Em 15 de novembro de 2023 ocorreu o broadcast DCD>Infraestrutura Edge focado em Data Centers Edge. O programa analisou o crescimento desse mercado, o investimento que está sendo feito, os desafios que passam por expansão na América Latina, entre muitos outros. Além de todos esses temas, o painel Gestão de Eficiência Energética em Data Centers Edge: Uma Jornada Cheia de Desafios para Resolver, lidou especificamente com desafio da eficiência energética nessas infraestruturas distribuídas e as particularidades que isso implica.

A sessão teve a presença de Elisvan Guzmán, Chefe de Infraestrutura de Rede da Win Empresas, e Héctor Cabrera, Diretor Executivo da LOQUI, com quem conversamos antes da transmissão.

A eficiência energética é um desafio comum a toda a indústria, independentemente do tamanho do Data Center. No caso dos Data Centers Edge, a escala é um dos três principais desafios citados por Héctor Cabrera, da LOQUI. “É muito mais fácil alcançar eficiências em escalas maiores, pois as cargas mínimas de energia são diluídas quando a proporção é muito grande. No entanto, quando falamos de projetos de Edge, eles geralmente têm escalas pequenas, que estão em torno e não ultrapassam 1MW de consumo”.

O segundo é o resfriamento, já que o desafio é, segundo o executivo, conseguir equipamentos que sejam inteligentes no uso de energia, principalmente quando as cargas são mínimas, para evitar problemas como condensação em baixa carga, mas também para não consumir mais energia do que o absolutamente necessário.

Em terceiro lugar, a localização é outro desafio. Como são projetos que devem se aproximar dos usuários, a busca pela localização não se concentra na geração de energia a um bom custo. Héctor Cabrera diz que geralmente são construídos em locais em que a atividade comercial requer muita energia e isso faz com que a demanda seja alta, então o preço não será o mais barato.

Estratégias para melhorar a eficiência energética de Data Centers Edge

Tendo em mente os três principais desafios descritos acima, o especialista da LOQUI se concentra nas seguintes estratégias:

  • O projeto do Data Center pode ajudar desde o início a definir as cargas mínimas e, portanto, o tamanho ideal para o mercado e eficiência energética.
  • Procure fabricantes que forneçam soluções de refrigeração que já integrem o uso de IA para buscar as eficiências necessárias e, sempre que possível, combiná-las com soluções FreeCooling.
  • Por fim, levar em conta uma estratégia de geração de energia limpa no local em que o Data Center será instalado, juntamente com sua construção, deve ser o padrão da indústria, gerando no local de consumo.

Tecnologias Emergentes

Ao pensar nas tecnologias emergentes que estão sendo usadas para melhorar a eficiência energética da infraestrutura no Edge, os especialistas concordam ao mencionar a inteligência artificial aplicada à gestão de energia.

Elisvan Guzmán comenta que várias tecnologias promissoras surgiram nos últimos anos e que têm o potencial de revolucionar a forma como a energia é usada e consumida. Essas tecnologias se concentram na otimização do uso de recursos energéticos, na redução das emissões de carbono e no aumento da eficiência geral. O especialista aponta para essas três:

Smart Grids: As redes inteligentes são sistemas de distribuição de energia elétrica que utilizam tecnologia digital e comunicações avançadas para melhorar a eficiência e a confiabilidade. Essas redes permitem uma gestão de energia mais eficiente, permitindo o monitoramento em tempo real do consumo e da geração de eletricidade.

Energias renováveis: As energias renováveis, como solar, eólica, hidrelétrica e geotérmica, estão sendo cada vez mais usadas como alternativas limpas e sustentáveis aos combustíveis fósseis. Essas fontes de energia são inesgotáveis e não geram emissões de gases de efeito estufa, contribuindo para a redução da poluição e das mudanças climáticas.

Armazenamento de energia: O desenvolvimento de tecnologias de armazenamento de energia é fundamental para aproveitar ao máximo as fontes de energia renováveis intermitentes, como a solar e a eólica. Baterias de íons de lítio e tecnologias de armazenamento térmico são algumas das opções mais promissoras neste campo.

Construir um Data Center verde é um desafio hoje. De um modo geral, a energia “limpa” ou “verde” vem de fontes renováveis como o sol (solar), o vento, o movimento da água nos rios e oceanos (hidroeletricidade), os biocombustíveis (combustíveis derivados da matéria orgânica) e a atividade geotérmica. “A alternativa do “café” é a energia derivada de combustíveis fósseis finitos, especialmente aqueles que contribuem muito para a maior parte das emissões de carbono, como carvão, petróleo e gás natural. A energia nuclear é classificada como uma fonte de energia não renovável, em parte devido a preocupações ambientais com o descarte de rejeitos radioativos”, explica Elisvan Guzmán. As organizações estão se movendo em direção a fontes renováveis em suas instalações e, à medida que mais organizações considerarem essa mudança, provarão que a energia renovável pode ser econômica.

Os Data Centers Edge podem incluir estratégias de geração de energia limpa no ponto em que são construídos.