A Scala Data Centers anunciou este mês o início das operações do seu primeiro site na região Sul do Brasil, em Porto Alegre (RS). Com uma capacidade de 4,8MW de TI, o Data Center SPOAPA01 faz parte da família HyperEdge e conta com uma configuração desenvolvida para atender a demanda de conexão e computação distribuída. Com este anúncio, a Scala agora opera nove Data Centers – quatro ficam localizados no Campus Tamboré, em Barueri (SP), e os outros estão distribuídos pelas cidades de São Paulo, Campinas (SP), São João de Meriti (RJ) e Curauma (Chile). Destes, os três últimos entraram em operação em 2023.
Para saber mais sobre os projetos da companhia para o próximo ano, a DCD conversou com o VP sênior de BuzDev e Experiência do Cliente da Scala Data Centers, Cleber Braz. Confira!
Como você avalia o desempenho da indústria de Data Centers na América Latina ao longo do ano de 2023?
Ao longo de 2023, testemunhamos um desempenho notável na indústria de Data Centers na América Latina. O mercado experimentou um crescimento expressivo impulsionado pela demanda crescente por serviços em nuvem, transformação digital e a ascensão da Inteligência Artificial (IA). A região se tornou um foco estratégico para investimentos em infraestrutura de TI, refletindo a busca por soluções tecnológicas eficientes e escaláveis, sem abrir mão da sustentabilidade.
O boom da IA trouxe desafios, mas também oportunidades, exigindo infraestruturas para suportar cargas de trabalho mais intensivas. Esse cenário sugere uma tendência promissora para o setor na América Latina, destacando a sua importância no contexto global da transformação digital.
A Scala Data Centers, com seu compromisso inovador, reflete não apenas esse crescimento econômico, mas também a resposta às crescentes demandas de infraestrutura relacionadas à IA. A nossa mais recente emissão de debêntures verdes no valor de R$1 bilhão, por exemplo, está focada na construção de Data Centers sustentáveis para atender não apenas às necessidades de infraestrutura de TI atuais, mas também às futuras demandas de tecnologias emergentes na região.
Quais perspectivas e tendências estão previstas para o setor de Data Center e tecnologia na região em 2024?
Para 2024, as perspectivas e tendências para o setor de Data Centers na América Latina são bastante promissoras. Antecipamos um contínuo crescimento impulsionado pela expansão do mercado de computação em nuvem, o aumento da conectividade 5G e a aceleração da transformação digital em vários setores. A região está se consolidando como um hub estratégico para infraestrutura tecnológica, atraindo investimentos e impulsionando inovações. Neste sentido, a Standard & Poors acredita em um crescimento anual de mais de 20% para a América Latina, em uma estimativa realizada ainda antes do boom gerado pela IA.
Além disso, esperamos um foco crescente em práticas sustentáveis, com a busca por soluções energeticamente eficientes e ambientalmente responsáveis. O avanço da inteligência artificial e a necessidade de maior capacidade de processamento também moldarão as tendências, impulsionando a criação de Data Centers preparados para os desafios tecnológicos emergentes. Essas perspectivas indicam um futuro promissor e dinâmico para a indústria de Data Centers na América Latina.
Como a digitalização e a automação estão moldando a evolução dos Data Centers, e de que forma a Scala está incorporando essas tecnologias nas suas operações?
A digitalização e a automação são forças impulsionadoras significativas na evolução dos Data Centers. Elas não apenas aumentam a eficiência operacional, mas também permitem uma resposta mais ágil às demandas do mercado. Na Scala, incorporamos essas tecnologias de forma estratégica nas nossas operações para aprimorar a confiabilidade, a segurança e a eficiência dos nossos serviços.
Adotamos soluções avançadas de gerenciamento de Data Centers, aproveitando a automação para otimizar processos, monitorar o desempenho em tempo real e antecipar possíveis problemas. Além disso, exploramos a digitalização para melhorar a flexibilidade, permitindo adaptações rápidas às mudanças nas necessidades do cliente e do mercado.
A Scala investe continuamente em infraestrutura tecnológica de ponta, incorporando inovações como inteligência artificial e aprendizado de máquina para aprimorar a tomada de decisões e a eficiência operacional. Essa abordagem garante que estejamos na vanguarda das transformações tecnológicas, oferecendo aos nossos clientes serviços de alta qualidade e confiabilidade em um ambiente digitalmente avançado.
A sustentabilidade é uma preocupação crescente. Quais iniciativas a Scala está implementando para tornar os seus Data Centers mais ecológicos e sustentáveis?
A sustentabilidade é uma prioridade inegociável para a Scala Data Centers. Atualmente, estamos direcionando investimentos significativos para garantir que nossos Data Centers sejam líderes em práticas ecológicas. Adotamos uma abordagem abrangente, desde a utilização de 100% de energias renováveis certificadas até a implementação de práticas eficientes.
O nosso compromisso inclui a construção de infraestruturas de TI com máxima eficiência energética, mantendo os menores índices anuais médios de PUE (Power Usage Effectiveness) projetado da indústria na região, e um WUE (Water Usage Effectiveness) de zero nos novos Data Centers, uma vez que utilizamos refrigeração a ar.
A Scala opera com energia 100% renovável desde a sua criação - por meio de PPAs (Power Purchase Agreements) de longo prazo, respaldados por certificados de energia renovável (I-RECs) - sendo a primeira do setor na América Latina a atingir esse marco.
Comprometida com a eficiência energética, alcançamos a neutralidade de carbono desde 2021. O portfólio da Scala tem o menor PUE de design na América Latina, implementando refrigeração sem água em novos data centers.
As emissões residuais já são e continuarão a ser compensadas com créditos de carbono provenientes de projetos que, além de reduzirem significativamente as emissões de carbono a cada ano, oferecem uma série de benefícios de desenvolvimento sustentável às comunidades locais na América Latina.
O plano de descarbonização, previsto ser concluído em breve, utiliza soluções tecnológicas inovadoras e considera desafios do rápido crescimento da indústria de Data Centers. A estratégia foca na redução da intensidade das emissões correlacionada com a carga de TI dos clientes, combinada com compensações.
Estamos continuamente inovando para garantir que atendemos às crescentes demandas do mercado, ao mesmo tempo em que promovemos práticas ambientalmente responsáveis em todos os aspectos das nossas operações.
Quais os maiores desafios do setor para 2024 e como podemos superar esses desafios?
Em 2024, veremos uma continuidade do que estamos experienciando em 2023: a demanda por serviços em nuvem e inteligência artificial continuará determinando os grandes investimentos no setor. O desafio será acompanhar essa demanda, seja pela maior densidade por rack, seja pelo fornecimento ágil de infraestrutura que sustente o crescimento dos Data Centers. A Scala, ciente desses desafios, tem sido pioneira em enfrentar riscos de supply e infraestrutura elétrica, estabelecendo parcerias estratégicas e colaborando ativamente com empresas de energia e governos para assegurar projetos de infraestrutura sólida.
Para acomodar essa expansão, a Scala possui mais de 2 milhões de metros quadrados garantidos, distribuídos em dezenas de propriedades na América Latina, além de uma capacidade energética de 2.9GW garantida até 2033. No cenário em evolução da tecnologia, os Data Centers precisarão aprimorar suas capacidades em termos de energia, resfriamento e design, adaptando-se aos requisitos de alto desempenho das cargas de trabalho orientadas por IA. A empresa está comprometida em manter a eficiência e responsabilidade ambiental, especialmente no segmento de foco da companhia: hyperscale.
Quais são os planos e apostas da Scala para o ano de 2024?
A visão da Scala está centrada em inovação, crescimento sustentável e excelência operacional a longo prazo. Estamos comprometidos em expandir a nossa presença na América Latina, capitalizando as oportunidades em mercados emergentes. Criamos uma abordagem única e inovadora para atender ao mercado hyperscale na América Latina, e agora concentramos os nossos esforços em habilitar Data Centers para suportar workloads voltados para inteligência artificial.
Acreditamos firmemente na nossa capacidade de apoiar os nossos clientes na concepção e implementação de projetos de Data Centers viáveis, alcançando os mais altos níveis de potência exigidos por tecnologias como o machine learning. Além disso, destacamos a nossa relação de alto nível com os clientes e a nossa habilidade única de co-criação - com os 400 engenheiros, arquitetos, técnicos e especialistas em Data Centers do nosso Centro de Excelência em Engenharia (CoE) trabalhando lado a lado dos clientes para atender às suas necessidades específicas.
Essa demanda crescente exige maiores densidades por rack, rapidez e flexibilidade, e continuaremos colaborando estreitamente com parceiros estratégicos para trazer diferenciais significativos aos nossos projetos. Estamos empenhados em garantir que a nossa infraestrutura seja adaptável e resiliente, pronta para enfrentar os desafios e moldar positivamente o futuro do setor de Data Centers na América Latina em 2024.