Na próxima terça-feira, 29 de agosto, a partir das 9h (horário de Brasília), acontece o broadcast gratuito DCD>Automação. Neste evento virtual, especialistas da indústria de data center revelarão as últimas tendências na gestão e operação de centros de dados brasileiros. Para assistir, registre-se gratuitamente clicando aqui.

No segundo painel, “Como a Inteligência Artificial e a automação vão moldar os data centers do futuro”, participam: Márcio Pilotto, Sales Engineer Manager da Juniper Networks; Luis Henrique Caloi, Diretor de Automação e AIOps da Sonda; Eduardo Yukio Kashiwakura, Gerente de TI - Data Center e Colocation do B3, Bolsa Brasil Balcão; e Lucas Montarroios, Diretor de Tecnologia da HostDime.

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Broadcast

Explorando a estratégia e a tecnologia operacional de missão crítica

Os participantes responderão a perguntas como: qual é o estado atual do uso das ferramentas de automação nos data centers brasileiros?; quais soluções disponíveis no mercado se destacam?; de qual forma a IA vai mudar o data center como é hoje; quais as vantagens e desvantagens de usar modelos de IA open source?, entre outras.

Para Márcio Pilotto, o uso da Inteligência Artificial vem transformando a operação dos centros de dados. “Há, ao menos, duas perspectivas nesta questão: primeiro a aplicação da IA na operação do data center. Há muito progresso neste setor para otimizar o funcionamento e a manutenção do centro de dados, reduzindo o fator custo e aumentando a boa experiência do cliente final. Há muito material indicando o uso do IA para monitorar a eficiência energética, gerenciamento de performance, segurança física, etc. Nesta perspectiva diria que não irá impulsionar diretamente a demanda por mais data centers, mas sim indiretamente”.

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Márcio Pilotto, Juniper Networks – Linkedin

De acordo com Pilotto, também é preciso analisar os requerimentos computacionais que a IA exige. “Nesta perspectiva, irá com toda a certeza impulsionar a demanda, uma vez que o mercado está fomentando cada vez mais a presença de sistemas que interagem com algum mecanismo de IA para agilizar a sua operação. São os designados AIOps (AI for it Operations). A infraestrutura apropriada para que os algoritmos de AI funcionem adequadamente, dentro do tempo de resposta esperado, não é comum de se encontrar nos data centers atuais”.

Entretanto, Pilotto avalia que apesar da automação ser debatida e largamente difundida em todos os data centers no Brasil, seja na modalidade privada ou pública, o seu uso tem sido feito de forma superficial, com o objetivo de endereçar problemas pontuais. “Tive a oportunidade de conhecer corporações com grandes data centers, que investiram muitos recursos na criação de ferramentas próprias para automatizar parte de um processo como a ativação de um novo cliente. Ferramentas válidas e muitas das vezes criativas. No entanto, estas ferramentas orgânicas não conseguiam abraçar muitos outros casos de uso, como o de coletar e processar fluxos de dados telemétricos de forma a resolver algum problema proativamente”.

“Por outro lado”, - continua Pilotto, - “há os que preferem adquirir ferramentas desenvolvidas por algum fabricante de soluções para data center, algum produto de prateleira, para resolver mais casos de uso. O que é também bastante interessante, porém muitos escolhem ferramentas proprietárias que só funcionam ou se aplicam nas soluções fabricadas pelo mesmo, reduzindo assim o seu escopo de atuação”.

Ele acredita que, dentro do segmento de infraestrutura nos data centers, o grande benefício está nas soluções que abrangem múltiplos fabricantes. “Isto é, possuem a capacidade de realizar diversas tarefas, desde a etapa de concepção e planejamento do data center, passando pela etapa de configuração de toda a infraestrutura, e continuando na gestão de falhas e incidentes, monitorando em tempo real todo o ambiente através de telemetria. Existem muitas consequências benéficas dessa abordagem de múltiplos fabricantes”.

Sonda: “Automação oferece série de benefícios”

Luis Henrique Caloi, Diretor de Automação e AIOps da Sonda, também acredita que o uso de ferramentas de automação nos data centers brasileiros continua em um grande processo de evolução. “Já é muito comum o uso de ferramentas para monitorar e controlar vários aspectos da infraestrutura de facilities, como temperatura, umidade, energia, detecção precoce de incêndio, segurança, etc., com os conhecidos sistemas de BMS (Building Management System) ou BAS (Building Automation System) integrado com sistemas especialistas em cada uma destas áreas”.

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Luis Caloi, Sonda – Sonda

Segundo Caloi, uma outra categoria em expansão nos data centers é a de automação para processos de gestão de infraestrutura de TI, suportada por outra transformação em crescimento, IaC (Infrastructure as Code), prática de gerenciamento de TI que aplica programação para desenvolver e operar o ambiente de infraestrutura de uma organização. “Com a IaC, os administradores de sistemas podem automaticamente gerenciar e provisionar recursos de tecnologia, ao invés de configurar manualmente através de um acesso pela console de administração” explicou.

Caloi afirma que independente da categoria, a automação oferece uma série de benefícios importantes em comparação com a abordagem tradicional. “Esses benefícios incluem uma maior eficiência e velocidade no provisionamento e gestão da infraestrutura, redução do risco de erros humanos, menor exposição a falhas de segurança e melhor consistência e padronização das operações. Com isto o aumento da qualidade dos serviços e a redução de custos são dois benefícios centrais neste processo”.

Ele pontua que o uso da Inteligência Artificial só está começando e para que ela siga avançando é necessário continuar com os treinamentos, validações e operação dos modelos que tornam o uso desta “inteligência” possível, o que requer “grandes volumes de dados e poder de processamento. Por outro lado, é importante lembrar que a IA também está sendo utilizada para melhorar o processo de gestão de infraestrutura de facilities e TI, mas certamente o crescimento irá se sobressair”.

B3 investe em automação

Eduardo Yukio Kashiwakura, Gerente de TI - Data Center e Colocation no B3, Bolsa Brasil Balcão, disse que a empresa vem usando bastante a automação, que considera “a trilha mais rápida para os resultados extraordinários”.

Ele destacou dois exemplos de investimentos recentes que a B3 fez na área. “A primeira delas foi a orquestração do fluxo de trabalho. Ou seja, aquelas tarefas que são repetitivas (ou aquele procedimento que você tem que executar e não utiliza muito) que podem ser automatizadas”.

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Eduardo Yukio, B3

Segundo ele, o uso da automação é primordial em um cenário como o do último apagão que aconteceu este mês de agosto no Brasil. “Pensando em um cenário caótico, o apagão, por exemplo, que dura muitos dias e o óleo diesel está ficando escasso. O responsável pelo data center tem que tomar algumas ações para poder aumentar a sua disponibilidade com relação à capacidade de execução. O que fizemos? Tivemos várias reuniões e concretamos um planejamento de desligamento de máquinas, porque não podemos esperar acabar o óleo diesel para começar a desligar as máquinas”.

Ele continuou: “Uma das medidas que tomamos foi o sequenciamento. Começamos desligando os ambientes menos críticos, e automatizamos todo esse processo. A ideia é não usar, mas se precisar ele está pronto. Além disso, criamos um fluxo de trabalho de atualização. Instalamos e desativamos muitos servidores, e implementamos máquinas virtuais, por exemplo”.

Um segundo exemplo, segundo Kashiwakura, é o gerenciamento de configuração alinhado com a segurança da informação.

“Entendemos que um dos principais riscos corporativos das empresas do segmento financeiro é ficar desatualizado tecnologicamente em relação aos seus sistemas e facilitar uma tentativa de invasão por hackers dentro do ambiente. Sempre fazemos um trabalho preventivo. Temos uma equipe de cibersegurança que monitora todos os potenciais ataques. E mantemos o ambiente atualizado. Como automatizamos isso? Criamos processos por meio de ferramentas internas de atualização automática dos sistemas”, explicou.

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Lucas Montarroios, Hostdime

Lucas Montarroios, Diretor de Tecnologia da HostDime, destacou o apogeu da Inteligência Artificial e dos data centers edge. “Acho muito interessante dentro da perspectiva de data centers edge, quando falamos de IA e trazemos isso mais próximo ao usuário, vemos de cara uma alta crescente na demanda da rede de dados. A largura de banda vai crescer abruptamente para fornecer essas informações na ponta diretamente para os clientes”, explicou.

De acordo com Montarroios, a Inteligência Artificial vai impulsionar a demanda por centros de dados no Brasil. “Quando falamos de alto consumo de banda é porque existe sim um alto volume de dados que é processado e um poder computacional também muito grande. Eles vão impulsionar os data centers a terem um maior crescimento, porque essa demanda já começou e existe”.

Ele continuou: “Hoje em data centers edge não é comum você ver uma comunicação em 400 gigas, em 100 ou 200 gigas. Mas passará a ser comum com o crescimento do consumo e uso da Inteligência Artificial. É natural que a demanda acompanhe o crescimento de qualquer nova tecnologia que surja. Vem acontecendo o mesmo com o 5G, por exemplo”.

Para Montarroios, a IA pode beneficiar ao data center de várias formas, desde a parte de atendimento até a tomada de decisões proativa. “Na Hostdime temos um gerenciamento de recursos altamente efetivo que utiliza a IA e a automação. Analisamos o comportamento do consumo de energia, de refrigeração, do espaço e da capacidade e do espaço do data center como um todo. O sistema desenvolvido por nós toma medidas de forma automática, otimizando o desempenho e reduzindo os custos. Além disso, temos uma análise preditiva. Conseguimos, por exemplo, agendar trocas de componentes de alguns servidores de forma proativa, evitando impactos na operação”.

Programação:

O DCD>Automação começa às 9h com o painel "Quais são os desafios e oportunidades para a automação de Data Centers no Brasil?". Participam deste primeiro painel: James Mello, Automation Product Manager da Eaton; César Bomfim, Data Center Services Sr. Manager para a América Latina na Oracle; e Agostinho Villela, CTO e Engineering VP da Scala Data Centers.

Às 10h, o broadcast continua com a apresentação "Software e Sustentabilidade: os pilares de automação para os Data Centers do Futuro", a comando de Pablo Castro Rovai, Software Sales Specialist da Schneider Electric.

Às 12h, finalizando o evento e depois do painel "Como a evolução da IA e a automação vão moldar os data centers do futuro?", Fernando Almeida, Cloud Solution Director para a América Latina na Oracle, participa de uma entrevista Fireside Chat sobre o tema do broadcast.

Registre-se gratuitamente para assistir ao evento, que também estará disponível on-demand após a transmissão.