Na próxima terça-feira, 27 de junho, a partir das 9h (horário de Brasília), acontece o broadcast gratuito DCD>Inovação e Design, que contará com a participação de especialistas da indústria do Data Center trazendo as últimas tendências no desenho de centros de dados.

No primeiro painel “Como o design dos Data Centers tem evoluído ao longo dos anos?”, às 9:30 am, participam: Franciele Nogueira, diretora de engenharia de design da Scala Data Centers; Alberto Alves, diretor de infraestrutura de Data Center da Cirion Technologies; e Marcelo Tomio, coordenador de infraestrutura de missão crítica de data center do Itaú-Unibanco. Para assistir ao broadcast, registre-se gratuitamente clicando aqui.

A maneira como o data center é construído afeta diretamente a funcionalidade e aproveitamento das instalações disponíveis, no que se refere à eficiência, custo, longevidade de operação e inovação. É o que explica Franciele Nogueira, da Scala Data Centers.

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Franciele Nogueira, Scala Data Centers – Scala Data Centers

“O primeiro passo para se construir um Data Center eficiente é levar em consideração as características do terreno em que o prédio será construído para, dessa forma, criar um desenho que utilize ao máximo as particularidades do local para potencializar o rendimento. A parte de planejamento é crucial para entregar um Data Center que consiga suprir as demandas dos nossos clientes de maneira prática, rápida e econômica, privilegiando os requisitos de segurança”, explica Nogueira.

Segundo ela, a arquitetura de TI vem mudando e, com o crescimento e a evolução da tecnologia, os centros de dados precisam funcionar como ambientes flexíveis para acomodar topologias, muitas vezes, que não serão consideradas desde o início do projeto. “Alguns exemplos são desde aplicações que requerem grandes densidades por rack ou melhora da experiência do cliente final, com demanda de menor latência, leia-se, data centers próximos aos consumidores finais”.

Para esse último exemplo, Franciele detalha o investimento em designers modulares, levando em consideração a necessidade do cliente e o terreno que irá receber a instalação.

“O primeiro ponto que podemos destacar nessa evolução é a retirada total de piso elevado nos data center que foram entregues pela Scala. Os nossos data centers HyperEdge utilizam abordagem FastDeploy, uma metodologia proprietária de design e construção da Scala que permite a implementação de data centers com um deploy até 50% menor em relação ao modelo tradicional. Esta solução se baseia em componentes modulares pré-fabricados e transportáveis, que são integrados aos edifícios onde o data center se encontra, com experiência otimizada para clientes Hyperscale”, explica ela.

Franciele acrescenta que o design também se mostra crucial quando analisamos, por exemplo, investimentos em localidades com alta demanda por infraestrutura de TI em que se há falta de disponibilidade de terreno. “Nesse cenário, a verticalização da construção pode potencializar o uso do local em que os datas centers são implementados. Nós construímos os últimos data centers no campus Tamboré – SGRUTB04 e SGRUTB05 – dessa forma para utilizar da melhor maneira o terreno em que ele se encontra e potencializar a produção”, detalha.

Eficiência operacional e escalabilidade

Para Marcelo Tomio do Itaú-Unibanco, os projetos de Data Centers têm passado por uma grande evolução, motivada pela crescente busca pela eficiência operacional, escalabilidade dos serviços, segurança e sustentabilidade. “Estas mudanças vêm sendo impulsionadas por um mercado cada vez mais competitivo que se expande dia após dia graças às altas demandas da transformação digital”.

Um dos aspectos centrais da evolução do design de data center, segundo ele, é a eficiência energética. “Projetos recentes demonstram grandes investimentos em sistemas de refrigeração mais modernos e eficientes, como liquid cooling e immersion cooling que reduzem as perdas de sistemas conectivos tradicionais”.

Ele acrescenta: “Para Data Centers menores que ainda não têm abordagem hyperscale com alta concentração de carga, adotar layouts eficientes com separação de corredores quente/frio com enclausuramento já são pontos de avanço importantes nos sistemas convencionais. Com isso, atacando prioritariamente os sistemas de refrigeração pode-se reduzir significativamente o consumo de energia e melhorar a eficiência operacional do Data Center como um todo”, explica.

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Marcelo Tomio, Itaú-Unibanco – Linkedin

De acordo com Tomio, o aumento na demanda por Data Centers e a complexidade na construção desses complexos têm exigido do mercado velocidade para manter a competitividade. “Nesse cenário, a utilização de soluções modulares com diferentes capacidades, pré-fabricados e pré-testados em fábricas especializadas têm contribuído para reduzir o tempo de implementação e de projeto. Podem ser usados para aumentar a densidade ou adequar a um novo cliente sem grandes reconfigurações”.

Os fatores ambientais também têm impactado profundamente os projetos de Data Centers nas últimas décadas. “Com a crescente conscientização sobre as mudanças climáticas, os Data Centers estão adotando fontes de energia renováveis e com menor impacto no ambiente. Implementar sistemas de energia eficientes, capazes de oferecer menores perdas na transformação e menor impacto no descarte de baterias também são pontos importantes. Além disso, minimizar o uso de água potável nas operações de Data Center é fator crucial, por isso, soluções de reaproveitamento de água de chuva e uso de água reciclada vem demonstrando um papel importante nos projetos de data centers modernos”, ressalta Tomio.

Uso de ferramentas de automação

Tomio destaca que além da eficiência, implementar de forma ampla mecanismos de automação e de inteligência artificial desde o design de um Data Center é um ponto notório na evolução dos projetos. “O uso de sistemas de gerenciamento automatizados permite, além do monitoramento em tempo real dos equipamentos, estabelecer rotinas de controle otimizadas capazes de aumentar a confiabilidade dos sistemas e reduzir custos operacionais. Além disso, o uso de algoritmos de Inteligência Artificial e de Machine Learning permite otimizar o uso de recursos, prever falhas e tomar decisões para maximizar a segurança e eficiência de um Data Center”.

Quais são os grandes desafios no design de centros de dados?

Franciele Nogueira da Scala Data Centers destacou quais são os grandes desafios a hora de projetar um centro de dados. Segundo ela, o primeiro é com relação aos prazos dos clientes para entregas que são sempre “muito curtos” e o segundo é que no mercado a disponibilidade de mão de obra, tanto para projetar quanto para construir os Data Centers é sempre escassa, já que “o crescimento dos investimentos aqueceu a demanda nesse segmento nos últimos anos”.

Ela ressalta que outra questão é a da crise de fornecimento de equipamentos, “que ocorreu, entre outros fatores, por conta da pandemia e da guerra na Ucrânia. A cadeia de suprimentos foi muito impactada e os equipamentos estão com um prazo de entrega extenso, precisando de muito tempo para serem disponibilizados”.

Franciele explica: “Nesse contexto não basta modularizar ao máximo os projetos para entregá-los mais rápido para o cliente se não tivermos os insumos necessários. Por isso, a Scala trabalha de maneira antecipada e de longo prazo com os seus fornecedores. Não é apenas uma questão de estoque, mas garantir assistência local e dedicada para que a continuidade dos negócios dos nossos clientes seja cumprida. A capacitação profissional é também fundamental para mantermos a qualidade e a continuidade dos projetos. Na Scala, não existe inovação sem considerar design e construção sustentáveis, que devolvam valor ao cliente e à comunidade. Por meio do nosso Programa ESG pioneiro e em ação desde a fundação da companhia, estabelecemos prédios em linha com a certificação LEED, voltada para edifícios verdes”.

Programação

O broadcast gratuito DCD>Inovação e Design, realizado no dia 27 de junho, começa às 9h (horário de Brasília) com o techshow case da LZA Engenharia. Depois do painel “Como o design dos Data Centers tem evoluído ao longo dos anos?” (às 9h30), ocorre o segundo painel “Projetando Data Centers de sucesso: lições valiosas de mercados maduros para o Brasil”, às 10:30 am.

O segundo painel terá a participação de Hemil Maia Ribeiro, Líder Global de Infraestrutura da Angola Cables; Fabiano Tatsugawa Duarte, Diretor de Infraestrutura Missão Crítica da Claro; Alexandre Kontoyanis, presidente da ASHRAE Brasil Chapter; e Gustavo Espigado, Manager de Data Centers da NOYA Group.

A programação continua às 11:30 com a apresentação Keynote: “Gestão focada na sustentabilidade operacional (Projeto ganhador no DCD Awards)”, com Fábio Martins Franco, líder de equipe de Data Centers na DataPrev e Lucas Cusinato, engenheiro elétrico especialista em Data Centers na DataPrev.

Para assistir ao broadcast, registre-se gratuitamente clicando aqui.