É necessária uma infraestrutura de TI de alta capacidade para dar suporte à ideia do Metaverso, o que torna os data centers de edge mais importantes do que nunca.

A promessa do Metaverso é nada menos que uma transformação total na forma como trabalhamos, nos divertimos e vivemos. Para chegar perto de cumprir essa promessa, o Metaverso deve ser tão amplo ao ponto de ser onipresente. Como algo desse alcance pode ser possível? A resposta está no data center de edge instalado no seu bairro.

O futuro é virtual

Grandes players de tecnologia como Microsoft, Zoom, Epic Games e Facebook vêm deixando claro que veem um grande potencial no Metaverso. Também, a indústria de vestuário através de marcas como Nike e Ralph Lauren já declararam que estão dispostas a investir bastante na ideia. Causando todo esse reboliço, tem-se a impressão de que o Metaverso está às portas. No entanto, ainda há muito mais perguntas do que respostas. Embora Mark Zuckerberg, criador do Facebook, afirme que o Metaverso será mainstream nos próximos 5 - 10 anos, outros não têm tanta certeza. Andrew Chow, da revista Time, especula que a "versão singular do Metaverso, tida por Zuckerberg, está bem acima do real impacto que o Metaverso irá causar, pois a alta necessidade de construção de infraestrutura e avanço tecnológico necessários para a consolidação de um Metaverso global está fora da realidade mundial hoje."

Sendo assim, de que tipo de avanços tecnológicos e construção de infraestrutura estamos falando? Antes de mais nada, é preciso que haja hardware, tanto para usuários quanto para criadores de conteúdo, o que ainda não existe. Em segundo lugar, uma fonte auxiliar significativa de poder de processamento deve ser ativada para suportar novas funções de computação massivas. Terceiro, há a necessidade do uso de software por trás das plataformas virtuais, que devem ser desenvolvidas. Este último fator é o que mais chama a atenção, mas há outro item, talvez mais importante, que determinará o destino do Metaverso. Trata-se da rede que irá suportar esses três desenvolvimentos. O Metaverso exigirá transferências de dados constantes, instantâneas e de alta largura de banda, que simplesmente ainda não são possíveis no momento.

As redes não estão configuradas para o Metaverso

O design da internet é baseado no compartilhamento de arquivos de um computador para outro, com um servidor se comunicando com um endpoint ou outro servindo individualmente. O que o Metaverso exigirá é uma interação constante entre centenas, milhares, talvez até milhões de outros servidores ou dispositivos de usuários e capacidade de resposta em tempo real. Pode ser difícil perceber que essa habilidade está tão distante. Por exemplo, chats de texto e mídias sociais parecem interativos entre centenas de participantes e são mais comuns do que nunca. Embora possa não parecer, essas interações requerem apenas uma única conexão com um único servidor. As experiências de videogame multiplayer são mais precisas e comparáveis, mas também são enganosas.

A indústria de games tornou-se adepta a hospedar centenas de milhares de usuários no mesmo ciberespaço, dividindo-os em nós de servidores, onde apenas alguns interagem uns com os outros a qualquer momento. Em 2019, o Fortnite sediou um show virtual do famoso DJ Marshmello, no qual mais de 10 milhões de usuários fizeram login para participar. No entanto, a ideia de que tantas pessoas interagiam simultaneamente em uma experiência compartilhada era ilusória.

O que o Fortnite fez, foi dividir o público em grupos de 100, onde só podia-se interagir com outros 3 participantes. Tecnicamente falando, o evento consistiu em 100.000 versões de uma experiência que aconteceu aproximadamente ao mesmo tempo. Um evento semelhante do rapper Travis Scott, no ano passado, que ostentou um recorde de 12 milhões de usuários pelo mesmo método, levantando questões sobre interrupções do servidor em algumas áreas. Até mesmo fornecer a ilusão de uma experiência síncrona ao vivo é problemático nas redes de hoje.

Andrew Chow cita o fracasso da tecnologia de Realidade Virtual e Aumentada em alcançar a adoção do mainstream como um ponto de discórdia para o Metaverso, e ele está certo. Embora o mercado de Realidade Virtual continue a crescer, a experiência está longe de ser ótima e é provavelmente um dos principais fatores por trás de seu fraco desempenho como produto básico. A lição da Realidade Virtual poderia ser que, se a latência ou a perda de pacotes prejudicarem a experiência, o produto geral perderá a conveniência? Nesse caso, o Metaverso colocará essa tendência em alta.

De muitas maneiras, a ascensão do Metaverso é baseada na ascensão de uma nova rede para apoiá-lo. Como sabemos, as maiores corporações do mundo já estão a bordo, o ônus agora é daqueles que administram as redes para se manterem atualizados. Como resultado, a indústria precisa mudar sua mentalidade em relação ao Metaverso. Como não é um aplicativo que é executado ao lado de qualquer serviço ou rede existente, de muitas maneiras o Metaverso representa a próxima geração de infraestrutura da internet. Inovações como os servidores de 800 Gbps da NVIDIA ajudarão, mas não substituirão a necessidade de infraestrutura de próxima geração, infraestrutura que deve ser tão onipresente quanto os mundos virtuais que eles ajudam a construir.

Sendo assim, para reduzir a latência, a proximidade ideal dos data centers com o usuário final será crucial. Até agora, as perguntas sobre o Metaverso têm se concentrado no quê, quem e quando, mas na verdade deveriam concentrar-se no "onde". Como resposta teremos: nos data centers de edge.