A Green4T, empresa brasileira fundada em 2016 por um grupo de profissionais composto de veteranos e jovens promissores da indústria de infraestrutura de TI, dá um passo importante em direção à sua estratégia de crescimento. Em 09 de janeiro, a Green4T concluiu a aquisição de 70% das ações da Aceco TI, mediante uma complexa operação iniciada em abril de 2018, que envolveu a renegociação e a quitação integral de quase 500 milhões em dívidas legadas da Aceco TI.
 
Com a aquisição da Aceco TI, a Green4T multiplica sua escala e presença nacional e internacional. Atualmente com cerca de 150 colaboradores, a Green4T cresceu em ritmo acelerado desde sua fundação, alcançando vendas superiores a R$ 140 milhões somente no ano de 2018. Somando forças, o grupo conta mais de 600 colaboradores, e estima para 2019 um faturamento aproximado de R$ 450 milhões. 
 
Fundada em 1972, a Aceco TI é uma das pioneiras do mercado de tecnologia no país, tendo integrado mais de 750 data centers no Brasil e em 13 dos principais países da América Latina. Com cerca de 500 colaboradores, a Aceco TI é referência em qualidade em implantação de data centers e na manutenção preditiva, preventiva e corretiva de ambientes de missão crítica. Atualmente, mais de 300 data centers são mantidos em regime 24/7 por equipes técnicas da Aceco TI em 26 das 27 unidades federativas do Brasil, além de Argentina, Chile, Peru, Colômbia, Uruguai e Equador. 
 
Em entrevista exclusiva, Eduardo Marini, CEO e co-fundador da Green4T, fala sobre a compra da Aceco TI. Leia, a seguir.
 
DatacenterDynamics: Por que comprar a Aceco TI?
 
E. M.: A Aceco TI é uma referência no setor de infraestrutura de TI. É a maior empresa do setor, e a que possui de longe o mais extenso track record de projetos, construção e manutenção de data centers no Brasil e na América Latina. Há muito conhecimento acumulado na Aceco TI e muita expertise detida por seus colaboradores ao longo de décadas de atuação. Com essa soma de escala e expertise em implantação de data centers, ganhamos rapidamente uma escala nacional e internacional que proporcionará acelerarmos nossa visão de consolidarmos a Green4T como um “one-stop-shop” especializado em infraestrutura digital.   
 
DCD: Quanto tempo durou a negociação de compra da Aceco TI?
 
E. M.: Trabalhamos nesta aquisição desde abril de 2018. Foi uma negociação longa e que envolveu não somente os acionistas da Green4T e da Aceco TI, mas também um grupo de bancos credores, na medida em que a totalidade do endividamento da Aceco TI precisou ser reestruturado para garantir uma estrutura de capital adequada para a empresa. Conseguimos concluir a compra no dia 9 de janeiro deste ano.
 
DCD: Por que manter a marca Aceco TI?
 
E.M.: A marca “Aceco TI” é reconhecida nacionalmente e internacionalmente, e em vários mercados e setores, inclusive é mais conhecida que a própria marca Green4T, que é uma marca mais jovem. Portanto, decidimos segmentar nossos serviços, concentrando na Aceco TI a manutenção e operação de ambientes críticos de TI em regime 24/7, e concentrando na Green4T o desenho e a implantação de soluções híbridas de infraestrutura – ao ponto que essa visão da infraestrutura de forma híbrida é uma proposta de valor da Green4T, que inclusive motivou seu nascimento em 2016. Acreditamos que há espaço para convivência destas duas marcas, cada qual dentro de uma segmentação diferente de serviços.
 
DCD: Qual foi o valor da compra?
 
E. M.: A Aceco TI foi avaliada em aproximadamente 700 milhões de reais de Enterprise Value.
 
DCD: Que resultados a Green4T espera obter com a compra? Quais são as frentes que a empresa irá atuar?
 
E. M.: O resultado imediato é escala. Com a Aceco TI, podemos atender nossos clientes nacionalmente (a Aceco TI possui equipe própria em 26 dos 27 estados brasileiros) e internacionalmente. A nossa ideia é utilizar a escala da Aceco TI para também distribuir serviços dentro da visão da Green4T (infraestrutura híbrida, combinando soluções on e off-premise, em diferentes modalidades que atendam as necessidades tecnológicas específicas de cada cliente).
 
DCD: Como a Green4T avalia o mercado brasileiro de data center?
 
E. M.: Acreditamos que o mercado ainda está em sua infância. O parque de data centers brasileiro é muito pequeno se comparado às principais economias mundiais. De fato, nós brasileiros e nossas empresas “importam” dados, que são armazenados e processados em outros países, principalmente Estados Unidos e Europa. No entanto, a localização do data center, antes puramente uma questão “econômica” (definida pelo custo de implantação, operação e telecomunicação), passará cada vez mais a ser uma questão “tecnológica” – na medida em que novas tecnologias (IoT, Inteligência Artificial, Indústria 4.0) necessitam de processamento em menores latências e em maior qualidade. Nesse sentido, para a adoção destas novas tecnologias, precisaremos de mais processamento local, mais processamento regional e mais processamento de borda (Edge Computing). O objetivo da Green4T é estar ao lado dos clientes oferecendo um portfólio de soluções híbridas e customizadas de infraestrutura, que atendam às necessidades específicas da TI de cada empresa.