Em 2006, durante evento da indústria, o então CEO do Google, Eric Schmidt, introduziu o termo Cloud Computing no mercado, que é a definição simples de armazenamento e acesso a dados e programas pela internet, em vez de usar o hard drive do computador. Hoje, muitas empresas e governos adotaram a estratégia de “cloud-first” (primeiro na nuvem), principalmente porque assinar um fornecedor de serviços que ofereça serviços premium é melhor do que desenvolver e gerenciar seu próprio data center.

Tudo começou com o que era considerado um data center grande que atendia uma quantidade massiva de pessoas em diversos países. Esses data centers eram localizados de maneira estratégica, fora dos limites de uma cidade grande, para evitar o congestionamento de redes (mais fácil para entrar e sair de uma longa fibra sem passar por “pulos” de rede pela cidade). A próxima etapa na procura de um desempenho melhor concretizou-se quando versões menores de soluções de data center na nuvem migraram para a borda regional (principalmente em cidades grandes). Isso melhorou o serviço, que registrou velocidade maior e latência reduzida para a área da cidade dedicada onde serviam.

Introdução à Thethered Edge

Avançamos para 2020, quando os usuários de “cloud-first” estão demandando desempenho ainda melhor na forma de velocidade, disponibilidade e capacidade. Como resposta, os fornecedores de nuvem têm desenvolvido planos para ampliar as pilhas de data center centralizado na nuvem até o Local Edge (bem próximo ao usuário, até mesmo no local).

Isso pode aumentar a velocidade, diminuir os custos e permitir que os negócios mantenham os dados dentro de quatro paredes, dando-lhes maior controle das informações, em conformidade com as regulações de dados onde for aplicável. O objetivo de versões de Local Edge é usar as mesmas ferramentas, interfaces de programação de aplicativo ou APIs, hardware e funcionalidade por nuvem de borda local e nuvem central. Os negócios podem então rodar uma infraestrutura similar no local e oferecer serviços.

E é o que se tem como objetivo: uma pilha nova de mininuvem ou tethered cloud, que está demorando muito mais do que as pessoas acreditavam que seria possível. Enquanto a maioria das empresas conta com alguma forma de estratégia de Nuvem Híbrida – ou implementação sem uma estratégia – muitas dessas implementações dançam ao redor das bordas (sim, trocadilho intencional), capturando projetos fáceis com funcionalidade limitada que são simples e rápidas, mas dispõem de um ROI decente.

Exemplos de nuvens amarradas:

● A Microsoft foi a primeira a comercializar uma  tethered cloud com seu Azure Stack. A empresa vende o software, e os parceiros de TI certificados fornecem as soluções físicas, como servidores, switches, vedação e UPSs, também os instalando e gerenciando.

● A Amazon Outpost anunciou um modelo de negócio um pouco diferente em dezembro de 2019. Os clientes têm a opção de implementar e gerenciar por si próprios ou podem pagar à Amazon para usar um parceiro certificado para fazer isso. Ele fornece os mesmos serviços, mesmas ferramentas e APIs como a nuvem completa da AWS.

● O Google é o mais novo nesse mercado, com o Google Anthos, um sistema mais aberto que constitui uma extensão da plataforma da nuvem do Google. Ele provê uma plataforma baseada em contêineres de software e Google Kubernetes Engine (GKE), que permitem às empresas desenvolver cargas de trabalho capazes de ser implementadas no local na nuvem ou no Google Central ClouKeyw.

Os benefícios na borda local

A Nuvem Híbrida mais básica significa que você tem todas as suas aplicações ou seus serviços na mesma rede, mas sua TI e software estão em locais diferentes — algumas de suas aplicações rodam localmente, e algumas na nuvem. Quando você começa a integrar o plano de dados, entra-se no que chamamos de ”loosely-tied hybrid clouds”. As aplicações da borda local e centrais usam o mesmo plano de dados, que é como eles são transmitidos e armazenados. O próximo nível de integração é a “tightly-tied hybrid cloud”, que é integrada no plano de controle. O plano de controle gerencia o plano de dados e usa protocolos de rota, regras e políticas que são utilizadas por todos os dispositivos ou nós na rede para gerar ou responder ao tráfego de dados. Isso significa reproduzir essencialmente serviços na nuvem central localmente.

No entanto, parece que isso não englobará todos os seus serviços na nuvem. Quando todos eles forem os mesmos – a mesma experiência exata em qualquer lugar, e de qualquer dispositivo ou nó na rede – é o que chamamos de “true distributed local edge tethered hybrid cloud”. O benefício adicionado é que você terá redundância se perder a conexão na nuvem central ou na nuvem amarrada local.

Essas “local edge tethered clouds” trarão benefícios para os usuários empresariais, tais como:

● Escalar TI de maneira elástica — acionando a “core cloud” quando necessário;

● Reduzir a latência — especialmente valiosa para aplicações com sensibilidade de tempo;

● Aumentar a redundância — serviço “like for like” que espelha aqueles na nuvem central;

● Atender a problemas geopolíticos — censura, privacidade e soberania de dados;

● Simplificar — impulsionar o fornecedor de nuvem a desenvolver, arquitetar, distribuir, gerenciar e atualizar os serviços.

Ganhar mais controle de aplicações e dados

Os serviços centralizados na nuvem ainda desempenharão papel importante, independentemente da necessidade de borda local. Os serviços de nuvem centralizada permanecerão vitais para fornecer, gerenciar e atualizar software e serviços em “thethered clouds”. Organizações diferentes lidam com conjuntos de desafios variados quando se trata de estratégia na nuvem – ou seja, não existe uma resposta para todos. No entanto, as thethered clouds dão às organizações opções diferentes para reduzir latência, adicionar redundância ou ter mais controle de suas aplicações e seus dados.

O futuro é das “local edge tethered clouds”, e está chegando a um data center próximo de você.

*Kenia Paim é diretora comercial de Secure Power da Schneider Electric.