Transformar data centers em máquinas geradoras de negócios eficientes e escaláveis, está entre as principais tarefas dos operadores de TI hoje, já que por meio da modernização do data center, os departamentos de TI podem facilmente atender às crescentes demandas de negócios, formar parcerias com os principais players do mercado, colocar aplicativos e produtos no mercado mais rapidamente e aprimorar sua vantagem competitiva.

Conscientes de que para se chegar a estes resultados, é preciso percorrer um caminho que leve à otimização do data center; caminho este muitas vezes cheios de obstáculos, as empresas têm buscado cada vez mais, saídas viáveis para efetuar uma modernização eficiente de seus data centers.

Buscando esta resposta, a DCD conversou com Mozart Mello, Managing Director Latin America do Uptime Institute (Brasil), instituição mundialmente reconhecida pela criação e administração dos rigorosos Tier Standards & Certificações para data centers. Em entrevista, o executivo afirma que entre os principais obstáculos para modernização da infraestrutura de um data center atualmente, está a exigência por alta disponibilidade e SLA de contratos internos ou externos (para os provedores de serviço), que para realizar uma modernização implica em possíveis paradas do ambiente de TI do data center. "Em. muitos casos, é realizada uma análise de risco, a modernização aumenta o risco operacional para os data centers em operação. Outro ponto a considerar, é a falta de conhecimento dos riscos atuais da sua própria infraestrutura", pontua Mozart Mello. Confira a entrevista na íntegra aqui:

DatacenterDynamics: Modernização ou Outsourcing? Qual é a melhor opção quando falamos de cobrir as necessidades de capacidade futura do data center e por quê?

Mozart Mello: Resiliência Híbrida é um dos focos do Uptime Institute, ferramentas como o DCIM podem ajudar, mas entendo que ajustes são necessários.

Hoje os serviços e sistemas estão distribuídos em vários data centers, serviços na nuvem, hosting e colocation. A distribuição permite uma melhor gestão de riscos para minimizá-los, porém esta análise é mais complexa e necessita de ferramentas e principalmente metodologia.

DCD: Como a nova geração de DCIM está se reinventando diante do atual cenário de TI Híbrida?

M. M.: Este é um tema muito discutido no Uptime Institute. Quando existe este impasse, nossa sugestão é uma análise baseada na nossa metodologia e uma ferramenta denominada FORCSS. Ao todo, são seis pilares de análise estratégica em um nível executivo para cada uma das opções: Modernização e Outsourcing:

F inancial

O pportunity

R isks

C ompliance

S ustainability

S ervice quality

Por exemplo, em Financeiro podemos verificar os custos de propriedade, compromissos de caixa.

Em Oportunidade, podemos verificar a capacidade de escalabilidade

Em Riscos, analisar Custo de inatividade vs disponibilidade.

Em Conformidade, podemos analisar exigências governamentais, políticas corporativas e certificações.

Na parte de Sustentabilidade, quais os impactos de carbono e PUE.

Em Qualidade de Serviços, analisar disponibilidade e desempenho dos aplicativos, satisfação de usuários, etc..

Enfim, só com a aplicação de uma metodologia e critérios é possível ter uma decisão estratégica.

Assim analisando os seis pilares de cada opção, conseguimos pontuar e definir a melhor estratégia.

DCD: Como a Inteligência Artificial mudará os processos de tomada de decisão dentro de um data center?

M. M.: A Inteligência Artificial não é nova para os data centers, mas sua aplicação está se expandindo.

Por vários anos, os sistemas de controle de refrigeração estão disponíveis com o software de Inteligência Artificial de aprendizado de máquina, que determina e aprende continuamente as relações entre temperaturas do rack, pontos de ajuste, capacidade de refrigeração e risco de falha. Também pode prever o que aconteceria se um operador executasse uma ação específica, como desligar uma unidade de refrigeração.

As abordagens de Inteligência Artificial também estão sendo aplicadas em vários equipamentos nas instalações do data center. Por exemplo, estamos analisando a manutenção preditiva baseada em Inteligência Artificial para UPS.

Também aprimoramos a análise de dados DCIM com aprendizado de máquina para identificar anomalias e padrões, otimizar operações, prever situações e buscar eficiência.

Ou seja, a Inteligência Artificial deve aumentar a disponibilidade do data center, permitindo decisões mais rápidas, seguras, controle de custos e melhor gestão da operação.

DCD: Gestão do Ciclo de Vida de um data center: quais são os parâmetros mais importantes que devem ser levados em consideração hoje?

M. M.: Um ponto importante são as mudanças climáticas, uma temperatura maior implica no rendimento dos equipamentos mecânicos.

Outo ponto a ser considerado, é o rendimento dos equipamentos que após cinco anos podem ser re-comissionados.

Também a gestão da operação e os custos operacionais devem ser analisados.