O Governo italiano aprovou a venda prevista pela Telecom Italia (TIM) de sua rede de linha fixa à KKR, no valor de 22 bilhões de euros (118 bilhões de reais).

A TIM confirmou em 17 de janeiro em um comunicado a aprovação do acordo por parte do Governo.

A norma permite ao Governo participar de acordos que envolvem setores considerados estratégicos, como as telecomunicações.

“A medida de autorização, com a qual o Conselho de Ministros exerce seus poderes especiais unicamente na forma de prescrições, adotou os compromissos apresentados durante o procedimento", afirmou a TIM em um comunicado.

“O Governo considerou que os compromissos eram plenamente adequados para garantir a proteção dos interesses estratégicos relacionados aos ativos envolvidos na transação”.

A TIM acertou a venda de sua rede de telefonia fixa à empresa de investimento norte-americana KKR em novembro.

O acordo, há tempos em jogo, tem o apoio do Governo italiano de Giorgia Meloni desde 2022, que planeja adquirir uma participação de 20%.

A TIM aprovou o acordo sem condicioná-lo ao voto dos acionistas, e a diretoria votou 11-3 a favor do acordo.

A KKR avaliou os ativos em 18,8 bilhões de euros (100 bilhões de reais), mas o valor total do acordo chega a 22 bilhões, com base no que pode ganhar se a rede realizar uma fusão com seu rival menor Open Fiber SpA.

A TIM espera que a venda reduza sua dívida em 14 bilhões de euros (75 bilhões de reais).

O acordo, entretanto, ainda enfrenta um desafio legal por parte do principal investidor da TIM, a Vivendi, que anteriormente chamou o acordo de “ilegal”.

O grupo de mídia francês Vivendi criticou o acordo em novembro, afirmando que os direitos dos acionistas da Telecom Italia “foram pisoteados”.

A Vivendi, que tem participação de 24% na TIM no valor de 1,3 bilhão de euros (7 bilhões de reais), está considerando seu futuro na empresa.

A Vivendi adquiriu sua participação inicial na TIM como parte de um acordo em 2014 para vender seu negócio brasileira de banda larga GVT à Telefónica SA, à época investido na Telecom Italia.

Desde então, entretanto, as ações da empresa italiana perderam mais de dois terços de seu valor. A Vivendi pagou por volta de 3,9 bilhões de euros (21 bilhões de reais) em 2015 e 2016 por ações adicionais na Telecom Italia.