmente e 36% nas Américas estão preocupados com a segurança de seus dados em uma estrutura de armazenamento monitorada e totalmente disponível. "Fica claro que a continuidade dos negócios é afetada por um ambiente digital em constante transformação e expansão. A conquista de uma visão preditiva de 360º, com a capacidade de analisar detalhes de cada elemento quando necessário, pode ajudar a facilitar a jornada dos líderes de TI na nossa região", conclui Arís.