Por Georgia Butler

Como diretor global do desenvolvimento Hi-Tech da Vertiv, Greg Stover está por dentro das últimas tecnologias usadas para a refrigeração de Data Centers, que são muitas.

A imersão de duas fases, de uma fase, o uso de água refrigerada, a tradicional refrigeração do ar… Os setores que usam energia de forma intensiva (que também produzem frequentemente muito calor residual) estão procurando pela solução mais eficiente disponível. Mas qual é (essa solução) e o que o futuro reserva realmente para o cooling continuam sendo um mistério.

No nosso evento recente DCD>Connect Virginia, nos Estados Unidos, Greg Stover tentou desvendar esse mistério.

“A primeira pergunta das pessoas é se o ar (cooling) vai desaparecer, e a resposta é não, obviamente. Ele vai continuar existindo por muito tempo”, afirma Stover. “Foram necessários 10 anos para que as pessoas adotassem a virtualização, e essa era uma escolha óbvia, no-brainer, desde o primeiro momento. Acho que vamos ver esse tipo de transição com o espaço do cooling”.

Em outras palavras, podemos esperar que a mudança seja lenta e constante, e depois que aconteça de uma vez. Mas quem está conduzindo essa transição? De acordo com Stover, enquanto que no passado, na maior parte das vezes o cenário enfrentava densidades crescentes, podemos perceber uma mudança.

“Nos últimos dois anos apareceram novas tecnologias, especialmente chips. E há servidores que exigem novas infraestruturas para alimentá-los e refrigerá-los. Esse tem sido o principal motor de toda a minha atividade durante os últimos dois anos até há cerca de seis meses atrás, quando comecei a receber chamadas de pessoas sustentáveis”.

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– Getty Images

“Obviamente, há grandes vantagens do cooling líquido para a sustentabilidade, e não apenas porque o cooling médio é talvez 80% mais eficiente que as soluções tradicionais. Mas você pode pensar sobre diminuir a pegada e ainda consolidar ou talvez crescer 10x sem ter que derrubar novas paredes ou construir novos espaços”.

Mas, como mencionado anteriormente, há várias soluções de cooling líquido disponíveis, então quais tecnologias a Vertiv acha que têm futuro?

“Vertiv tem seus dedos em todas as tecnologias, mas as principais tecnologias básicas que estamos utilizando são a de única fase de imersão, duas fases de imersão, única fase direto para o chip, e refrigeração direta para o chip”, disse Stover.

Além disso, a tecnologia é voltada para as necessidades do cliente. Data Centers, mesmo que sejam parecidos nos princípios básicos, podem ser significativamente diferentes, e não podem ser refrigerados da mesma forma.

Entretanto, há algumas tendências que a Vertiv está percebendo no segmento do cooling, das quais Stover acredita que vão chegar para ficar.

“Com a saída da refrigeração do ar (air cooling), eu percebo a construção de um ambiente híbrido. Vejo muitos casos em que as pessoas afirmam que suas densidades estão subindo, mas preferem continuar no espaço existente”.

"As portas traseiras estão se tornando uma grande resposta, então vamos trazer uma CDU e um permutador de calor traseiro. A partir daí, temos opções. Podemos fazer uma porta passiva, podemos fazer uma porta assistida por máquina ou uma porta assistida por ventilador”.

“Nós temos um par de clientes muito grandes na América utilizando essa tecnologia. O que há de único nela é que você pode literalmente configurar o seu ambiente. Você pode dizer 'vou a 30 ou 40, ou 50Kw', qualquer que seja o design. Tenho clientes utilizando racks de 20 quilowatts com portas traseiras, porque para eles é mais eficiente. Eles gostam desse design”.

“Além disso, se você utiliza bem essa tecnologia, o próximo passo é ir diretamente para o chip. Então, eu tenho minha CDU no chão, posso tirar os manifolds, posso apagar a porta traseira, posso voltar a colocar os manifolds, e posso colocar no centro do circuito para controlar o fluxo lateral primário e fazer os ajustes no equipamento, e agora posso aproveitar o material que já tinha instalado para ser o meu primeiro passo no cooling de líquido para o chip".

Quando falamos de cooling, a indústria ainda não alcançou o seu ponto de equilíbrio. É provável que esse “para trás e para frente” e as mudanças continuem por um tempo. Olhando pelo lado positivo, estamos presenciando o surgimento de diversos métodos sustentáveis de cooling, e a indústria está empenhada em melhorar sua pegada de carbono.

Clique aqui para assistir a entrevista completa (em inglês)