Criada com a função de transmitir informações em velocidades maiores e com uma qualidade melhor, a fibra ótica consiste em um filamento flexível e transparente fabricado a partir de vidro ultrapuro ou plástico extrudado, utilizado como condutor de elevado rendimento de luz, imagens ou impulsos codificados.

No Brasil, o investimento neste tipo de tecnologia vem crescendo, muito em função do aumento de infraestrutura em backbones e backhauls para ampliação da cobertura celular 3G/4G, além do investimento para implantação de redes fixas de acesso FTTH (fiber-to-the-home), que proporcionam acessos em altas velocidades ao usuário.

Para falar sobre o tema, a DCD conversou com Eduardo Parajo, presidente da Associação Brasileira de Internet (Abranet). Fundada nos primórdios da internet no Brasil, em 1996, a entidade representa a cadeia de valor das empresas de internet no país, ou seja, provedores de acesso, conectividade, conteúdo e aplicação, de todos os portes e origens.   

DatacenterDynamics: Quais são as vantagens de se investir em fibra ótica?

Eduardo Parajo: Os ISP’s entenderam que era importante mudar a tecnologia com as quais abordavam o cliente, e com a fibra ótica chegando nas casas dos clientes você tem a grande vantagem de poder fornecer capacidades bem maiores aos usuários do que com outras tecnologias, por exemplo, radio ou par trançado.

DCD: Como está o investimento em redes óticas no Brasil?

E.P.: Muito grande, diria que hoje todos os novos projetos dos ISP’s são feitos somente em fibra ótica. A atual situação econômica diminuiu um pouco o ritmo, mas não deteve os investimentos. O próprio usuário entende que a tecnologia de fibra atenderá ele melhor, se o ISP oferece a fibra, ele tem um diferencial junto ao cliente, principalmente no que se refere a maior capacidade de transmissão, velocidade e estabilidade. DCD: E o 4G?

E.P.: Vai continuar crescendo pois as pessoas querem mais conectividade e também mobilidade.

DCD: Como a tecnologia de comunicação ótica deve evoluir nos próximos anos?

E.P.: Vem e vai continuar evoluindo, com certeza. As tecnologias vão permitir cada vez mais a ampliação da capacidade de largura de banda nas fibras óticas. 

DCD: Como o conceito de Redes Definidas por Software tem mudado o mercado?

E.P.: O conceito de SDN está avançando, o que vai possibilitar mais flexibilidade e facilidade nas configurações de rede, porém, ainda diria que temos um caminho a percorrer na criação dos padrões de compatibilidade entre todos os equipamentos e também na atualização dos próprios equipamentos nas infraestruturas existentes.

DCD: Quais aplicações devem exigir aumento da rede de fibra nos próximos anos?

E.P.: Com certeza o vídeo e a multimídia vão continuar exigindo maiores capacidades e isso só poderá ser feito através de redes de fibra ótica.