Fundada pela Piemonte Holding em 2019, a Elea Digital possui atualmente sete data centers no limite das regiões centrais da nuvem nas principais áreas metropolitanas brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Porto Alegre (dois data centers), Curitiba e Brasília (dois data centers). Em entrevista a DCD, o CEO Alessandro Lombardi fez um balanço do ano de 2023 para a indústria de centros de dados e o que podemos esperar para o próximo ano. Confira!

Como você analisa o panorama do mercado de data centers atualmente no Brasil?

O mercado e a demanda continuam crescendo, e a oferta ainda não consegue chegar onde poderia. Há mais demanda do que oferta. O Brasil tem uma matriz energética renovável e limpa, e o data center sustentável é o futuro do nosso setor. Portanto, o país continua fazendo parte do cenário global por causa dessa matriz energética e da sua capacidade de entregar energia.

Neste ano, no país, começaram as conversas sobre a Inteligência Artificial, e espero que nos próximos anos essa tecnologia possa ser desenvolvida no Brasil, através da construção de data centers adequados para atingir essa demanda e em concorrência global com os Estados Unidos e com a Europa.

Como foi o ano de 2023 para a Elea Digital?

2023 foi um ano maravilhoso. Vínhamos de uma série de aquisições relevantes, como o data center da Globo e da Telecom Itália. Portanto, tivemos que construir uma equipe adequada para os nossos 7 data centers. Somos a única empresa brasileira que opera em cinco estados diferentes e foi um ano marcado pela internalização da companhia, porque os grandes clientes internacionais que precisam de cloud e edge começaram a adquirir espaço pela Elea Digital. Então, foi um ano de transição muito importante para o futuro da empresa.

Quais são as projeções da empresa para 2024?

Continuar crescendo. Tanto a Elea como os nossos parceiros concorrentes estamos condenados a crescer. Portanto, seguiremos adiante como estamos fazendo, sem parar, nos últimos cinco anos. Um crescimento de dois dígitos, e com olho na Inteligência Artificial. Eu realmente quero entender como atender essa demanda da IA no Brasil.

Para finalizar, gostaria que você fizesse uma perspectiva de como será o mercado de data centers em 2024 no país.

O nosso setor está cada vez mais maduro. Somos empresas com portes diferentes, mas que ocuparam o próprio espaço. Cada uma delas com as suas diferenças competitivas. Então, eu vejo um crescimento diferente do que tivemos em outros anos, em que você via um player que escalava posições, que era pequeno e ficava grande de repente. Hoje, o mercado está mais maduro e consolidado. Todos temos as nossas equipes e somos conhecidos no setor, portanto eu espero que ele fique cada vez mais forte em 2024.