Um dos CEO da Altice, Alexandre Fonseca, deixou o grupo na sequência de uma investigação sobre suposta corrupção na empresa.
Fonseca não era considerado suspeito na investigação, mas se afastou temporariamente do cargo para “proteger e salvaguardar totalmente” a Altice, uma vez que a investigação foi realizada em julho.
“Gostaria de informar que o Grupo Altice e eu chegamos a um acordo que termina uma relação de mais de uma década, na qual coloquei todo o meu empenho e dedicação e a quem prestei profunda colaboração”, disse Fonseca no rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.
Fonseca comandou a Altice Portugal de novembro de 2017 a abril de 2022, antes de se tornar co-CEO da empresa juntamente com Armando Pereira.
Pereira foi preso durante a investigação e passou três meses em prisão domiciliar até outubro. Ele negou qualquer irregularidade.
A sua detenção ocorreu em uma investigação de três anos sobre corrupção, fraude fiscal, falsificação e lavagem de dinheiro na filial portuguesa da empresa de telecomunicações.
Pereira não ocupa mais cargos executivos na companhia, que fundou com Patrick Drahi e Bruno Moineville em 2002.
Drahi disse a investidores em agosto que se sentia “traído”.
O dono do Grupo Ilíada, Xavier Niel, entretanto, entrou na corrida para comprar a unidade portuguesa da Altice em um momento em que a empresa pretende diminuir sua dívida, que se está em 60 bilhões de dólares (292 bilhões de reais). A Saudi Telecom Company (STC) também está na corrida para adquirir a unidade, enquanto a Warburg Pincus apresentou uma oferta de compra de 6 bilhões de euros (32 bilhões de reais) no mês passado.
A Altice pretende vender separadamente a sua unidade portuguesa de data center.
A empresa recentemente desmembrou seus ativos de data center franceses, formando uma nova empresa com mais de 250 instalações na França, que foi então vendida para o Morgan Stanley.
A Altice está vendendo 70% da nova empresa, a UltraEdge, ao Morgan Stanley Infrastructure Partners (MSIP), uma transação que avalia a UltraEdge em 764 milhões de euros (4 bilhões de reais) e deverá ser concluída no primeiro semestre de 2024.
