Além dos grandes impactos gerados na saúde financeira e emocional dos brasileiros, a pandemia de Covid-19 provocou importantes mudanças estruturais nas empresas, que tiveram de adaptar seus serviços ao modelo home office. Entre trabalhadores e empresários, os principais desafios do trabalho remoto estão relacionados às diferenças nas estruturas disponíveis aos colaboradores nas empresas e em suas casas.

Segundo pesquisa da Fundação Dom Cabral (FDC) em parceria com a Grant Thornton Brasil, quase metade dos 705 entrevistados (48%) consideraram a infraestrutura tecnológica utilizada no home office ineficaz, comprometendo assim o trabalho remoto. Quando questionados sobre os principais desafios ou obstáculos do trabalho em suas residências, a opção mais indicada foram os limites da infraestrutura de tecnologia, com 15%. Essa preocupação ficou à frente de questões como foco, concentração pessoal, disciplina de horário, aumento do volume de trabalho e relação com pessoas da empresa.

Nestes últimos meses, diversas empresas compreenderam que o modelo home office não considera apenas um notebook para que o funcionário desempenhe da mesma forma que o fazia no escritório. Foi preciso investir em estações de trabalho mais adequadas e principalmente em VPNs que garantissem um acesso confiável e seguro a arquivos represados nos escritórios físicos.

Na Engemon, um dos desafios internos foi desenvolver estratégias e dinâmicas que contemplassem modelos ágeis de gestão. Por mais que o trabalho remoto economize horas de deslocamentos, a rotina pode ser comprometida se não houver a esquematização de procedimentos que compreendam todos os níveis de hierarquia, em suas mais diversas funções.

Esse desafio tem sido vencido a partir da implementação de uma comunicação mais efetiva e transparente, de modo a estruturar as demandas, desafios e expectativas de trabalho em todas as equipes da empresa.

Em meio a este contexto, os segmentos de Sistemas e Instalações e Tecnologia da Informação representaram neste primeiro semestre um importante pilar ao setor de Engenharia como um todo. Replicando o modelo vivenciado internamente, verificou-se no mercado uma crescente demanda por dois atributos em especial: segurança e qualidade.

A segurança está relacionada à confiança de que os conteúdos trabalhados nas casas dos colaboradores não estarão sob risco. Ao ampliar seus sites, a empresa adiciona novos locais de trabalho à sua operação e precisa garantir que as atividades permanecerão protegidas mesmo que remotamente.

Por sua vez, a qualidade exige que os serviços prestados mantenham sua funcionalidade apesar da pandemia. Não é novidade que a crise atual não contempla precedentes na história moderna da sociedade, mas isso não justifica a falha, ainda que momentânea, de operações consideradas essenciais.

Hospitais e empresas de telefonia e internet tiveram de adaptar-se à crise sem que houvesse qualquer tempo hábil para planejarem melhorias ou anteverem dificuldades que surgiriam com o exponencial aumento da demanda. Por isso, ferramentas de monitoramento dos ativos e infraestrutura em tempo real como o Network Operation Center (NOC) ganharam mais relevância no contexto atual.

Diante de um quadro de crise e incertezas econômicas no Brasil, a oferta desses serviços, aliada à tecnologia, permitiu a alguns players de Engenharia minimizar o cenário crítico gerado pelo novo coronavírus. Durante a pandemia, muitos trabalhadores e empresas brasileiras foram beneficiadas pela disponibilização de plataformas gratuitas que contribuíram com o cenário de trabalho remoto. A gratuidade dessas ferramentas permitiu que as empresas pudessem se dedicar efetivamente às estruturas que poderiam fortalecer o ambiente de atuação dos colaboradores.

Mais do que isso, quem investe em uma estrutura adequada para o trabalho remoto contribui para a recuperação da própria empresa. Ainda de acordo com o levantamento da FDC, 31% dos entrevistados avaliaram como mais produtivo o modelo home office. Outros 12% disseram que têm sido significativamente mais produtivos em casa.

Esse cenário faz com que 30% das empresas no Brasil manifestem interesse em seguir com o home office mesmo após a pandemia, segundo estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Para isso, faz-se necessário o investimento em estações de trabalho e equipamentos para que os colaboradores possam separar corretamente o que é da empresa e o que é seu. Assim, é possível aferir maior segurança e confiabilidade ao conteúdo trabalhado por cada funcionário.

O fortalecimento dos sistemas e adequações da infraestrutura das empresas também é essencial durante e após a pandemia. Sem uma retaguarda segura, as companhias simplesmente correm o risco de perder ou prejudicar o que foi duramente desenvolvido ao longo de suas histórias, além de não garantir a operação de quem atua de forma remota.

A necessidade dessas empresas ficou evidente durante a pandemia, mas deve permanecer daqui em diante, com ou sem isolamento social. A urgência na adaptação ao home office fez com que muitos setores confirmassem uma percepção que já rondava diversas companhias: a produtividade no trabalho em casa foi igual ou até superior à registrada no modelo tradicional. A Engemon também acompanhou as mudanças e procurou seguir todos os protocolos das autoridades de saúde para garantir a segurança e integridade dos funcionários da sede e também daqueles alocados em clientes. Em meio às diversas mudanças impostas pelo vírus, o fortalecimento do home office representou importante avanço às empresas e aos trabalhadores brasileiros.


*Sonia Keiko, vice-presidente de Negócios da Engemon.